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Paris – Visita ao Museu d’Orsay

Tempo de leitura 13 min.

Oi Gente

Quero dividir aqui com você um pouco sobre esse maravilhoso Museu em Paris o Museu D’Orsay. Para quem me acompanha por aqui no blog, sabe o quanto eu gosto de visitar museu, principalmente se for sem correria e com tempo. Saiba um pouco sobre ele por aqui…

História de Viagem

Nessa última viagem à Paris, agora em fevereiro de 2019,  finalmente, consegui conhecer esse Museu. Por que finalmente? Porque há alguns longos anos atrás cheguei até a  Porta desse Museu, acompanhada de três adolescentes e, acreditem se quiser, apenas eles conseguiram visitar o Museu. Como assim?

Então, naquela época, há mais ou menos uns 13 anos atras, não precisava apresentar ingressos os menores de 18 anos,  ou seja, a mamãe saiu mal nessa.    Como chegamos bem no final da tarde, fiquei do lado de fora, com aquela vontade imensa, tendo que me contentar em esperar as crianças voltarem e me contarem o que tinham visto por lá. E o pior, no dia seguinte de manhã deixaríamos Paris para viajar por outras cidades da França.  Pois é, um desejo adiado e concretizado, após 13 anos. Histórias de viagem que vão se acumulando aos longos dos anos.

Abaixo, resolvi trazer um pouco da história desse Museu D’Orsay, bem como algumas obras maravilhosas que estão por lá e, embasado nas minhas pesquisas e de um livro que comprei lá no museu, espero poder oferecer para você um pouco do que esse Museu oferece a humanidade. ok?

Por que o nome Orsay?

O nome Orsay vem da antiga estação ferroviária, um projeto desenvolvido pelo arquiteto Victor Laloux. A estação foi construída para receber visitantes da primeira Exposição Universal, no ano de 1900, em Paris com o objetivo de divulgar ao mundo as conquistas do século passado bem como acelerar o desenvolvimento para o novo século que se iniciava.

Desejando construir uma estação no coração de Paris, a Compagnie du chemin de fer de Paris à Orleans foi confiada pelo Estado, no final do século 19, com a terra idealmente situada: nas margens do Sena, a poucos passos do Louvre, em um bairro elegante e altamente urbanizado.

A empresa foi escolhida em 1898 por Victor Laloux, autor das prefeituras de Roubaix e Tours, bem como da estação ferroviária da cidade. Fã frequente da arquitetura metálica, Laloux usa esse material no salão principal do prédio, optando pelo exterior de um revestimento de pedra mais clássico e ricamente decorado.

A inauguração da estação ocorreu em 14 de julho de 1900, durante a exposição universal, permaneceu em serviço até 1939, alterando esta atribuição conforme necessário, até que sua destruição seja evocada. 1973 é um ano decisivo para o edifício: os monumentos históricos incluem o inventário adicional, enquanto a Direção de Museus da França começa a considerar a construção de um museu dedicado às artes da segunda metade do século XIX.

A transformação da Estação de trem para o Museu d’ Orsay

Em 20 de outubro de 1977, a decisão de instalar um museu foi ratificada; uma decisão que se traduz um ano depois – enquanto a estação é classificada Monumento Histórico – pela criação da Instituição Pública que deve projetar.

O museu de Orsay foi inaugurado no ano de 1986, onde a estação foi transformada pela arquiteta italiana Gae Aulenti

Se é óbvio que as impressionantes proporções do grande salão da estação devem ser preservadas, com seus 32 metros de altura e seus 138 metros de comprimento, também é necessário projetar salas em uma escala de obras. Mas o caminho não é fixo: como Gae Aulenti explica – “não há salas numeradas, como em muitos outros museus, mas espaços em que o público pode evoluir, atraídos pelas obras”. O visitante tem a liberdade de escolher seu próprio curso “.

O lado de Fora do Museu

Ao chegar no endereço do Museu, do lado de fora, você já se surpreende com as belas esculturas (fotos abaixo):

Achei muito fofa essa do elefante, o meu bicho favorito, já falei sobre eles por aqui.

