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História da Moda – de 1970 a 1980

História da Moda – de 1970 a 1980

Tempo de leitura 7 min.

Oi Gente

O objetivo do post de hoje é trazer aqui para você um pouco da História da Moda, no período de 1970 a 1980, os famosos e radicais anos 70. Falar desse período, para nós que já passamos dos 50, fica um pouco mais interessante pois vivenciamos essa década, no meu caso adolescência,  e além de pesquisar a respeito é, também, uma oportunidade para recordar um pouco de nossas próprias experiências na forma de se vestir.

A volta do romantismo

A década de 70 inicia-se de uma forma mais calma que os revolucionários anos 60. “Após a turbulência da década de 60, a moda começou a olhar para trás em busca de inspiração, como logo após a Segunda Guerra Mundial. A fase romântica abriu o caminho para um retorno às formas do final da década de 20 e princípio da de 30. (…) Agora, entretanto, uma consciência das roupas dessa época – não só de suas formas, mas de seu corte, construção e tecidos – caracterizou a moda na maior parte da década de 70.”p. 270

Foi um período onde essa geração estava cada vez mais se tornando independente. A variedade de estilos que compõe essa década, já faz nos pensar sobre a moda de uma forma mais eclética, atendendo uma geração que queria cada vez marcar seu espaço e maneira de diferentes de pensar. Os revolucionários anos 60 História da Moda 1960 a 1970

abriu caminho para a trocar a rigidez da moda, por uma forma de maior liberdade de escolher a sua forma de se vestir.

“A alta-costura e algumas marcas dos maiores nomes franceses ainda despertavam interesse. Outras grifes colecionáveis são Biba, Mr. Freedom, Miss Mouse, Ossie Clarck, Bill Gibb, Zandra Rhodes, Jean Muir, Loris Azzaro, Pucci, Cardin, (…). As linhas produzidas em quantidade por marcas comuns da década de 1970 não têm muita relevância para colecionadores nem para usuários. As exceções são as grifes com identidade significativa, como Biba, Mr. Freedom e Granny Takes a Trip, mas mesmo essas são acessíveis. Roupas de boutiques e redes como Wallis, Dollyrocker, Bus Stop e Mexicana são abundantes e baratas”. (TAYLOR, K. ) pg. 130

ALGUNS ESTILISTAS EM DESTAQUE NESSA DÉCADA

 

ROY HALTONS

O estilista Roy Halston Frowick, norte americano, mais conhecido como Halston, após desenhar os chapéus de Jackie Kennedy, se tornou o mais importante estilista norte-americano nessa década de 70. 

A marca registrada de sua carreira foi “menos é mais”. Ele foi “para a era das discotecas, em Nova York, um estilista que conectava a sociedade jovem e moderna e o mundo da arte”. (COSGRAVE, B p. 234).

Esse estilista mudou radicalmente seus desenhos nos anos 70, onde passou a confeccionar roupas de malha minimalistas: “pantalonas de jérsei, vestidos de caxemira, vestidos frente única e, em especial, um vestido de camurça com abotoamento de camisa, que inspirou diversas imitações”. p. 234

 

Em 1974, Mick Jagger e Bianca “chegam no Metropolitam Museum, em Nova York. Ela usa vestido frente única e boina de paetê vermelhos, de Halston”. p. 131

DIANE VON FURSTENBERG

Diane Von Furstenberg deu inicio a sua carreira na moda como modelo, uma elegante belga, que vivia em Nova York. Cansada das passarelas, tornou-se estilista.

As suas criações inicialmente eram peças simples como “camisetas, camisões e uma pequena blusa cache-coeur combinada com uma saia. Mais a sua grande criação foi o famoso vestido envelope que foi um sucesso imediato.

