Oi gente
Leonardo da Vinci – Um homem que inventou a si mesmo apresenta um resumo de sua biografia, bem como cita, ao final, alguns trechos do texto de Freud que fez um análise desse artista.
Um dos assuntos que gosto de pesquisar e dividir aqui com vocês é sobre a biografia de pessoas que acho que tiveram uma vida interessante em sua passagem por aqui e que nos deixaram ensinamentos e que, ao mesmo tempo, fizeram a diferença em seu tempo.
Assisti esses dias um documentário sobre sua biografia e sempre que leio algo a respeito do mesmo, mas o admiro.
Um dos personagens mais admirados da nossa história, Leonardo da Vinci foi um eterno curioso que além que querer entender o mundo, buscava melhorá-lo.
É impossível poder escrever sobre Leonardo da Vinci em um post, mas quero tentar passar um pouco sobre ele por aqui, um pouco de suas produções importantes e uma pequena biografia.
Além de suas maravilhosas pinturas que Leonardo Da Vinci deixou para a humanidade, o mesmo também nos presenteou com cerca de 10 mil páginas de suas anotações, esboços e desenhos que colaboram com os pesquisadores para continuarem a tentar entender os pensamentos desse gênio renascentista.
Um pouco de sua biografia
Leonardo nasceu em 15 de abril de 1452, na cidade de Vinci, em um vilarejo de nome Anchiano, na Toscana, na Itália.
Foi o único filho homem, porém ilegítimo, de Ser Piero Fruosino di Antonio de Vinci, um tabelião da cidade e de sua mãe Caterina de Meo Lippi, uma camponesa de apenas 15 anos e orfã, porém pertencia a uma família abastada.
Na sua infância, até mais ou menos 5 anos conviveu com sua mãe biológica e mais tarde passou a conviver em uma família com mais condições.
Na infância teve muito contato com a natureza e, naquela época, o papel era algo muito raro e caro, mas devido as condições econômicas de seu pai ele teve acesso cedo ao papel e carvão, onde podia desenhar as imagens que observava ao seu redor.
Sobre detalhes de sua infância não se sabe muito, porém na sua adolescência foi com sua família para Florença, uma das cidades mais importantes e ricas naquele momento.
A cidade de Florença era moderna e estava passando por um crescimento econômico com grandes construções de palácios, igrejas e demais tipos e estilos de construções.
Aos poucos, entusiasmado com as novidades da grande cidade e com as condições favoráveis Leonardo passa a frenquentar lugares onde se é possível interagir com pessoas que o ajudarão cada vez mais a desbravar novos interesses para desenvolver seus conhecimentos.
Ateliê de Verrocchio
Andrea di Francisco di Cione, conhecido como Verrocchio, um dos mais famosos artistas de Florença, foi quem recebeu Leonardo da Vinci aos 17 anos como seu aprendiz.
Verrocchio era escultor, ourives e pintor e já atendia a encomendas da classe alta de Florença, e trabalhou na corte de Lorenzo di Medici.
“O Ateliê de Verrocchio estava no centro das correntes intelectuais de Florença, o que garantiu ao jovem Leonardo um educação nas ciências humanas”. Por ser um ateliê famoso e ter muitas encomendas, muitas artes encomendadas eram executadas ou auxiliadas pelos funcionários do ateliê.
“Leonardo foi exposto desde cedo a uma vasta gama de técnicas e teve a oportunidade de aprender desenho técnico, quimica, metalurgia, mecânica, carpintaria, a trabalhar com materiais como couro e metal, fazer moldes, além das técnicas artísticas de desenho, pintura, escultura e modelagem”.
A colaboração de Leonardo da Vinchi na tela de Verrocchio
Nessa tela acima do artista Verrocchio, o Batismo de Cristo, uma tela já utilizando a técnica da pintura a óleo, o que era a novidade nesse momento. Leonardo da Vinci deu sua colaboração nessa pintura pintando o anjo que está do lado esquerdo da tela. As pernas de Cristo também foram pintadas por Leonardo.
Ao comparar a pintura dos anjos, percebe-se a naturalidade das pinceladas de Leonardo da Vinci, com leveza e utilizando a técnica sfumato (“O sfumato é uma técnica artística usada para gerar suaves gradientes entre as tonalidades, é comumente aplicado em desenhos ou pinturas. Sfumato vem do italiano “sfumare”, que significa “de tom baixo” ou “evaporar como fumaça”.)https://pt.wikipedia.org/wiki/Sfumato
A partir desse trabalho, seu mestre Verrocchio percebe o grande talento de seu aprendiz referente a pintura, onde percebe que o aluno pode sim ultrapassar o seu mestre.
