Oi Gente
O objetivo do post de hoje é trazer aqui para você um pouco sobre a vida de Édouard Manet, pintor e retratista francês, considerado o pai da arte moderna. Saiba um pouco por aqui…
Divido aqui com você um resumo de sua biografia e algumas de suas obras. Durante a leitura do texto, aproveito para ilustrar com alguns desenhos, retratos e demais pinturas. ok?
Paris no século XIX passava por rápidas transformações, Manet transformava cenas da vida cotidiana através de suas pinturas, querendo transmitir esse novo momento da modernidade. Apesar de ser considerado por alguns como impressionista ele dizia não fazer parte desse grupo de artistas.
Desde muito cedo, tinha o costume de pintar retratos.
Suas pinturas retratavam as pessoas que serviam de modelos, para compor sua obra. Ele também é considerado um retratista, onde seus modelos escolhidos estavam entre pessoas da família, amigos e conhecidos.
Manet pintou durante sua vida, em torno de 400 obras, pois faleceu com apenas 51 anos.
Um resumo de sua biografia
Manet nasceu em 23 de janeiro de 1832, em Paris, França. Sua família era de classe média alta. Seu pai Auguste era funcionário do Ministério da Justiça, neto por parte da mãe de um diplomata francês na Suécia.
O Casal Manet tiveram três filhos, sendo William Manet o mais velho, seguido de dois irmãos, Eugène e Gustave.
Manet não era muito adepto aos estudos, embora seus pais queriam que se dedicasse a carreira jurídica. O que Manet gostava mesmo era de estar envolvido com seus desenhos.
O seu tio, de mesmo nome Édouard Fournier, irmão de sua mãe, possivelmente, foi o que incentivou o sobrinho a admirar o mundo das artes. Esse tio tinha o costume de levar Édouard e Eugène ao museu do Louvre para que aprendesse a admirar as obras dos grandes mestres da pintura.
Ingressou no Colégio Rollin, aos 12 anos, próximo a Montmartre, uma região bem charmosa de Paris, e se mostrou um aluno pouco interessado, chegando a ser mesmo indisciplinado.
Mas tarde, aos 17 anos, Manet decide entrar na escola naval, pois tinha o desejo de ser marinheiro. Mas, ao tentar entrar na escola naval, não conseguiu atingir os pontos necessários nos teste para ingressar e acaba se conformando em entrar em um navio escola, onde trabalhou como ajudante de camareiro.
O navio-escola “Havre et Guadeloupe” esteve no Brasil e no dia 05 de fevereiro de 1849, chegou ao Rio de Janeiro, onde permaneceu durante três meses ancorados na Guanabara. Nesses três meses, Manet tem a possibilidade de explorar o verão carioca, com suas cores, luminosidade e as belezas naturais.
De volta a França, Manet passa 06 anos no ateliê de seu Professor Thomas Couture, que apresentava o estilo acadêmico, o que acarretava várias discussões entre mestre e pupilo, devido ao fato de Manet querer algo inovador para a sua arte.
Devido a sua condição mais favorecida, Manet não dependia da venda de seus quadros para sobreviver, o que faz nos pensar que esse fato o ajudou a poder inovar na sua arte.
Manet, no ano de 1852, teve um filho com Suzanne Leenhoff, Leon Edouard. Como ainda era muito jovem e não estava casado, o filho era apresentado a sociedade como afilhado de Manet e irmão mais novo de Suzanne. Seu casamento com Suzanne só acontecerá em 1863.
No ano de 1856, o artista abre seu estúdio próprio e foi nesse momento que conheceu o Poeta Charles Baudelaire, o qual serviu de inspiração para realizar a pintura do quadro Concerto no jardim de Tuileries, uma obra que foi criada ao ar livre, o que não era comum em sua época.
Durante três vezes na semana, acontecia no Jardim de Tuileries apresentação de concertos para a sociedade de Paris. Em seu quadro Manet, apresentava as cenas do cotidiano parisiense e é interessante que, nesse quadro por exemplo, a grande maioria das pessoas pintadas eram próximas de seu convívio.
A dificuldade para entrar no Salão de Artes Francesas
O Salão de Artes de Paris, foi fundado em1667, com a finalidade de exibir as obras de artes, principalmente pintura, dos membros da Academia Real de Pinturas e Esculturas. Os artistas da época, tinham o interesse de expor nesse salão, como forma de divulgar as suas artes. Mas, quando se fugia dos critérios do Salon, as obras eram rejeitadas.
Em 1860, o quadro de Manet o “Bebedor de Absinto” foi recusado pelo Salão dos Artistas, pois acharam o quadro abaixo dos padrões exigidos.
Na Exposição no Salão do ano seguinte, em 1861, a sua obra o “Cantor Espanhol” obteve menção honrosa, devido a estar dentro das normas clássicas.
Devido a tantas exigências e a dificuldade dos artistas que estavam passando por um momento de modernidade nas artes não conseguirem entrar com suas obras no Salão de Paris, eles apresentavam suas obras em outra exposição, realizada em paralelo com a do Salão de Paris, autorizada por Napoleão III, a pedido dos artistas que não conseguiam expor no salão de Paris. Essa exposição recebeu o nome de Salão dos Rejeitados.
