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Quem foi Amélia Earhart?

Tempo de leitura 9 min.

Oi Gente

O objetivo do post de hoje é trazer aqui para você um pouco da vida dessa grande mulher da história da aviação, Amélia Earhart. Saiba um pouco por aqui…

Provavelmente, você já deve ter ouvido falar de Amelia Earhart ou, até mesmo, lido algo a respeito. Mas, se não for esse o seu caso, vale a pena continuar essa leitura e saber um pouco sobre ela.

Gosto de dividir aqui com você histórias de vida de mulheres que deixaram seu nome na história, pela contribuição em sua área de atuação.

Quem foi Amélia Earhart?

Amélia Earhart, assim como outras mulheres que merecem nossa admiração na história, é aquela mulher que estava bem a frente de seu tempo, ela viveu entre os anos de 1897 e 1937 e foi ela que ajudou a começar os negócios de aeronaves nos Estados Unidos.

Em 1920, ela  já era um piloto de aviação. Se pensarmos que, ainda hoje, não é tão comum mulheres pilotarem um avião, imagine naqueles tempos.

Além de piloto, Amélia também foi escritora, palestrante e designer de moda durante sua vida. Tudo isso voltada para sua grande paixão que era voar.

Ela já pensava que todas as mulheres deveriam ter os mesmos direitos que os homens, lembrando que em sua época nem votar era permitido a todas as mulheres.

Infelizmente, sua vida não foi tão longa para poder ver alguns avanços e conquistas femininas. Amélia morreu nova em seus quarenta anos, quando tentava bater mais um record da aviação que era dar a volta em torno do mundo. Em algum lugar do oceano pacífico seu avião caiu e nunca foi achado.

Um pouco da história da sua vida

Amelia Mary Earhart nasceu em Atchison, no Estado de Kansas, Estados Unidos, em 24 de julho de 1897.  Seus pais eram de família onde dinheiro não era problema.

Sua infância e juventude

Ainda criança,  Amélia viajou com  seu pai Edwin Earhart e toda a família para St. Louis, no Missouri, com o objetivo de visitar a famosa feira mundial do local, onde 20 milhões de pessoas a visitaram no ano de 1904. 

Uma grande roda gigante chamou a atenção de Amélia e, quando retornou a Kansas, ela com ajuda de seu tio pretendia construir algo que pudesse brincar que fosse mais alto que o chão. Assim, construiu um tipo de escorregador onde ela foi a primeira a subir sobre o telhado da pequena casa que construíram e de lá desceu.  Apesar de ter levado um tombo, Amélia não parou por ai. 

Na sua infância já gostava de brincadeiras que estivesse relacionada a velocidade, como descer as montanhas com neve nos carrinhos que davam a sensação de alta velocidade.

Aos 17 anos, no verão, Amélia foi para uma outra feira, agora de Iowa State Fair e foi lá que ela viu, pela primeira vez, um aeroplano.

A adolescência de Amélia não foi lá muito fácil. Seu pai, com problemas de alcoolismo,  não conseguia se manter em um emprego e a família foi obrigada a se separar. A mãe de Amélia, Amy Earhart  levou ela e sua irmã para Chicago, onde passaram a morar inicialmente com amigos. 

Em Chicago, Amélia após pesquisar algumas escolas, rejeitou ficar na mais próxima de sua casa, indo estudar na Hyde Park High School.

Em 1916, quando estava com 19 anos, pegou um trem para Ogontz School in Pennsylvania, não se importando e ir tão longe de casa, apenas estava começando uma nova aventura. 

A Primeira Guerra Mundial

Enquanto estava estudando na Pennsylvania, os Estados Unidos entrou na Primeira Guerra Mundial, que ocorreu entre 1914 e 1918.

No natal de 1917, Amélia foi até Toronto no Canadá, onde residia sua irmã Muriel e lá se encontram ela, a mãe e a irmã. Em Toronto foi onde Amélia viu soldados que haviam estado na guerra. Ali decidiu que queria ajudar e, em uma semana, decidiu que não voltaria para Pennsylvania. Amélia trabalhou no hospital de Toronto até o final da Primeira Guerra Mundial. 