A estilista queria resgatar a feminilidade à moda. “Sua brilhante ideia foi combinar a blusa cache-coeur e a saia para formar um vestido. O vestido envelope de von Furstenberg foi um sucesso imediato e, durante os anos 1970, ela vendeu cinco milhões de unidades. Em 1976, essa estilista moderna e poderosa foi capa da revista norte-americana Newsweek, tornando-se fonte de inspiração para outras mulheres, dentro e fora da indústria da moda”. p. 234

JEFF BANKS

Jeff Banks

“No final da década de 1970, ele co-lançou o armazém da cadeia de moda, além de continuar trabalhando como designer freelancer. Depois de ser assumido pela cadeia de varejo Sears, ele foi demitido por ser perturbador nas reuniões do conselho – o que ele nunca se arrepende. [1] Em 1979 e 1981 Banks tornou-se o Designer britânico do Ano, e em 1980 ele foi criado “Designer de Revestimento Britânico do Ano”. “

BIBA

O seu nome é Barbara Hulanicki (BIBA) e junto com seu marido Stephen Fitz-Simon, criou uma boutique, em um pequeno endereço e no ano de 1964 transformou-se em loja de departamentos com vendas de diversos produtos, tais como, sapatos, chapéus, cosméticos, roupas infantis, masculinas e a sua famosa linha feminina “retrô de cortes enviesados, inspirada na década de 1930, que tornou o lugar famoso”.

“Nada era particularmente bem feito, e muitas vezes as peças eram confeccionadas com tecidos baratos, mas o bom design, a cobertura da imprensa e o glamoroso ambiente faziam tudo parecer especial. Vestidinhos tinham cavas altas, gola redonda e saias em linha A.”

“Apesar de alguns vestidos maravilhosos de renda e casacos de pele sintética atingirem grandes valores, a maior parte das roupas de Biba é acessível – peças separadas são especialmente baratas”.

 

O seu estilo BIBA foi sendo difundido pelo mundo, inclusive aqui no Brasil, onde uma loja semelhante, localizada no bairro de Ipanema, era frequentada com um público jovem e formador de opinião. A marca de Londres e o estilo de vida Biba, que também passou para a área de decoração, onde podia se comprar cadeiras de vime indianas, penas de pavão, porta-chapéus e até ração especial para cães, onde os estoques eram evaporados por tanta procura.

A sua importância no mundo da moda está registrada no museu de Londres.

YVES SAINT LAURENT NA DÉCADA DE 1970

No ano de 1971, Yves Saint Laurent lança a sua coleção Liberation que não foi muito bem recebida por seus clientes ricos e conservadores. “Colocar na passarela ombros largos, saias na altura dos joelhos, turbantes e sapatos plataforma inspirados na década de 1940 era corajoso, mas o New York Times descreveu o desfile como “o mais feio da cidade”. Foi um fracasso comercial, e, consequentemente, as peças são muito disputadas em leilões, por serem bem 

“Se está claro que a independência individual, no absoluto, é um mito, daí não se segue que não haja graus na autonomia das pessoas que vivem em sociedade. Ainda que, evidentemente, permaneçam as obrigações sociais, ainda que numerosos códigos e modelos estruturem a apresentação de si, as pessoas têm doravante uma margem de liberdade muito maior do que antigamente: não há uma norma única da aparência legítima, os indivíduos têm a possibilidade de optar entre vários modelos estéticos.” LIPOVETSKY, G. 2009. p. 167

AS ESTAMPAS FLORAIS

 

 

“Tecidos finos de algodão com estampas florais, motivos campestres de Laura Ashley Sabe quem foi Laura Ashley?   

os chifons estampados de Sandra Rhodes, anáguas rendadas, chapéus de palha adornados com flores do campo e penteados levemente ondulados ou com cachos “pré-rafaelitas”caracterizam esse período”. (LAVER, J. p. 269)

Segundo Gilles Lipovetsky, em seu livro O Império do Efêmero, em um de seus capítulos “Uma Moda para Viver”, comenta que: “as inovações mais marcantes do anos 1970 não saíram das fronteiras de um pequeno grupo. Onde foram vistos os ombros muito largos lançados na segunda metade dos anos 1970 por Mugler e Montana? Quem usou depois as amplas superposições dos criadores japoneses? Agora, mais nenhum estilo novo consegue propagar-se imediatamente na rua. A extrema diversificação dos criadores, as aspirações aumentadas à autonomia privada acarretaram comportamentos mais soltos, mais relativistas em relação à moda-farol. Conhecemos mais ou menos o último look em moda,mas não o copiamos fielmente; adaptamo-lo ou até o ignoramos em favor de um estilo diferente”. p. 165