A coleção do Museu do Orsay

A coleção do Museu de Orsay é uma continuação da obra de Louvre, como uma transição para o Centro Pompidou.” Trabalha com artistas marcados pelo exemplo da antiguidade e do academicismo, continua com a aventura impressionista, para fechar no alvorecer do século XX a explosão de cores dos movimentos neo-impressionistas e nabi. Século XIX, pontilhada  com obras-primas inestimáveis”. p. 15

O presidente do Museu de Orsay Guy Cogeval se refere ao Museu como”O Museu d’Orsay deseja mostrar uma visão mais eclética do século XIX, (…) nos salões impressionistas estão as salas de pinturas impressionistas mais belas do mundo”. p.6 e 7.

Ao entrar no museu, você já se depara com uma visão ampla com lindas esculturas como te convidando a percorrer os espaços com liberdade e parando diante daquelas obras que mais lhes chamam a atenção.

DOS IMPRESSIONISTAS AOS NEO-IMPRESSIONISTAS

O Texto abaixo é uma tradução do que se encontra no Museu sobre as obras que lá se apresentam para o público:

“Em 1874, os pintores Paul Cézanne, Edgar Degas, Claude Monet, Berta Morisot, Camille Pissarro, Auguste Renoir e Alfred Sisley organizaram uma exposição independente para escapar da seleção do júri do Salão anual, que os rejeita com frequência. Um crítico irônico, descrevendo pintores como impressionistas, deriva do título de uma obra de Monet. A expressão permaneceu

Abaixo, algumas das pinturas que você poderá ver por lá. É apenas um aperitivo, quando se pensa nas inúmeras obras de arte que esse museu nos oferece.  Sem dúvida alguma, uma visita imperdível na cidade luz de Paris.

Algumas das Pinturas mais famosas do Mundo

É muito interessante você poder estar diante de várias obras de arte originais, pois da aquela vontade de fotografar todas, porém é claro que isso é impossível. Mas, quando permitido,   algumas a gente não resiste é como sentir que ao fotografá-la você traz consigo aquele momento vivenciado diante do seu artista preferido, principalmente diante daquelas obras que só tínhamos conhecimento  pelos livros de arte.

Fazer esse post e escolher algumas das pinturas não está sendo uma tarefa fácil, pois a vontade é trazer todas por aqui. Mas, vamos selecionar algumas, para que você possa ter uma ideia do que poderá encontrar nesse fantástico museu.

Realismo

Na segunda metade do século XIX, surge o movimento cultural e literário chamado Realismo, onde os artistas queriam retratar uma visão crítica da sociedade, pintando a realidade que os cercava, bem diferente do movimento do romantismo.

Com as mudanças ocorridas nesse século, com as lutas sociais, novas ideias políticas e científicas e, principalmente, a Revolução Industrial na Inglaterra, ocorria uma agitação ao redor do mundo com tantas novidades e já não dava para continuar naquela visão romântica de tempos mais pacatos.

Um dos objetivos do movimento artístico do realismo era denunciar os problemas sociais, como por exemplo, as questões da exploração, corrupção e pobreza. Eles iam diretamente ao objetivo da mensagem que gostariam de transmitir sendo o mais claro possível, tanto na pintura como também na literatura.

Dos pintores realistas desse museu trouxe aqui para você alguns quadros de dois deles que achei mais interessante:

Os 3 quadros abaixo são de Jean François Millet, um dos fundadores do movimento do realismo e que, em suas pinturas, gostava de retratar a realidade dos trabalhadores rurais.

Les Glauneses pintado em 1857 por Jean François Millet (1814-1875)

Esse quadro acima, por exemplo, você já deve ter visto em inúmeras reproduções e, como acho lindo, foi muito gratificante estar diante do original. Em português o nome da obra: As Respingadeiras.

