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Como eram os vestuários da Europa bárbara?

Como eram os vestuários da Europa bárbara?

Tempo de leitura 6 min.

Oi Gente

Um dos assuntos que gosto de pesquisar e conhecer é sobre a história do vestuário ao longo dos tempos. Um dos livros que acho mais completo sobre esse assunto é: The Costume History de Auguste Racinet, um dos maiores pesquisadores sobre esse assunto. 

O que divido aqui com você hoje, nesse post, é um pouco sobre o Vestuário da Europa Bárbara: Bárbaros, Escandinavos e Celtas.  Saiba um pouco por aqui…

A forma de se vestir de um povo, nas diferentes culturas, nos possibilita conhecer sobre a sua história, o modo como se comportam em sociedade, bem como observar a evolução do homem desde o início da civilização.

Por trás de um vestuário, há a possibilidade de conhecer a história dos materiais que utilizaram para a sua fabricação, as dificuldades encontradas com poucos recursos, bem como pensar sobre as diferenças culturais.

Pesquisando sobre a história da moda, você pode adquirir conhecimentos culturais incríveis além de fazer as conexões para os dias atuais. Sem dúvida alguma, o modo de se vestir nos permite conhecer e observar algo daquele que o veste e, ainda, observar mudanças de comportamento de acordo com a escolha do vestuário.

Sendo assim, resolvi dividir esse post aqui com você, pois fala de um outro tempo e lugares da Europa que, nem sempre, estamos acostumados a saber a respeito. 

O livro original foi publicado em francês e o que tenho é em inglês e tentei trazer traduzido aqui para você.  Talvez, as fotos não estejam em boa qualidade, pois foram tiradas desse livro, onde realizei minha pesquisa. ok?

Ao observar a foto acima, é obvio que se percebe que não são homens contemporâneos. Esses guerreiros, armados com bronze, fazem parte da mesma família daqueles que destruíram o Império Romano, celtas, gauleses, alemães.

” As eras de pedra, bronze e ferro não são de fato idades, embora existam vestígios do uso de pedra para armas e ferramentas em quase todos os países do mundo, mas esses vestígios não se relacionam de maneira alguma com os mesmos períodos. Atualmente, o campo de estudo mais frutífero para esses períodos pré-históricos é no norte da Europa, na Dinamarca e na Suécia. Os objetos mais antigos desta época não são polidos. Relíquias da segunda idade da pedra, a de pedra polida, abundam na Suécia.” p. 87

Escandinávia

Quanto as ferramentas, foram encontradas em grandes quantidades, em blocos de arenito, com uma ou duas faces de polimento. Os escandinavos, terra dos vikings, da idade da pedra, tornaram as ferramentas indispensáveis para o uso no dia a dia das necessidades elementares da vida e, ainda, lhes deram uma certa elegância. Os alimentos escandinavos desse período, era feitos em vasos, sobre o fogo.

Países que fazem parte da Escandinávia

O uso de metais – bronze e ouro – deve ter produzido um maior grau de civilização. A ferramenta mais comum era um tipo de machado ou cinzel conhecido como celt.

Runas

A arte de escrever runas, os antigos personagens gráficos da Escandinávia, coincidiu com o início da Idade do Ferro, durante o qual os povos do norte adquiriram um conhecimento não apenas de ferro, mas também de vidro, marfim, prata, chumbo e bronze em liga de zinco: eles aprenderam a cunhar moedas, soldar e dourar.

Durante a Idade do Ferro, as roupas eram feitas de madeira. O tecido era uma espécie de damasco, geralmente com um padrão xadrez.

“As peças de vestuário incluíam uma túnica comprida, calças com cinto na cintura e uma capa de lã com a borda inferior com franjas. Calçado era uma espécie de sandália de couro decorada. O ornamento durante o início da Idade do Bronze consistia nas espirais elegantes e nas linhas sigsag visíveis nos diademas. É claro que uma série de monumentos, moedas, armas, vasos de bronze e vidro e objetos de arte encontrados em solo sueco vieram de oficinas romanas e que, desde os primeiros séculos D.C, os escandinavos mantinham relações constantes com os principais povos da Europa , os romanos.” p.87

A comida, geralmente, era apresentada em pratos simples de madeira, era cortada com as facas que todos usavam nos cintos, as colheres eram feitas de madeira, chifre ou osso. Nenhuma colher de prata foi encontrada datando dos tempos pagãos, embora houvesse xícaras em vidro e bronze, sendo a mais caricata da produção romana. Durante os tempos vikings, o vaso era mais comum que o chifre como um vaso de bebida.

Os gauleses

Os gauleses, um conjunto de populações celtas,  descenderam do ramo do cymry e estavam em um estado de decadência militar duas ou três cêntimas antes da era cristã. O desenvolvimento da personalidade e a independência individual tornaram os gauleses inteiramente refratários à disciplina. César dividiu a Gália em três partes, uma habitada pelos Belgae, a segunda pelos Aquitani e a terceira pelos que se autodenominavam celtas, embora os romanos os denominassem galos, gauleses.

Armas, ferramentas, utensílios, figurinos e costumes da pedra Idade do Bronze e Ferro. Da Idade da Pedra: pederneira em forma e pedras polidas. Machados, lança, anzol, contas de âmbar. Época dos dolmens (túmulos megalíticos). 