Leonardo se torna mestre na Guilda dos artistas e doutores em medicina
Aos vinte anos Leonardo da Vinci foi qualificado para ser mestre na Guilda dos Artistas e doutores em medicina, a Guilda de São Lucas. Mas o que é essa Guilda?
A Guilda de São Lucas era um tipo de associação (“A Guilda de São Lucas não só representava pintores, escultores e outros artistas visuais, mas também (especialmente no século XVII), comerciantes, amadores e amantes da arte. Quando ela foi formada, distinções foram criadas para a distinguir de outras guildas, que até então eram formadas não apenas de artistas, mas também de tecelões, decoradores e até mesmo pintores de casas.”) https://pt.wikipedia.org/wiki/Guilda_de_S%C3%A3o_Lucas
No ano de 1481, Leonardo começa a trabalhar sozinho em seu próprio ateliê.
Em 1482, ele deixa Florença e parte para Milão, onde se oferece para prestar seus serviços a Ludovido Sforza, que era o duque de Milão, apresentando-se na ocasião, como engenheiro, arquiteto e pintor.
No de 1483, ele entrega uma de suas encomendas a famosa pintura Virgem do Rochedo. Essa pintura, na realidade, tem duas verões: uma se encontra no Museu do Louvres em Paris e a outra no National Gallery em Londres.
A primeira versão desse quadro fora pintado por Leonardo, logo que chegou a Milão e é essa que se encontra no Museu do Louvre.
A versão que se encontra no Louvre
Essa foi a primeira versão, pintada entre os anos de 1483 a 1486 e é um pouco maior que a segunda versão que se encontra em Londres.
Essa pintura realizada por Da Vinci foi encomendada por uma organização de nome a Confraria da Imaculada Conceição, para ser colocada no altar da Igreja de São Francisco, em Milão.
Nessa obra do Louvre, “recentemente foi descoberto que, por debaixo da pintura, há outro desenho que revela que a ideia inicial de Leonardo era desenhar a Virgem em Adoração ao Menino Jesus”. .p.60
A versão que se encontra no National Gallery de Londres
Fui pesquisar diretamente no site da National Gallery de Londres e lá eles descrevem essa obra de Leonardo da seguinte forma:
“A pintura fazia parte de um retábulo grande e elaborado feito para a igreja de San Francesco Grande, em Milão, para celebrar a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Substituiu uma imagem semelhante que Leonardo fez anteriormente (agora no Louvre, Paris).“
“Leonardo usou técnicas de pintura inovadoras para dar a impressão de que as figuras estão emergindo da escuridão desse ambiente sombreado. Por exemplo, ele borrou as bordas de suas formas para indicar as sombras que os envolvem. O desenho inferior (esboço preliminar de uma composição) mostra que ele tentou um design diferente, mas depois mudou de ideia, por isso é quase idêntico à versão do Louvre.“https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/leonardo-da-vinci-the-virgin-of-the-rocks
Quando estava em Milão, Leonardo começa a aprender o Latim.
Os Cadernos de Leonardo da Vinci
Leonardo tinha o costume de anotar todas as usas ideias em cadernos e os manteve de suas pesquisas em diversas áreas como: anatomia, ciência, biologia, arte e engenharia. Tinha um fascínio por máquinas voadoras e já naquela época acreditava que o homem poderia voar, assim como os pássaros.
Em seus cadernos encontrava-se inúmeros desenhos e diagramas e todos com anotações feitas à mão por Leonardo, os quais ele os guardou até o final de sua vida. Ele era canhoto e tinha uma forma diferente de escrever, como que se estivesse em um espelho.
A sua famosa pintura “A Última Ceia” foi uma encomenda para a parede do refeitório de Santa Maria della Grazie, um convento de Milão.
Nessa pintura Leonardo “ilustra perfeitamente a crença de que posturas, gestos e expressões faciais devem refletir os ‘Movimentos da Mente'”.
Até 1499, Leonardo da Vinci, continuou trabalhando em Milão e em 1500 ele retorna à Florença e já mais famoso é bem recebido na cidade. Ali em Florença ele pintou uma de suas grandes obras que foi muito admirada por pessoas de todas as idades, Virgem, o menino, Sant’Ana e São João Batista.
No ano de 1502 ele vai trabalhar na Itália com o filho do papa Alexandre VI, César Bórgia e dessa vez atuando como arquiteto e engenheiro militar. Nesse período viajou por quase toda Itália, local onde conheceu Nicolau Maquiavel que se tornaram amigos.
Em 1503, Leonardo retorna a Florença aonde recebeu a encomenda de pintar a sua mais nobre e importante obra, a famosa Monalisa, o quadro mais conhecido mundialmente.