“Três mulheres estão trabalhando no campo: são respingadeiras, ou seja, colhem os restos da ceifa recém-terminada. Apesar da desesperada pobreza desta miserável colheita, para fazer a respiga era necessária uma autorização do proprietário do campo: a tela testemunha, portanto, um dos aspectos mais dramáticos da vida campestre, que aqui nos aparece em toda a sua dureza, bem longe da idealização bucólica a que outros artistas haviam habituado o público. Embora retratando a cena com lúcido realismo, Millet confere-lhe um ar monumental, uma heróica grandiosidade que afasta o expectador da tentação de piedade fácil para com as três mulheres, sublinhando assim a sua extraordinária dignidade. Exposta no Salon de 1857, a tela suscitou a reprovação da crítica e do público. Mais ainda do que o tema (nunca antes a vida do campo fora abordada com tal veemência nas salas do Salon), o que perturbava eram a presença física das camponesas e o realismo com que são retratadas. Um atenção voltada para uma realidade certamente menos agressiva do que a proposta na mesma época por Gustave Courbet, mas que teve, no entanto, o mérito de sensibilizar o público para os temas sociais”. p. 23

La Fileuse (1868-1869)

Angelus (1858)

Outro importante pintor desse movimento foi Gustave Coubert, e veja como ele é descrito na sala de exibição de suas pinturas.

“Sua personalidade ambiciosa e rebelde, seu senso aguçado de direção, a natureza radical de seus processos pictóricos fazem de Gustave Courbet um dos pais da modernidade. Nascido em Ornans, em 1819, Coubert permanece toda a sua vida muito perto de Franche-Comté, região tradicionalmente independente e lar do pensamento utópico. Ele se instala em Paris aos vinte anos e rapidamente se torna o defensor do realismo, movimento de arte teorizado por Champfleury, que defende trazer igual interesse a todos os sujeitos e representar a realidade contemporânea sem fazer concessões ao belo mundo ideal. As pinturas que Coubert apresentou no Salão de 1850 provocaram repetidos escândalos, tanto pelos temas escolhidos quanto pela maneira de pintá-los. Apesar de sua oposição aberta ao regime de Napoleão III, Coubert também conhece os sucessos oficiais, especialmente com suas paisagens da década de 1860. Eleito Presidente da Federação de Artistas sob a Comuna (1871), foi preso após a Semana Sangrenta e condenado à prisão por sua alegada cumplicidade na demolição da coluna Vendome. Após um julgamento recusando-se a reembolsar a reconstrução, ele é forçado a se exilar na Suíça, onde morre em 1877.

Vale do Rio Rochoso (1865)

Praia da Normandia  (1872-1875)

Coubert, já em 1855, falava sobre a sua atitude perante a arte: “Ser capaz de traduzir os costumes, as ideias, o aspecto da minha época, de acordo com a minha opinião e o meu juízo, não ser apenas um pintor mas também um homem, numa palavra, fazer uma arte viva, este é o meu objetivo”. p.16

CLAUDE MONET(1840-1926)

Monet, um artista Francês que viveu entre os anos de 1840 a 1926.  Filho de um pequeno comerciante, seu pai Claude Auguste Monet tinha uma pequena e modesta mercearia e, apesar do pai querer encaminhar  Monet para a mesma profissão de comerciante, o jovem Monet demonstrou seu interesse pela pintura, incentivado por uma tia que também era pintora. 

Aos 5 anos Claude Monet mudou-se para a Normandia e no ano de 1851 o artista entra para a escola secundária de artes  e se torna conhecido por suas caricaturas.  Na Normandia, no Havre, conhece Eugène Boudin, um pintor que o influenciou a pintar paisagens ao ar livre. 

Em 1857, Monet com 16 anos, perde sua mãe e vai morar com sua tia Marie-Jeanne Lecadre e, nesse mesmo ano, vai à Paris estudar pintura. “Aluno impaciente da Academia parisiense de Charles Gleyre – pintor demasiadamente tradicionalista para descobrir o gosto do jovem aluno-. Monet convenceu os seus companheiros de curso – entre os quais se encontravam Renoir, Bazille e Sisley – para que o seguissem ao ar livre, para retratar paisagens, como lhe havia ensinado o amigo Boudin”. BARTOLENA S. p. 38 

É nesse museu que você poderá ver em torno de 40 obras de Claude Monet, desde obras do início de sua carreira no ano de 1871, aos períodos seguintes até, finalmente, o período Giverny de 1883-1926.