Após cumprir com o seu desejo de ajudar, como enfermeira, aos soldados que retornavam da guerra, ela retorna ao seu país de origem e, agora, vai escolher a sua carreira.

Amélia e a escolha de sua carreira

Primeiramente ela queria estudar ciência. Ela decidiu se matricular na Columbia University, em Nova York. Naquela época, era comum as mulheres se casarem e parar a suas carreiras, como forma de atender o que a maioria dos homens queriam, que as esposas ficassem em casa. Amélia não conseguia entender por que uma mulher que queria se casar deveria deixar de lado o seu trabalho.

Sempre inquieta e não muito definida sobre sua carreira, Amélia deixa Columbia e vai para Los Angeles, próximo a seus parentes.

Amélia foi pedida em casamento por um jovem rapaz de nome Sam Chapman, mas pelo fato dele não aceitar que ela fizesse uma carreira, Amélia não aceita seu pedido de casamento.

Em 1920, com 23 anos de idade, ela e seu pai se juntaram a uma multidão de pessoas em Long Beach, na California. Ali estava tendo um show com pilotos de aeronaves. Amélia ficou fascinada e pergunta qual o preço para se aprender a voar.

Na época, não havia aeroportos nem pistas de decolagem. As decolagens eram feitas de grandes campos vazios. Três dias depois, Amelia e seu pai foram para o Rogers Field e foi lá que ela fez sua primeira viagem de avião.
A duração de tempo do vôo, foi apenas dez minutos. O piloto sentou na frente e Amélia atrás dele. O Cockpit completamente aberto e os dois usavam óculos para a proteção dos olhos. O avião pulava naquele campo acidentado para decolagem e, aos poucos, subiu ao ar. Se referindo a esse dia Amélia disse: “Assim que saímos do chão, eu sabia que eu mesma tinha que voar”.

No próximo dia, Amélia procura alguém que possa ensiná-la a pilotar um aeroplano e assim começa a ter aulas com sua instrutora, apenas um ano mais velha, de nome Neta e se tornam grandes amigas. A cada dia, se interessava mais e mais com tudo que se referisse a aviação. Fazia aula todos os dias em que o tempo estive bom para voar e, quando não, aproveitava para aprender sobre as partes do avião, bem como sua manutenção.

Em 15 de dezembro de 1921, fez o seu teste para conseguir a sua licença como piloto. Com menos de um ano, passou no teste e Amélia Earhart se tornara então um piloto de aeroplano.

Com a ajuda de sua mãe adquire seu próprio avião, simples no início e, apesar de suas limitações,  se inscreve em shows para voar como forma de ganhar um pouco de dinheiro. Naquela época, ela se tornava atração pelo fato de ser a única a participar desses shows aéreos.

Sua amiga e instrutora Neta se casa e não pode mais continuar com Amélia. Ela precisava de um outro instrutor e foi onde surgiu um expert chamado Monte Montijo, com experiência em voos de guerra. Ele ensinou muito a Amélia.

Os desafios de Amélia

Apesar de Amélia gostar de voar, logo descobriu que não poderia se sustentar apenas voando.  Não havia grandes companhias aéreas ou aviões ainda. As pessoas não viajavam de avião. Na verdade, a maioria das pessoas nunca esperou viajar de avião.

“Em 1924, Amelia desistiu temporariamente de seu sonho. Ela vendeu o Canário e usou o dinheiro para comprar um carro. Você pode imaginar que Amelia escolheria um automóvel prático como o Ford Modelo T. Ela não o fez. Ela comprou um extravagante conversível amarelo. Se ela não pudesse voar no ar, pelo menos teria a sensação de voar pelo chão, Amelia nomeou seu carro como Perigo Amarelo. Ela e sua mãe atravessaram o país e se dirigiram para a costa leste.”p. 43

Amélia encontrou um trabalho em Boston, onde trabalhou na Denison House, cuidando de crianças pobres. O seu plano de voar estava nessa época limitado aos finais de semana.