“O retrato de Leonardo da esposa de um oficial florentino, conhecido como ‘Mona Lisa’, é famoso pela expressão enigmática de seu modelo.” https://www.nationalgallery.org.uk/artists/leonardo-da-vinci
No período de 1508 a 1513, Leonardo da Vinci viveu na Itália, primeiramente em Milão e passou três anos em Roma. Em Milão trabalhou em vários projetos para pintar a Virgem com o Menino.
Antes de iniciar essa que foi uma das suas melhores obras, Leonardo havia desenhado em tamanho grande o que é conhecido como “The Burlington House Cartoon” ( que se encontra na National Gallery em Londres)
“Partes do desenho são densamente sombreadas e contrastadas com áreas mais claras para dar um efeito tridimensional, por exemplo, os rostos das figuras e elementos das cortinas, como seções da manga da Virgem e as dobras do tecido que cobrem os joelhos de Santa Ana. Outras áreas, como cocares e pés femininos e a mão apontando de Santa Ana, são simplesmente marcadas com contornos.” https://www.nationalgallery.org.uk/paintings/leonardo-da-vinci-the-burlington-house-cartoon
O encontro de Leonardo da Vinci com o Francisco I, rei da França
O rei da França Francisco I, em outubro de 1515, reconquistou Milão e em um encontro no dia 19 de dezembro do mesmo ano entre Francisco I e o papa Leão X, em Bolonha na Itália, Leonardo da Vinci estava presente.
“Leonardo construiu um robô na forma de um leão que era capaz de andar, e depois de atingir seu destino, um compartimento no peito do leão abriria revelando uma flor-de-lis em honra a monarquia francesa.” Leonardo da Vinci levou consigo, mais tarde o Leão, quando da sua mudança para a França.
Os últimos anos de vida de Leonardo da Vinci
A partir de 1516, Leonardo da Vinci, passa a trabalhar diretamente para o Rei Francisco I, da França.
Ele vai residir em Clós Lucé, próximo a residência do rei, no Castelo de Amboise, localizado na margem esquerda do rio Loire. O rei Francisco I se tornou um grande amigo de Leonardo.
Os últimos anos de Leonardo da Vinci
Foi em Clós Lucé que Leonardo da Vinci passou seus últimos três anos de vida.
Leonardo da Vinci, foi acometido por um derrame onde teve seu lado direito paralisado e mesmo assim continuava ativo, com a ajuda de seus aprendizes. Seu humor foi sendo alterado, passando a desenvolver um pessimismo avassalador.
“Em abril de 1519, Leonardo, agora com 67 anos, redigiu seu testamento. Ele deixou a maior parte de suas obras para seu adorado pupilo e companheiro, Francesco Melzi.” https://www.nationalgallery.org.uk/artists/leonardo-da-vinci
Melzi, foi quem recebeu todo o dinheiro de Leonardo, bem como ficou responsável por todos seus cadernos, sua biblioteca, objetos pessoas e ferramentas. Porém, seu outro pupilo de no Salai, seu criado Battista di Vilussis, também receberam metade das vinhas de Leonardo, cabendo a Salai a posse de todas as pinturas que se encontram com Leonardo da Vinci até então.
Nos seus últimos dias, ele teria chamado um padre para se confessar e pedir a estrema unção.
No dia 02 de maio de 1519, Leonardo da Vinci falece em sua casa, sendo enterrado no Convento da Igreja de Saint Florentin em Amboise.
O que diz o texto de Freud sobre Leonardo da Vinci?
Elaborando esse texto sobre a vida de Leonardo da Vinci, me lembrei de um texto de Freud quando escreveu sobre o mesmo e espero poder compartilhar aqui com você, sobre como Freud analisou a infância de Leonardo da Vinci, em seu texto “Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância”. Texto de 1910.
Freud escreveu ao Fliess, a carta de numero 98, no dia 09 de outubro de de 1898 onde fez o seguinte comentário: “Leonardo, que talvez fosse o mais famoso canhoto da história jamais tivera uma caso de amor”.
Após ler alguns livros sobre Leonardo, Freud falou sobre o mesmo na Sociedade Psicanalítica de Viena, em 1 de dezembro, mas somente em maio de 1910 é que ele publica o seu texto, que até hoje é motivo de várias reflexões a respeito, inclusive com muitas críticas.