Segundo Sylvie Patry e Sylvie Patin: ” Através dessas coleções, o retrato de Monet sobre os temas do mar e dos jardins é desenvolvido e os estágios da evolução daquele que foi reconhecido pela primeira vez como líder do movimento impressionista e depois como pintor de séries. e como o criador da aventura original dos Nymphéas, na origem da abstração”p. 33

 Obra: Mulheres no Jardim

Claude Monet – Mulheres no Jardim (1866)

Foi durante a década de 1860, que o pintor Monet se interessa pela figura humana  na natureza e você observa bem isso no Museu d’Orsay, quando você percebe os detalhes de sua captura da vida cotidiana ao ar livre, como se fosse uma fotografia. Ele retratava os personagens com uma perfeição e o artista “já aparece como mestre na arte da paisagem, figura e natureza morta”. p. 33

A obra Mulheres no Jardim é uma das primeiras pinturas de Monet ao ar livre e ela é significativa, pois “representa um momento-chave para o desenvolvimento da futura pintura impressionista. O modelo é, em três das quatro figuras femininas, Camille, a sua mulher; a presença da mulher, pintada em diversas atitudes, é um simples pretexto para captar os efeitos da luz e estudar os jogos de sombra produzidos pelas plantas nas roupas e no chão. É surpreendente a capacidade inata de Monet para reproduzir reflexos do sol que se infiltra entre as árvores e o brilho deslumbrante da luz.”. p. 38

Obra: La Pie 

Claude Monet – Obra La Pie (1868-1869) 0 Óleo sobre Tela 89 x 130cm

Nessa obra de Monet ele retrata a Neve, um dos temas querido dos impressionistas. “Na Natureza, o branco não existe”, afirmará pouco tempo depois Renoir: “sobre a neve existe um céu. O céu é azul; sobre a neve, esse azul deve ver-se.” p. 42

Segundo as palavras de Bartolena “Parece que esta encantadora tela foi recusada pelo júri do Salon de 1869; os motivos de recusa são facilmente imagináveis: as dimensões demasiado grandes para o tema paisagístico, as pinceladas demasiado soltas, a execução sumária, sem atenção ao detalhe. A recusa não desencorajará Monet, que já havia iniciado decididamente o seu próprio caminho, que em poucos anos o levaria a fundar o movimento impressionista”. p. 42

Pode-se aproveitar essa observação para pensar o que faz de diferente os grandes artistas e personalidades brilhantes de nossa história, ou seja, são aquelas pessoas aos quais quebraram paradigmas e acreditaram em seu próprio talento, mesmo diante das dificuldades.

Frédéric Bazille (1841 – 1870)

Frédéric Bazille, um jovem pintor, nascido em Montpellier de uma família protestante da alta burguesia. A partir de 1862, Bazille foi a Paris com a finalidade de continuar seus estudos de medicina, porém passava a maior parte do seu tempo na École des Beaux-Arts, onde se tornou amigo de Monet, Renoir e Sisley.

No ano de 1863, ele passa algum tempo junto a Monet, em uma estadia na floresta de Fontainebleau, para estudar pinturas ao ar livre. Veja mais sobre Frédéric Bazille por aqui.