No ano de 1927, Charles Lindbergh, virou noticia por todos os lados, pois ele foi o primeiro piloto a voar através do Oceano Atlantico.
Em Londres, havia uma rica mulher americana chamada Amy Guest que tinha o sonho de ver a primeira mulher a atravessar o atlântico em um voo, mas não era um piloto. Assim, Amy contata Putman para achar essa mulher a qual seria patrocinada por Amy.   

Putnam, era diretor de uma grande editora e conhecia muita gente e era muito bom em fazer negócios. Ele começa então a usar sua rede de amigos para ajudá-lo a encontra uma mulher certa para realizar, pela primeira vez, essa viagem. Um amigo encontrou Amélia Earhart.

Por que Amélia concordou?
Primeiramente, nenhuma mulher havia antes atravessado o oceano Atlântico pilotando um avião.  Ela escreveria a um amigo dizendo que “Quando uma ótima aventura é oferecida a você, não se deve recusar”.  Ela esperava também que se conseguisse realizar esse vôo, haveria a possibilidade de outros trabalhos nessa área da aviação.
O vôo era muito perigoso. Embora Lindbergh tivesse feito esse vôo com segurança, outras quatorze pessoas tentaram atravessar o oceano e morreram. Das quatorze, três eram mulheres. Nesse cenário, havia no momento outras duas mulheres se preparando para essa travessia. Assim, Amélia teria que ser rápida para que fosse a primeira.
O primeiro vôo
No dia 18 de junho de 1928, Amelia Earhart tornaria a primeira mulher a voar como passageira através do Oceano Atlantico. O seu vôo, com o avião chamado Friendship saiu da costa do Canadá, Boston e voou até London. “A equipe partiu de Trepassey Harbor, Terra Nova, em um Fokker F. VIIb/3m em 17 de junho de 1928, aterrisando em Burry Port (próximo de Llanelli), País de Gales, Reino Unido, exatamente 20 horas e 40 minutos depois. Como a maior parte do voo foi por instrumentos e Amélia não tinha treinamento para esse tipo de voo, ela não pilotou a aeronave. Na entrevista após a aterrissagem, ela disse, ‘Stultz fez tudo o que foi necessário. Eu fui somente bagagem, como um saco de batatas’. E acrescentou, ‘talvez um dia eu tente fazê-lo sozinha'”.
Em Londres, Amelia é convidada a tomar chá com ricos e famosos e inclusive com a realeza. Assim, também, aconteceu quando retornou a América onde foi recebida por uma multidão que a comparava com o piloto Lindbergh. Inclusive, devido a sua semelhança aparente ela era chamada de “Lady Lindy”. George Putman adorava tudo isso. Ele sabia que poderia fazê-la cada vez mais famosa.
Com a sua popularidade, Amelia observa o interesse crescente da população com a aviação e o mundo pequeno da aviação começa a expandir e Amelia esperava fazer parte desses negócios.
Amelia se tornou famosa
Amelia se tornou tão popular e querida da população em geral, Putman, como havia dito, colaborou para lançar Amelia em várias áreas do mercado. Amelia começa então a realizar palestras pagas, a dar entrevistas, a escrever em revistas, bem como a ser formadora de opinião no mundo da moda. Com todos esses trabalhos e recebendo por eles, o que Amelia queria era a possibilidade de bater records e adquirir seu próprio aeroplano.
No ano de 1932, Amelia realiza o seu voo sozinha na travessia do Oceano Atlântico. 
Em 1935, realizou um voo solo de Honolulu, no Hawaii a Oakland, na California, um voo direto e sem problemas mecânicos. Também em 1935, tentou realizar um voo ao redor do mundo sozinha, porém não conseguiu concretizar essa sua aventura.
“Entre 1930 e 1935, Amelia bateu sete recordes de velocidade e distância para mulheres em várias aeronaves: Kinner Airster, Lockheed Vega e Pitcairn Autogiro. Em 1935, reconhecendo as limitações de seu “amado Vega vermelho” em longos voos transoceânicos, Amelia pensou, em suas próprias palavras, um novo “prêmio: um voo que eu gostaria muito de tentar – a circum-navegação do globo o mais próximo da sua linha de cintura que pudesse.” Para esta nova aventura, ela precisaria de uma nova aeronave.

