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Por que é tão difícil decidir?

Tempo de leitura 4 min.

Oi Gente

Você já observou em algumas situações que provavelmente você já tenha passado, o quanto você sofreu  e se desgastou nos momentos antes de ter tomado a decisão necessária para a questão? E, após ter tomado a decisão, tudo ficou mais leve?

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Então, essa é uma questão que se torna complicada para grande parte dos seres humanos, pois em um mundo rodeado de tantas opções a única coisa certa que você sabe, quando resolve tomar uma decisão, é que vai ter que abrir mão de alguma coisa. Como vivemos em um mundo de “grandes ofertas”, onde se busca a completude de tudo, decidir e ter que abrir mão de algo se torna muito difícil. E, geralmente, diante do mal estar que esse momento te causa, grande parte das pessoas simplesmente não decidem.

E o pior, não decidindo fica aquela sensação de total paralização. Como se o tempo passasse e você estivesse rodopiando no mesmo lugar.

Estava lendo o livro do Jorge Forbes sobre Você quer aquilo que deseja? e achei interessante quando ele fala sobre essa questão no mundo globalizado e fiquei pensando em alguns exemplos para citar aqui nesse post:

  1. Quantas pessoas você já deve ter visto falar ou escutou dizer que deseja fazer um curso superior, seja ele em qualquer área.  “Nossa o meu maior desejo é ser engenheiro elétrico, ser médico, ou até mesmo usa dessa palavra quero ser médico, ou advogado ou engenheiro ou quer ou deseja ter um curso superior. Mas, o tempo vai passando e a pessoa se utiliza de todas as maneiras para justificar a causa de não ser nenhuma coisa nem outra que ela tanto desejava não é mesmo? Por exemplo, não posso, não tive a oportunidade, quando Deus quiser,  está nas mãos de Deus, um dia quando eu puder, quando meus filhos crescerem, quando eu pagar isso ou aquilo e assim vai se justificando, se vitimizando, se colocando como o azarão do sistema, como aquele que nada na vida dele aconteceu como ele desejava e aí o tempo vai passando e chega a idade e vem a famosa e triste frustração e com ela todas as chatices juntas.
  2. Somos bombardeados de notícias de sucesso de pessoas que saíram de uma condição humilde e chegaram em um lugar almejado por ele, só que com muita luta.  Na área do esporte, por exemplo, temos inúmeros casos e relatos. Mas sabe o que acontece com essas pessoas que as fazem diferentes das outras? Elas não só desejaram,  elas quiseram muito e pagaram um preço para isso, porque quiseram pagar e chegar onde era o desejo de chegarem.
  3. É aqui que entra a questão: você quer o que você deseja? Ou seja, desejar é uma coisa, querer é outra. Sabe por quê? Quem não deseja coisas boas da vida, quem  não deseja isso ou aquilo? Cada um tem os seus desejos, mas querer de verdade essa é a questão. Porque o querer exige decisões e decisões exigem escolhas e escolhas exigem abrir mão de alguma coisa e tudo isso exige algo a mais que é responsabilizar-se por sua vida, por suas escolhas e por aquilo que você faz com ela.

Hoje,  na Universidade UniCesumar, aqui em Maringá, observei tantos alunos, mas muitos alunos mesmo, sentados no setor de espera, com as suas devidas senhas, aguardando a sua vez na área administrativa da faculdade, para resolver cada um a sua situação.

Essa Universidade, como você deve saber é particular, o que inviabiliza o acesso de muitas pessoas. Mas, o interessante que observei  foi ver uma quantidade significativa de pessoas mais humildes ali, jovens com seus pais procurando formas de financiamento e utilizando de programas para viabilizar o estudo dos seus filhos.

Mas o que mais percebi era o querer desse aluno (a), que mesmo sabendo de tudo que vai passar estava ali com o seu humilde pai buscando atender um desejo que possivelmente é antigo.

É difícil? Será que é difícil? Acredito que para uns é mais fácil do que para outros, mas o que quero colocar aqui não se trata disso, difícil ou não, se trata de querer e encarar os desafios. Você poderá estar pensando: Mas nem todos tem a mesma oportunidade. Isso também é verdade, principalmente no nosso país,onde é gritante as diferenças sociais e ainda tendo que lidar com todos os problemas de corrupção de nossos dirigentes, que nesse momento de nosso país, todos os dias são noticiados nos meios de comunicação.

Mas, infelizmente,  essa é a realidade que se apresenta e aí o que se pode fazer com isso? Você terá que escolher e decidir. A verdade é  que decidir, muitas vezes, equivale a dizer que tem que abrir mão da zona de conforto em que em alguns casos a pessoa se encontra. Decidir é, as vezes ou em muitas situações, ter que se arriscar, ter que ceder, ter que treinar a humildade, ter que enfrentar conflitos, ter que crescer e amadurecer e esse é o maior desafio. Mas, acredite,  quando o seu desejo é grande, todo o processo vai sendo superado, porque o seu querer te move para o seu objetivo com paixão, buscando a sua  meta, com força e coragem para superar e manter a sua decisão.

Vou colocar aqui alguns trechos do livro de Jorge Forbes que achei bem interessante para ajudar a pensar sobre esse fato da dificuldade de decidir:

“Para tomar uma decisão, é necessário que a pessoa se pense. Só podem ter dúvidas os sujeitos divididos. Assim, o primeiro aspecto sobre a decisão é que ela é vinculada a dúvida. O segundo aspecto é: Gostamos ou não da decisão? […] A linguagem é cheia de expressão para poupar alguém de decidir. A mais famosa é ‘Seja o que Deus quiser’, maneira clássica de não tomar decisão. Temos horror da decisão porque toda decisão implica em risco. Não existe decisão sem risco”. p. 66

“A decisão é muito importante hoje, quando vivemos uma mudança de era, de época. Quando isso acontece, há uma desestabilização na segurança, nas referências, o que aumenta a importância da decisão. E aqueles que não conseguem se decidir ficam deprimidos. Nesse caso, a depressão é uma covardia diante da decisão. Por isso Lacan diz que, quando a pessoa cede em seu desejo, fica deprimida. A pior coisa que alguém pode fazer é estender um lenço de papel a um deprimido. Isso o solidifica em sua posição narcísica, de autopiedade”. p. 68

e ainda:

“A felicidade é uma responsabilidade humana. Não é para os covardes. Embora a decisão seja sempre pessoal, […] as decisões na época globalizada não serão modelizadas pelo poder, pela acumulação, mas, ao contrário, pela participação, pelo usufruto […]não podemos esperar que nossa decisão seja compreendida. Porque se fosse compreendida ela seria razoável, e aquilo que é razoável é chato. E aquilo que é decidido é apaixonante. A decisão se decide na paixão. Decisão e paixão estão juntas”. p. 68/69

Enfim, não basta desejar, tem que querer, decidir e correr os riscos necessários. E seja qual for a sua decisão, só não vale ficar se lastimando.

Era isso por hoje gente.

Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

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