Obra: Réunion de famille dit aussi Portraits de famille (1867)

“Antes de desaparecer prematuramente durante os combates da Guerra Franco-Prussiana de 1870, Frédéric Bazille é muito próximo de Renoir e Monet, com quem ele particularmente admira as cenas ao ar livre. Aproveitando uma estadia de verão na residência da família de Méric, perto de Montpellier, ele aborda este motivo em uma tela bastante grande, reunindo em um terraço dez de seus parentes próximos, bem como ele mesmo representado de pé na extrema esquerda da pintura. Contrastes contrastantes mostram o amor que o pintor traz para a luz do sul. O grupo está à sombra de uma grande árvore, o que acentua as cores cruas da paisagem e do céu opostos. A luz filtrada pela folhagem sublinha as roupas claras que se opõem às notas escuras das jaquetas, um xale ou um avental. Ao contrário da grande pintura de Monet Women in the Garden, que Bazille acabara de adquirir, cada figura é também um retrato e quase todos os modelos olham para o espectador, como para um fotógrafo. Portanto, e embora seja para este retrato do grupo de intimidade familiar, as atitudes são um pouco fixas. O mesmo desempenho aparece contido e Bazille longo toque na tela durante o inverno, antes de voltar a retomar um ano depois, após a sua exposição ao Salon, substituindo cães pequenos com anormalmente vida ainda. Essas hesitações e concessões, sem dúvida, explicam por que sua pintura foi aceita no Salão de 1868, enquanto as de Monet, mais ousadas, foram rejeitadas. Modesto, Bazille é surpreendido, escrevendo que o júri concordou “Eu não sei como, é provável que nos enganemos”. 

PIERRE AUGUSTE RENOIR (1841 a 1919)

Renoir nasceu em 25 de fevereiro de 1841, na cidade de Limoges, na França. Na sua infância, trabalhou em uma indústria de porcelanas.

No ano de 1862, foi estudar na Academia de Belas Artes e, também na academia do pintor Charles Gabriel Gleyre. Foi nessa academia que Renoir conheceu outros artistas famosos da época, como Claude Monet e Alfred Sisley.

“Seu estilo artístico era marcado pela presença de cores fortes e brilhantes, texturas e linhas harmônicas. O sentimento lírico é outra característica importante nas obras de Renoir. Em suas pinturas prevaleceram as formas humanas individuais, grupos de pessoas e paisagens.” https://www.suapesquisa.com/biografias/renoir.htm

Em 1864, quando realizou sua primeira participação na exposição em Paris, seus trabalhos não foram muito reconhecidos. Somente, após 10 anos, em 1874, na primeira exposição de artistas da nova escola impressionista, com sua pintura Le Moulin de La Galette (foto abaixo), recebeu reconhecimento como uma grande obra de arte impressionista.

No ano de 1883, Renoir realiza sua exposição individual, na Galeria Durand-Ruel, na cidade de Paris, consolidando assim a sua carreira artística.

Renoir era portador de uma doença (artrite) e, mesmo com as dificuldades adquiridas durante os seus últimos 20 anos de vida, não deixou de realizar o seu trabalho. Com o seu pincel amarrado em seu braço, continuou a produzir lindas obras de artes nos deixando suas maravilhas que, hoje, espalhadas por vários lugares do mundo, nos faz tirar o chapéu para mais esse gênio da pintura impressionista.

No ano de 1919, Renoir deixa essa vida aos 78 anos, com problemas respiratórios.

Caso queira mais detalhes sobre a vida de Renoir, você poderá obter por aqui.

Obra: Bal du moulin de la Galette (1876)

Uma das obras mais importantes da carreira de Renoir Bal du Moulin de la Galette foi exposta na exposição dos impressionistas no ano de 1877.

Renoir – 1876 – Óleo sobre Tela – 131 x 175 xm

O tema do quadro é o momento distendido de uma tarde de domingo no Moulin de la Galette, um local muito frequentado em Montmartre., principalmente pelos artistas da época. “Os amigos do artista prestaram-se como modelos para a cena, retratada inteiramente en plein ar, no jardim daquele local. A rapidez da pincelada de Renoir e a sua extraordinária habilidade na consecução dos efeitos de luz conseguem captar com surpreendente frescor o clima alegre e entusiasta. É tal a veracidade e a imediatez da cena que parece poderem ouvir-se as vozes das pessoas, o frufru dos vestidos, o ritmo da música de fundo. Diferentemente dos amigos Monet, Sisley e Pissarro, que preferiam a paisagem, Renoir interessa-se mais pela figura. Na sua longa carreira chegou com alguma frequência a aproximar-se do retrato, gênero pouco habitual entre os pintores impressionistas, com resultados igualmente convincentes”. (BARTOLENA, S.) P. 61

