Oi Gente
O objetivo do post de hoje é dividir aqui com você um pouco sobre a importância desse psicanalista e psiquiatra Karl Abraham nos estudos da área da saúde mental.
Karl Abraham foi um psiquiatra e psicanalista alemão e grande colaborador no desenvolvimento da psicanálise em Berlim.
“Implantou a clínica freudiana no campo do saber psiquiátrico, transformando assim o tratamento das psicoses: esquizofrenia e psicose maníaco-depressiva (melancolia).”
Abraham foi um dos primeiros psicanalistas a ter um consultório particular na Alemanha.
Foi considerado por Freud o melhor de seus alunos e fazia parte do grupo dos 07 de confiança absoluta de Sigmund Freud, o qual foi um daqueles que recebeu o anel de Freud, como símbolo do grupo.
Um pouco sobre sua biografia
Abraham nasceu em Bremen, no dia 03 de maio de 1877 e faleceu muito novo aos 48 anos de enfisema “uma septecemia consecutiva a um abcesso pulmonar provavelmente causado por um câncer, no dia 25 de dezembro de 1925”. p. 2
Era de uma família judia muito religiosa; “o avô foi um rabino destacado, e desde menino ele apresentava um talento muito grande para línguas. Chegou a considerar a possibilidade de se dedicar à Filologia; aprendeu grego e latim na escola, falava bem o francês, espanhol, inglês e italiano”.
Seus pais eram comerciantes judeus, estabelecidos ao norte da Alemanha, desde o século XVIII.
Karl Abraham se formou em medicina em 1901, tendo estudado em várias faculdades e termina seu curso na cidade de Freiburg, próxima à fronteira com a Suiça e foi através de Carl Jung que teve acesso à psicanálise.
Foi no Hospital de Burgholzli, em Zurique, que Karl Abraham iniciou seus estudos na área da psicanálise, sendo assistente de Carl Jung e Eugen Breuler. Nesse período Abraham tem o contato com os textos vienenses de Sigmund Freud.
Foi a partir desse hospital que Breuler cunhou o termo “Esquizofrenia” em substituição da “demência precoce”.
Em 1906, Abraham casou-se com Hedwig Bürgner e tiveram dois filhos. Hilda (1906-1971) que se tornou mais tarde psicanalista, era sua filha que apresentava alguns problemas e Abraham escreveu um artigo sobre ela, “A pequena Hilda, devaneios e sintomas em uma menina de 7 anos”, no ano de 1913.
Em 1907, Abraham foi para Berlim onde se instalou e nesse mesmo ano, fez o primeiro contato com Sigmund Freud, em Viena. “Foi o início de uma bela amizade e de uma longa correspondência – 500 cartas entre 1907 e 1925 – da qual só se conhece uma parte. Publicada em 1965 por Ernst Freud (…)”p.2
Em 1908, juntamente com Magnus Hirschfeld, Ivan Bloch, Heinrich Körber e Otto Juliusburger criou um primeiro círculo que se tornaria a Sociedade Psicanalítica de Berlim. Essa Sociedade iniciou-se em março de 1910 e Abraham seria seu presidente até a sua morte.
Em 1909 junto com Max Eitingon (médico e psicanalista) criaram a Policlina de Berlim, a história do movimento psicanalítico alemão que foi dizimado pelo nazismo, no ano de 1933.
Abraham foi analista de muitos analistas que se tornaram importantes: Helen Deustsch, Melaine Klein, Sándor Radó, Theodor Reik, entre outros.
As Obras de Abraham
Abraham, segundo Roudinesco e Plon, foi mais clínico do que teórico, mas escreveu alguns artigos breves:
De 1907 a 1910 – se dedicou a comparar a histeria e a demência precoce (que mais tarde receberia o nome de esquizofrenia) e à significação do trauma sexual na infância.
Nos dez anos seguintes se dedicou a estudar a psicose maníaco-depressiva, o complexo de castração na mulher e as relações do sonho com os mitos.
No ano de 1911, publicou um estudo sobre o pintor Giovanni Segantini que viveu no período de 1859-1899 (pintor italiano, um dos mais famosos no final do século XIX- pintava paisagens pastorais dos Alpes) e foi atingido por distúrbios melancólicos.
Em 1912, escreveu um artigo sobre o culto monoteísta de Aton, “do qual Freud se serviria em Moisés e o monoteísmo, esquecendo de citá-lo.”p. 02
Abraham descreveu, ainda, os três estádios da libido: anal, oral e genital.
Em agosto de 1924, em Simmering (um distrito de Viena), Abraham teve seu último contato com Freud e 1 ano e 4 meses depois viria a falecer.
“Em citações que aparecem entre 1912 e 1932, de “Totem e Tabu”até as “Novas Conferências Introdutórias sobre Psicanálise”, Freud se refere a Abraham com um grande parceiro na construção de sua teoria e aquele que, em suas formulações, mais contribuiu para o entendimento das psicoses, em especial dos quadros depressivos”.
Resumidamente, conforme um artigo que fala sobre as contribuições de Abraham, que vale a pena leitura, os descreve assim:
“A obra de Abraham é dividida em três partes. Seus primeiros escritos versam sobre a demência precoce, o alcoolismo e artigos sobre sonhos e mitos. No segundo grupo, destacam-se ensaios sobre a ejaculação precoce, fantasias oníricas
histéricas, neuroses de guerra, e o complexo de castração nas mulheres.
No terceiro grupo, Abraham desenvolve sua teoria sobre o estágio pré-genital do desenvolvimento, escrevendo dois livros: um sobre formação do caráter, e outro a
respeito da evolução da libido.
No campo da psicopatologia inseriu grandes contribuições sobre a psicose maníaco-depressiva e a diferenciou da neurose obsessiva através da análise minuciosa das relações com o objeto.“
Era isso por hoje.
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Um abraço.
Referências:
https://en.wikipedia.org/wiki/G
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7824/7824_6.PDF
ROUDINESCO & PLON – Dicionário de Psicanálise -p. 01 e 02 Ed. Zahar, Rio de Janeiro 1998.
https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/7824/7824_6.PDF