Viagem de Litorina de Curitiba à Morretes no Paraná

Viagem de Litorina de Curitiba à Morretes no Paraná

Tempo de leitura 6 min.

Oi gente

O objetivo do post de hoje é dividir aqui com você mais uma experiência nessa viagem de litorina de Curitiba a Morretes no Paraná.

Na hora do embarque

Primeiramente, gostaria de comentar que adoro um trem, até porque ele tem a ver com minha história de vida. Meu pai, tio e avó trabalharam e se aposentaram na antiga Rede Ferroviária e tenho lembranças deliciosas da infância com viagens nos antigos trens de passageiros. Sendo assim, adoro viajar de trem.

Aproveitei uma pequena “trégua” da pandemia aqui no Brasil, no final de 2021 para fazer novamente essa viagem de trem. Após 40 anos, voltei a fazer esse percurso e quantas lembranças gostosas.

Esse passeio é uma das opções de turismo que o nosso Estado do Paraná oferece. A estrada de ferro, na realidade vai de Curitiba a Paranaguá.

Na primeira vez que fiz esse passeio, para se ter uma idéia, era muito jovem, tinha apenas 19 anos e fomos até Paranaguá. Porém, esse que relato aqui hoje, aconteceu em dezembro e já com 60 anos.

Nessa atual viagem, optamos por pegar um pacote turístico, onde fizemos o trajeto de trem somente até Morretes e depois seguimos de ônibus até Antonina e retornamos de van pela estrada da Graciosa. Veja mais abaixo o roteiro.

Local do embarque dos turistas na Rodoviária de Curitiba

A título de curiosidade, a Estação Rodoferroviária de Curitiba é o primeiro terminal rodoviário integrado com estação de trem que foi construído no Brasil.

Roteiro da Viagem

Saida: Curitiba

Primeira Parada: Santuário Nossa Senhora do Cadeado

Segunda Parada: Morretes

Terceira Parada: Antonina

Retorno: de Van pela estrada da Graciosa

Veja abaixo um pequeno vídeo da linda maquete dessa estrada:

Enquanto esperávamos a chegada do embarque, na sala de espera, aproveitei também para ver a tocha das olimpíadas que percorreu Curitiba, veja o vídeo abaixo:

Alguns aborrecimentos iniciais da viagem

Não ia comentar sobre isso por aqui, mas pensando bem acho interessante nós como turistas e clientes relatar algumas experiências para que possamos estar melhorando cada vez mais essa área do nosso país, por isso não vou citar nome da empresa e nada, pois a intenção não é prejudicar ninguém.

Só um alerta para que leia certinho todo contrato de pacote turistico, inclusive as letrinhas pequenas, porque sabemos que na hora de vender tudo é lindo e depois, nem sempre…

Tem vários pacotes que você poderá escolher e comprar. Escolhemos esse roteiro no trem de luxo, que apresenta três vagões com decorações diferentes.

Passeio de trem em Curitiba tem jantar temático em vagão de luxo
Decoração Clássica de um dos vagões da Litorina – Expectativa

Confesso que fiquei chateada na entrada da viagem, pois tinha dito que queria viajar no vagão com decoração mais clássica e tradicional e, na hora do embarque, nos ofereceram uma mais moderna. Embora a viagem é a mesma, o atendimento é igual, fiquei sim chateada pois me foi prometido algo por telefone e não foi bem assim.

Depois lendo o contrato, eles realmente deixam claro que poderá ser em qualquer um dos três vagões, não entendi bem o critério da escolha.

Decoração do vagão moderno – a realidade onde viajei

Outra coisa, a numeração do seu lugar, embora esteja no bilhete, eles te colocam onde querem. Inclusive nos mudaram três vezes de lugar e quando perguntei para a funcionária por que a numeração então, ela me disse simplesmente que a numeração pertencia a decisão dela. OI? Pois é, acredite se quiser.

Precisamos melhorar esses atendimentos….

Mas nesse momento, coube descer e não fazer a viagem ou ir assim mesmo. Porém, decidimos por fazer o passeio, até porque não resido em Curitiba e mudar para outro dia seria mais desgastante.

Passado aquele momento da chateação relaxei e vamos lá curtir a viagem. Afinal, nem sempre nas viagens acontecem tudo da forma que imaginávamos.

Dentro do vagão

Após acomodar os passageiros você é recebido com uma taça de espumante e logo em seguida é servido um lanche, como na foto abaixo.

O lanche servido durante o trajeto

As janelas são todas fechadas, devido ao ar condicionado, mas com uma amplitude que você poderá curtir perfeitamente o passeio e fazer suas filmagens e fotos.

Veja no pequeno vídeo abaixo, o início da viagem:

O inicio da viagem

Um pouco da História dessa ferrovia

Em 1871 alguns políticos e senhores que produziam a erva mate no Paraná, discutiam sobre o problema de escoamento da erva mate e que precisavam levar de uma forma mais rápida para o litoral, até porque os países que na época consumiam nossa erva-mate era o Uruguai, Inglaterra, França e Chile.

Aconcágua | Expedição Guanacos
Muares – (burros e mulas) que aguentam cargas pesadas

Para se ter uma ideia “o transporte terrestre era limitado aos muares e não existia nenhuma estrada que ligasse o litoral à Curitiba. O caminho era feito em trilhas indígenas (…)”. p 8

Ferrovia de Paranaguá-Curitiba: Mais de 135 anos de história! - VaiViver -  Ecoturismo e Aventura

No ano de 1875, a cidade de Antonina e Paranaguá disputavam de onde partiria a ferrovia e por um decreto Imperial ficou decido que seria em Paranaguá.