A história do Impressionismo é pontuada com imagens de figuras ao ar livre que são tantos manifestos, que se pensa no almoço na grama de Monet em 1865, ou, mais de dez anos depois, no Bal du Moulin de la Galette. As dimensões dessa tabela indicam sua ambição. Se Georges Rivière, um amigo do artista que aparece no baile, acredita nisso, Renoir teria feito a pintura – inteiramente no local – fazendo-se passar por amigos e modelos, misturada aos frequentadores desse popular baile do Butte Montmartre.

Obra: Dança na Cidade e Dança no Campo ( 1883 )

Outras duas obras que acho lindas e se encontram no Orsay, são dois quadros de um casal dançando, porém Renoir pinta e retrata bem a Dança na Cidade e a Dança no Campo, ambos no ano de 1883.

Renoir – Dança na Cidade – Óleo sobre Tela 180 x 90 (1883) e Dança no Campo – Óleo sobre Tela 180 x 90cm – (1883)

Segundo Bartolena, essas duas telas similares, com o tema da dança representam uma mudança na produção do artista Renoir, “em equilibrio entre as atmosferas impressionistas, que ainda respiram na composição de ambas as cenas e na escolha do tema, e a vontade de voltar a uma pintura de traço definido, na esteira de Ingres e de Rafael.” Segundo as palavras do próprio Renoir: “Por volta de 1883, verificou-se uma espécie de fratura na minha obra, seguira o impressionismo e chegara à conclusão de que não sabia pintar sem desenhar”. p. 70

Na pintura da dança na cidade, representando a elegante dama, serviu de modelo Suzanne Valadon, uma mulher muito conhecida no meio artístico da época que também foi modelo de Toulouse-Lautrec e a mesma seria mais tarde a mãe do pintor Maurice Utrillo.

Na pintura da dança na cidade, Renoir pinta o mesmo dançarino, porém substitui a modelo, aqui a alegre e espontânea Aline Charigot, a companheira de Renoir, que passaria a ser seu novo modelo favorito e musa inspiradora.  Segundo as palavras de Bartolena: “A beleza de Aline, com o seu opulento físico, adequa-se perfeitamente ao novo curso do estilo do pintor e talvez influencie, em parte, a sua tendência para sublinhar a volumetria e a plasticidade das figuras com uma linha suave que acaricia as formas”. p. 72

Abaixo, um pequeno vídeo amador que fiz por lá. Aproveito para convidá-lo(la) a se inscrever no meu canal do Youtube, caso você queira obter mais conhecimentos através de vídeos que posto por lá. ok?

ENDEREÇO:

Musée d’Orsay

1 rue de la Légion d’Honneur
75007 Paris
France

+33 (0)1 40 49 48 14

Acabei trazendo apenas algumas das Obras que vi por lá, apenas para você poder ter uma ideia do que poderá ser visto nesse lindo Museu, lembrando que você ainda poderá estar de frente com obras de Degas, Van Gogh, Gaugin entre outros gênios da pintura do século XIX. 

Enfim, quis registrar e dividir aqui com você um pouco dessa visita ao Museu d’Orsay de Paris. Um Museu que vale muito a pena visitar e, se possível, sem muita pressa.

Aqui no blog você poderá acessar e saber a respeito de alguns outros museus que já tive a oportunidade de visitar, vou deixar alguns aqui para você:

Era isso por hoje.
Obrigada pela sua Visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.

Referências:

Hors – Série de Dossier de l’art – n 13 – Decembre 2011 – Le nouvel Orsay 

BORTOLENA, S. – Coleção Grandes Museus do Mundo – Museu D’Orsay Paris – volume 7 – Coleção Folha

https://m.musee-orsay.fr/fr/oeuvres/commentaire_id/reunion-de-famille-19.html

https://www.suapesquisa.com/biografias/renoir.htm

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