Aos poucos a moda que continua sendo criativa e lançadora de tendências, já não tem mais o mesmo efeito na escolha dos consumidores. “Sem dúvida há sempre uma última moda, mas sua percepção social é mais vaga, perdida que está na confusão pletórica dos criadores e dos diversos looks. Já não é o tempo em que uma tendência a todos sob a autoridade da Alta Costura, das revistas e das estrelas; hoje, o must quase só é conhecido por um público circunscrito de profissionais ou de iniciados, a maioria não sabe mais exatamente o que está na ponta do novo, a moda se assemelha cada vez mais a um conjunto vago, cujo conhecimento é distante e incerto. Simultaneamente, o fora de moda perde sua radicalidade; ainda que não desapareça, é mais impreciso, menos rápido, menos ridículo“. p. 166

Aos poucos a moda vai saindo daquela rigidez dos anos anteriores e se abrindo para o que a sociedade está querendo, ou seja, uma maior liberdade em todos os aspectos da vida, até mesmo do seu modo de se vestir. Penso que, a partir de então, o uso de tendências da moda é um termo mais adequado para esses novos tempos.

Algumas fotos dos radicais anos 70

Barbara Hulanicki em sua frase “Estávamos vestindo uma geração que tinha se tornado subitamente independente. Eles não precisavam pedir a opinião da mão e não queriam as mesmas roupas que ela”., pode definir bem que era o início de poder ousar cada um a sua maneira, seguindo sim algumas tendências, mas não o radicalismo da moda de outros tempos.

 

 

“Nas ruas, a história era outra. Peças avulsas e conjuntos de calça tornaram-se comuns, usados por todas as idades, em tecidos como veludo ou Crimplene (material pesado de poliéster, que não amassava) em tons pastel. Saias em linha. A mídis ou máxis, além de calças boca de sino, eram combinadas com tops de tricô, blusas estampadas (às vezes usadas com gargantilhas de veludo), chapéus de algodão estampado, botas e sapatos plataformas”. p. 129

 

“Camisas e blusas tinham gola arredondada ou longa e pontuda. Tecidos sintéticos recebiam estampas variadas – de motivos inspirados pela Art Decó e pela Pop Art aos gráficos florais e geométricos”. p. 129

“Hot pants podiam ser acompanhadas de maia-calça colorida ou maxicasaco. Tops frente única com calças de cintura alta e perna larga ajudavam a parecer ainda mais fina”.

 

 

 

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As panteras também apresentavam na série tendências da moda que, algumas jovens, se serviam como referências no vestuário.

 

 

Surgem, nessa década, os movimentos punk, onde um novo estilo de vida jovem na forma de se comunicar  na musica, moda e comportamento vem fazer parte da sociedade.

Se você gosta do assunto, poderá também ver esses outros posts aqui no blog que tenho pesquisado:

Fatos e fotos da Moda no período de 1900 a 1910

Fatos e fotos da moda entre 1910 a 1920

Fatos e fotos da moda de 1920 a 1930

Fatos e fotos da moda de 1930 a 1940

História da moda de 1940 a 1950

História da Moda de 1950 a 1960

História da Moda 1960 a 1970

Quando e como surgiu a moda?

Se você entrar na categoria História da Moda poderá encontrar mais sobre o assunto por lá. Ok? 

Enfim, o objetivo do post foi trazer apenas um pouco sobre essa década, para que possamos ter uma ideia sobre a história da moda desse período de 1970 a 1980. 

Era isso por hoje.

Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

Referências:

https://en.wikipedia.org/wiki/Jeff_Banks#Career

COSGRAVE, Bronwyn – História da Indumentária e da moda.

LIPOVETSKY, G. O Império do Efêmero – Ed. Companhia de Bolso – 2009

BLACKMAN, C – 100 anos de Moda – Publifolha

TAYLOR, K – Moda Vintage e Alta-Costura – Publifolha

 

6 respostas

  1. Na verdade, amei o modelito da Bianca Jagger, além da cor, que amo tambem. Bom relembrar algumas coisas, e tomar conhecimento de outras. Pela descrição, imagino como deve ter sido feio o desfile de Yves Saint Laurent( rsrs). Mas o trash às vezes vira cult, e acho que deve ser o caso. Os vestidos de Laura Ashley? Lindos até hoje. Mas, falando sério, a moda masculina hoje soa de lascar, ainda bem que passou ( rsrs).

      1. Olá Fernanda

        Também não sei. Esse desenho para ilustrar o post peguei, na época, no Pinterest, onde disponibilizam imagens para gente. Caso descubra, colabore aqui com o post para passar a informação.
        Obrigada.
        Um abraço

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