Veja alguns trechos de Freud que nos chamam a atenção em sua análise sobre Leonardo da Vinci:
“Devido a sua sede insaciável de conhecimento, Leonardo tem sido chamado o Fausto Italiano. Embora longe de discutir a possível transformação do instinto de investigação em prazer de viver – transformação de devemos considerar como fundamental na tragédia de Fausto – cremos poder arriscar a afirmativa de que a evolução de Leonardo se aproxima do pensamento de Spinoza”. p. 46
“No entanto, sua ânsia de conhecimento foi sempre dirigida ao mundo exterior; qualquer coisa o afastava da investigação da alma humana“. p. 47
Freud menciona em seu texto que pouco se sabe sobre a infância de Leonardo da Vinci, a não ser sobre uma passagem que Leonardo comenta sobre uma lembrança de sua infância:
Leonardo teria dito: “Parece que já era meu destino preocupar-me tão profundamente com abutres; pois guardo como uma das minhas primeiras recordações que, estando em meu berço, um abutre desceu sobre mim, abriu-me a boca com sua cauda e com ela fustigou-me repetidas vezes o lábio”. p.51
Freud comenta: “O que alguém crê lembrar da infância não pode ser lembrado com indiferença; como regra geral, os restos de recordações – que ele próprio não compreende – encobrem valiosos testemunhos dos traços mais importantes de seu desenvolvimento mental“. p. 52
Pelas pesquisas sobre a infância de Leonardo, dá a entender que ele possivelmente viveu com sua mãe biológica até seus 5 anos de vida, quando foi adotado pelo seu pai, que posteriormente se casou com uma jovem que não podia ter filhos, o que fez com que investisse intensamente na educação de Leonardo da Vinci.
Ao tentar interpretar essas lembranças de Leonardo da Vinci em sua citação sobre as suas lembranças de infância, Freud vê o Abutre como sendo sua primeira mãe. Havia já escritos sobre lendas da semelhança do abutre a uma ave que não precisava ser fertilizada para que pudesse procriar e possivelmente Leonardo da Vinci já teria tido contado com esse material e, em suas lembranças, poderia estar associando o Abutre à sua mãe biológica que poderia ter seu filho sem a necessidade de um pai.
Freud ainda coloca em outra parte do seu texto, citando palavras de Leonardo: “Podemos apresentar agora a seguinte interpretação da ênfase dada à cauda do abutre na fantasia de Leonardo: ‘Isso foi numa época em que minha curiosidade afetuoso era toda dirigida à minha mãe e que eu pensava ter ela um órgão genital igual ao meu.’ Constitui mais uma evidência das precoces pesquisas sexuais de Leonardo que, em nossa opinião, tiveram influencia decisiva sobre a sua vida futura”. p.60
Freud continua sua análise: “Quando nos lembramos da probabilidade histórica de Leonardo ter-se comportado em sua vida como uma pessoa emocionalmente homossexual, ocorre-nos perguntar se esta fantasia não indicaria a existência de uma relação causal entre as relações infantis de Leonardo com a mãe e sua posterior homossexualidade manifesta, ainda que ideal (sublimada). Não nos atreveríamos a inferir qualquer conexão dessa natureza da reminiscência confusa de Leonardo se não soubéssemos, pelos estudos psicanalíticos de pacientes homossexuais, que tal ligação existe de fato e é, verdade, condição intrínseca e necessária“. p. 60.
Em outro momento do texto ele deixa claro: “Ainda que o material histórico de que dispomos fosse muito abundante e os mecanismos psíquicos pudessem ser usados com a máxima segurança, existem dois pontos importantes onde uma pesquisa psicanalítica não nos consegue explicar por que razão é tão inevitável que a personagem estudada tenha seguido exatamente essa direção e não outra qualquer. No caso de Leonardo, tivemos de sustentar o ponto de vista de que o acaso de sua origem ilegítima e a ternura exagerada de sua mãe tiveram influência decisiva na formação de seu caráter e na sorte de seu destino, pois a repressão sexual que se estabeleceu depois dessa fase de sua infância levou-o a sublimar sua libido na ânsia de saber e estabelecer sua inatividade sexual para o resto de sua vida.”p. 82.
Enfim, se Leonardo da Vinci sublimou suas tendências homossexuais dirigidos a sua arte e ao grande número de invenções e criações artísticas é algo que ainda pode-se questionar, mas o importante nessa história de um personagem tão admirado até hoje é que o mesmo soube, através de sua produção, achar um caminho para superar suas inquietações internas e a humanidade, de certa forma, só tem a agradecer por suas contribuições.
E se você curte e gosta de assuntos sobre a história da arte, esse livro aqui, pode te dar uma boa ideia em geral.
Era isso por hoje.
Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_da_Vinci#Inf%C3%A2ncia,_1452%E2%80%931468
Documentário do canal curta sobre biografia de Leonardo da Vinci
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sfumato
https://pt.wikipedia.org/wiki/Guilda_de_S%C3%A3o_Lucas
Coleção Folha de São Paulo, Grandes Museus do Mundo – National Gallery de Londres
https://pt.wikipedia.org/wiki/Le%C3%A3o_de_Leonardo_da_Vinci
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amboise
Uma resposta
Hey very nice blog!