O último vôo de Amelia Earhart

No ano de 1937, no dia primeiro de junho, Amelia Earhart decolou de Oakland, na Califórnia, com uma segunda tentativa de se tornar o primeiro piloto a circular o mundo. Ela foi acompanhada por Fred Noonan. Eles voaram para Miami, depois para a América do Sul, atravessaram o Atlântico para África, depois para o leste, para Índia e o sudeste da Ásia. O casal chegou a Lae, Nova Guiné no dia 29 de junho, voando 22.000 milhas. Faltava 7.000 milhas para o retorno a Oakland.

Earhart e Noonan partiram de Lae para a pequena Ilha Howland – sua próxima parada de reabastecimento – em 2 de julho. Foi a última vez que Earhart foi vista viva. Ela e Noonan perderam contato por rádio com a lancha Itasca, da Guarda Costeira dos EUA, ancorada ao largo da costa da Ilha Howland, e desapareceram no caminho.

O presidente Franklin D. Roosevelt autorizou uma busca massiva de duas semanas pelo casal, mas eles nunca foram encontrados. Em 19 de julho de 1937, Earhart e Noonan foram declarados perdidos no mar.

Estudiosos e entusiastas da aviação propuseram muitas teorias sobre o que aconteceu com Amelia Earhart. A posição oficial do governo dos EUA é que Earhart e Noonan colidiram com o Oceano Pacífico, mas existem inúmeras teorias sobre o desaparecimento delas.

Muitas notícias e expedições foram realizadas para desvendar o que teria acontecido com a Amelia Earhart e de lá para cá inúmeras hipóteses foram levantadas. Mas, o que mais me chamou a atenção na história dessa mulher, foi a sua garra e determinação em buscar aquilo que desejava, em uma época onde não era comum as mulheres buscar determinadas atividades profissionais.

Enfim, o nome de Amélia Earhart entrou para a história da aviação e é um exemplo de garra, determinação e coragem. 

Se você gosta, assim como eu, de saber histórias sobre a vida de mulheres que fizeram a diferença na história, veja algumas por aqui.

24 mulheres mais poderosas do século XX – (I)

24 mulheres mais poderosas do século XX (II)

Era isso por hoje.
Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
JEROME – Wo was Amélia Earhart?  The New York Times Best Selling Series
https://pt.wikipedia.org/wiki/Amelia_Earhart#Voo_transatl%C3%A2ntico_de_1928
www. history.com
As imagens são as disponíveis através do Pinterest e google.

2 respostas

  1. O Voto Feminino nos Estados Unidos foi aprovado em 1920 , então Amelia podia votar sim
    Agora se referir a Fred Noonam e Amelia como casal ???
    Não eram um casal !!!
    Fred Noonam foi Diretor da Pan Am . Ele criou a navegação entre Estados Unidos e Europa.
    AMELIA foi muito mais que ícone pra Feministóides
    Amelia junto com o Almirante Byrd descobriu um mundo ainda desconhecido por nós
    Inimaginável por gente comum

    1. Olá Pedro

      Seja bem vindo por aqui. Pois é a escrita tem dessas coisas que, as vezes, podem ser mal interpretadas. Quanto ao voto, me referi a todas as mulheres de uma forma geral. Realmente o direito ao voto foi em 1920, porém nem todas podiam votar, como foi o caso das mulheres negras, o que só foi acontecer quase 5 décadas depois.
      Quanto ao casal, não disse que eram casados. O fato dos dois viajarem juntos e sendo um homem e uma mulher, coloquei como casal, sem contudo mencionar que era casados.
      Mas, agradeço seu comentário. É uma oportunidade para gente melhorar sempre, principalmente na escrita.
      Obrigada
      Um abraço.

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