Essa exposição chamou a atenção de um grande público que queriam visitá-la com a intenção de ridicularizar as obras, principalmente de Manet e Cézanne.
“Em 1863, Manet casou-se com a holandesa Suzanne Leenhoff. No mesmo ano, enviou outra obra para ser exibida no Salão de Paris. Dessa vez, porém, seu trabalho foi recusado. O quadro, chamado Almoço na relva, apresentava uma técnica e um tema totalmente diferentes da arte que se fazia na época. Apesar de rejeitada pela crítica, a obra despertou o entusiasmo dos jovens pintores que, mais tarde, formariam o núcleo do grupo impressionista.” https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%89douard-Manet/483358
Em 1865, quando viajou para Madrid, se encantou com as obras de Velázquez e, em algumas de suas pinturas, observa-se a influência da arte espanhola.
Paris, no século XIX, estava passando por uma transformação, ordenada por Napoleão e Haussamnn. “Administrador público, sem nenhum treinamento em arquitetura ou planejamento urbano, Haussmann transformou Paris em um enorme canteiro de obras por 20 anos. Apesar de ter sido forçado a deixar o cargo em 1870, quando o imperador enfrentava críticas por excesso de gastos públicos, seus projetos continuaram sendo seguidos até o final dos anos 1920” e Manet, nesse contexto de modernidade de Paris, era um observador dos detalhes em sua volta e reproduzia assim em suas pinturas.
Segundo Manet, “uma pessoa tem que pertencer ao seu próprio tempo e pintar o que vê”.
“Em 1871 organiza sua primeira venda de quadros. Um só comprador adquire 22 telas e paga 35 mil francos. A partir de 1873, com “Na Praia”, as pinceladas crescem, marcam os quadros com manchas cromáticas de diferentes tonalidades. As sombras ficam mais luminosas e ocupam maior espaço. As superfícies tornam-se mais vibrantes e sugestivas.”
Emile Zola, escritor consagrado francês, considerado o criador da escola literária naturalista, foi também um grande admirador dos trabalhos de Manet, onde escreveu um artigo em 1867 fazendo grandes elogios ao artista. Para Zola “Manet representava todos os artistas inovadores que inicialmente desagradavam ao público e à crítica e mais tarde tinham sua importância reconhecida.”
Nos anos de 1870 e 1871, Manet serviu na Guarda Nacional Francesa, como tenente, na guerra entre França e Alemanha.
Os últimos anos de Edouard Manet
No ano de 1880, Manet é diagnosticado com problemas de infecção em suas pernas, primeiramente diagnosticado como um reumatismo. Porém, a doença, mais tarde se encaminha para uma gangrena o que faria com que amputasse a sua perna esquerda, em uma cirugia realizada no dia 06 de abril de 1883.
Ainda nesse mesmo mês, com as dificuldades de recuperação dessa cirurgia, Manet falece no dia 30 de abril de 1883, com apenas 51 anos.
Manet, apesar de visitar e aprender com a pintura convencional, veio a ser um inovador em sua pintura, quebrando as regras tradicionais, o que dificultou em um primeiro momento ser aceito pelos mais conservadores. O que é interessante em sua obra, é que além de enfrentar os tradicionais, se ocupou em retratar de forma mais livre o cotidiano de seu tempo.
Enfim, quebrar paradigmas em todas as áreas nem sempre é uma tarefa fácil, mas é graças a esses inovadores que não desistiram de seus ideais que vemos não só na arte, mas em outras modalidades do conhecimento, o avanço para a modernidade. Assim, Manet é considerado um precursor da pintura moderna.
Caso queira conhecer as obras de Manet, desde seus desenhos, retratos e demais pinturas, achei esse site aqui que você poderá apreciar por lá.
Aproveito para convidá-lo (a) a conhecer um pouco mais sobre outros artistas que já postei por aqui.
https://blogdamaricalegari.com.br/2018/06/10/biografia-obras-e-frases-do-genio-salvador-dali/
https://blogdamaricalegari.com.br/2020/03/08/henri-matisse-sua-vida-e-sua-obra/
https://blogdamaricalegari.com.br/2016/02/29/quem-foi-camille-pissarro-nas-artes/
https://blogdamaricalegari.com.br/2018/04/12/quem-foi-o-grande-amor-de-rodin/
https://blogdamaricalegari.com.br/2017/10/18/picasso-biografia-obras-e-causa-morte-de-casagemas/
https://blogdamaricalegari.com.br/2018/04/19/22-lindas-obras-do-artista-george-dunlop-leslie/
https://blogdamaricalegari.com.br/2015/12/11/dica-de-filme-frida-e-uma-analise-sobre-o-mesmo/
Era isso por hoje.
Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/02/160203_vert_cul_criador_paris_lab
https://www.bbc.com/portuguese/celular/noticias/2013/01/130123_manet_expo_londres_fn.shtml
https://educacao.uol.com.br/biografias/Edouard-Manet.jhtm
https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%89douard-Manet/483358
https://pt.wikipedia.org/wiki/Salon_des_Refus%C3%A9s
https://www.historiadasartes.com/wp-content/cache/all/prazer-em-conhecer/edouard-manet/index.html
https://escola.britannica.com.br/artigo/%C3%89douard-Manet/483358