A companhia Belga-Francesa, no ano de 1879 (Compagnie Générale de Chemis de Fer Brésiliens) ” adquire a concessão da construção da ferrovia”. p. 9

“Em 1880, no dia 05 de junho, o Imperador D. Pedro II, lança a pedra fundamental da construção da ferrovia onde hoje é a estação ferroviária de Paranaguá. (…) foram 5 anos para concluir todo o trecho da ferrovia “. p. 9

Ruínas abandonadas que fizeram parte dessa história

Durante a construção dessa ferrovia muitos trabalhadores perderam suas vidas. Eles residiam dentro da mata em comunidades para facilitar o trabalho e durante essa viagem você observará ainda sinais de que haviam uma comunidade de moradores por lá.

Ruínas das antigas moradias dos trabalhadores que construíram a estrada

“Entre o fim de 1881 e o começo de 1882, houve uma pandemia de malária e tifo nas obras da estrada de ferro. Alguns trabalhadores morreram, porém, o número dos que vieram a óbito por doenças e acidentes fatais é relativamente baixo”. p. 9

André Rebouças e Antonio Rebouças, dois irmãos, foram os primeiros a pensar na possibilidade da construção dessa ferrovia. Os dois eram netos de escrava alforriada que casou com um alfaiate da Corte Portuguesa o que possibilitou a estudar na Europa e concluir especialização em engenharia, na cidade do Rio de Janeiro.

“Vale a pena mencionar aqui que o Imperador Dom Pedro II, atendeu um pedido especial dos irmãos Rebouças, ele proibiu a mão de obra escrava na construção dessa ferrovia“. p. 10

A oportunidade de viajar pela nossa linda mata Atlântica

Esse passeio é muito procurado, também, por estrangeiros que visitam a nossa capital, pois é uma oportunidade de apreciar as belezas naturais da nossa mata atlântica. Veja abaixo, um pouco dessa maravilha em um pequeno vídeo que fiz durante a viagem.

“Inicialmente a Floresta Atlântica cobria uma área de 1.300.000 km2 e hoje apenas 99.000 km2 e esse trecho por onde passa a ferrovia, è o mais continuo preservado no Brasil.”

Você poderá encontrar nessa Floresta, plantas exóticas e nativas como: pínus, eucaliptos, bananeiras das Ilhas Canárias, hortênsias trazidas de Açores, embaúba, bambu ,bromélias Ipê, Guapuruvu, imbuia, manacá da serra, orquídeas, palmito, samambaias, Xaxin e muitas outras.

A nossa primeira Parada

No trajeto entre Curitiba e Morretes, fizemos uma parada para fotos e conhecer o Santuário Nossa Senhora do Cadeado.

A parada do trem

Talvez aqui pessoas com um pouco de dificuldade em andar, é melhor esperar no trem, pois temos que dar uma pequena caminhada para subir até o santuário.

Placa da Inauguração em 1965

Esse “Santuário foi construído sobre a trilha do Itupava. “Tem este nome devido ao paredão em sua frente com de de 40 graus de inclinação e com as curvas dos trilhos semelhantes ao U do cadeado.”. p. 52

A imagem que se encontra no Santuário é de Nossa Senhora do Rocio

Embora o nome do Santuário seja Nossa Senhora do Cadeado, a imagem que você verá por lá é de Nossa Senhora do Rocio, padroeira do Estado do Paraná.

A parada nesse ponto é rápida, em torno de uns 20 minutos, para que você possa apreciar e conhecer o local, com uma vista linda e lhe permite a fazer algumas fotos legais.

Fique a vontade para dar mais uma olhadinha nesse pequeno vídeo que fiz desse local.

Seguimos desse ponto, direto para a cidade de Morretes, onde provamos o famoso barreado do Paraná.

Mais dois pequenos vídeos abaixo, para se ter uma ideia: O Reservatório Marumbi e a Cachoeira da Noiva e a linda ponte de 1884

Chegamos em Morretes

Vou deixar aqui mais algumas experiências de viagens por alguns lugares aqui do
Brasil que tive a oportunidade de conhecer e já fiz post por aqui. Aproveite para dar uma olhadinha:

Natal – Rio Grande do Norte e seus passeios maravilhosos

Bonito – MS – Roteiro para 2 dias

Como foi passar um final de semana nas Thermas de Jurema, no Paraná

A graciosa cidade histórica da Lapa no Paraná

Curitiba – o que vi em um dia por lá

Recanto das Cataratas- Uma viagem com 4 gerações

Cidade de Santa Maria no Rio Grande do Sul

Visita a uma charqueada em Pelotas – RS

Se você, assim como eu, gosta muito de viajar. Veja a categoria sobre viagens aqui no blog que tem muito conteúdo sobre viagens nacionais e internacionais. Penso que uma viagem não é despesa e sim um investimento em nossas vidas.

Enfim gente, se você pensa em fazer uma viagem legal de trem e tiver essa oportunidade, vale muito a pena pensar nesse passeio.

Era isso por hoje.

Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

Referência:

KUCZLOWSKI, A. C. e F.R., FERLIZI, N.G. – Trem da Serra do Mar Paranaense.

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

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