O desenvolvimento da personalidade e a independência individual tornaram os gauleses inteiramente refratários à disciplina. César dividiu a Gália em três partes: uma habitada pelos Belgac, a segunda pelos Aquitami e a terceira pelos que se chamavam celtas. Os romanos os chamavam de Galli. Gauleses.

Os Sapatos

O uso dos sapatos, das mais primitivas sandálias litúrgicas dos papas aos sapatos cerimoniais de Carlos Magno. Egípcios, persas, gauleses, hunos e lombardos, principalmente gregos e romanos, com modas e usos.

Os uso das sandálias e sapatos eram divididos por categorias. Os exemplos abaixo dos nomes dados:

Carbatinac: sandália simples –  crepida, baxea, solea, caligo, calica, campagus, sandalium, soccus, socellus, cothurna, sapatos mais ou menos abertos.

Sapatos fechados: ocre, pero, calceus, mullleus, focasium, udo, adonia, udones, chinelos e meias. Sculponea (tamancos).

Sapatos usados pelos escravos:  com os pés descalços deve ser entendido como significando em relação a gypsati e cretati.

O calçado do homem livre: Lígula, fixação dos crepídeos, usada pelo cidadão.

Leis especiais, relacionadas à classe, que determinavam a natureza do calçado romano. Materiais e cores de sapatos. Os sapatos de solas grossas eram usados pelas mulheres romanas para aumentar sua altura. 

Os habitantes primitivos da Europa

Bem antes de todas as civilizações históricas, alguns tipos de fósseis nos apresentam informações dos primeiros trogloditas aos habitantes dos primeiros lagos e aldeias, onde foram encontrados os primeiros rudimentos das civilizações e, ainda, o encontro dos primeiros homens com monstros paleontológicos.

 As raças humanas, diferiam em aparência e capacidade intelectual.

Na Pré-história o  uso de armas e ferramentas eram produzidos em madeira e ossos e de sílex (um tipo de rocha muito dura) que eram polidas.

As roupas eram confeccionadas com couro trabalhado, peles, lã, cânhamo e linho e, ainda,  utilizavam para produção de ornamentos, os dentes de animais, conchas e outros materiais naturais.

Os guerreiros de pele branca, cujas famílias destruíram o Império Romano, e os grego-latinos os quais, geralmente, denominavam bárbaros. 

Ibéricos ou eslavos, rasenes ou etruscos, ilírios ou trácios. Gauleses, Cels e Kymris (Cimbri). Alemães ou teutões. Citas; Sármatas; Escandinavos e francos, os merovíngios.

Era um período do predomínio de  armas de bronze e de ferro. Havia os detalhes do ornamento nos uniformes militares e a elegância, já era observada  ​​para cada figura.

Exemplos isolados de armas de bronze gaulês ou celta. Cuirasses, eixos, incluindo o machado celta; punhal e espada -, agarre com lâmina de bronze. Armas de ferro do tipo merovíngia: framée (lança), angon (variedade de lúcios), espada reta, scamasaxe (espada curta); francisque (machado de guerra) e escudo circular.

Roupas Masculinas

Saia ou bata com cinto, monocromático ou como o vergata (uma saia nas cores da guerra da independência, listradas).

Braie – calções compridos e fechados.

Carcalla ou palla gálica – uma túnica com mangas compridas.

Bardocucullus –  uma capa com capuz ou versão reduzida (manto grande de bardocucullus usado pelos antigos bretões. Escócia).

Capa usada como xale: sagun (manto curto do soldado romano).

As roupas, geralmente de lã, às vezes eram decoradas com listras de limusine. Sapatos fechados e botas curtas com cordões.

Píleus de forma frígia ou chapéu de pele.

No vestuário cotidiano, os cabelos são soltos ou confinados por um agente de enchimento. 

Roupas Femininas

As roupas femininas eram compostas da seguinte forma:

Duas túnicas, uma em cima da outra;  vestidos de mangas de comprimento variável, avental.

Brodice: manto ou pálio.  Sapato fechado.

Bulga: carteira que serve como pequena bolsa.

Os cabelos soltos, com nós ou enrolados em um lenço. 

Para enfeites de cabelo, filé ou tiara.

Cabelos com mechas avermelhadas, sobrancelhas pintadas, maquiagem.

Ornamentos de metais forjados e jóias preciosas 

Bordado moderno de caráter celta.

Torques, colares militares.

Rowelles – enfeites de pescoço.

Fixações de pulseiras, fivelas e nos cintos.  Vários ornamentos, chaves e decoração militar da família.

Ouro, prata, e bronze dourado e esmaltado,  contas de vidro simulando pedras, fixadas ou incrustadas e bordados bretão.

 Veja, também, alguns posts aqui no blog relacionados a esse assunto:

A arte no período Paleolítico Superior

A importância da cerâmica para a história da civilização

História da Moda – O início do uso das roupas

História da Moda – Indumentária Greco-Romana

História do tecido xadrez e looks inverno 2018

Enfim, foi interessante observar, nessa pesquisa sobre os vestuários da Europa Bárbara, alguns nomes que permaneceram na nossa linguagem até os nossos dias.

O original desse livro, The Costume History, de Auguste Racinet, foi publicado na França, entre 1876 e 1888. Considerado um dos mais completos sobre a história do vestuário na antiguidade.

Era isso por hoje.

Obrigada por sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

Referência:

RACINET, A. – The Costume History – TASCHEN – Bibilioteca Universalis

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