Oi Gente
Se você não está nessa idade, ou já passou dela, não se preocupe vai chegar lá e com certeza com muita vontade de dobrar para a casa dos 3 dígitos.
É interessante como o processo da gente ir chegando a certa idade vai acontecendo tão naturalmente e rápido ao mesmo tempo, que, quando você percebe você não vai chegar, já chegou, e já até ultrapassou essa marca do meio século.
Triste isso? Depende muito do seu ponto de vista. Acho isso maravilhoso e te digo por que.
Ter o privilégio de chegar a essa idade ou ultrapassá-la já te possibilita dizer que você é um sobrevivente que deve, a partir de agora, preservar o máximo possível a saúde para enfrentar o processo de envelhecimento com menor danos, para aproveitar os benefícios que a velhice pode trazer.
“Durante o processo de envelhecimento, há perda gradual dos investimentos nos objetos do mundo. Há uma volta para si mesma, para um busca de realização numa vida mais espiritual e interior. Segundo estudiosos como Goldfarb (1998), Beauvir (1970) Anzeieu (1992), a saúde psíquica dos indivíduos, particularmente na maturidade, depende da capacidade de manter investimentos, laços e vínculos afetivos, com objetos externos, fora do eu.”
Em uma pesquisa em Belo Horizonte com mulheres dessa faixa de idade, relataram que os relacionamentos e os vínculos mudam na maturidade. Parece que não há mais a necessidade constante da presença do outro. Mas os laços mais fortes e intensos são mantidos, às vezes a distância, guardando, contudo, forte tonalidade afetiva.”
Outros relatos dessa pesquisa demonstraram a importância do relacionamento com as figuras do grupo familiar; para os casados o marido muitas vezes se torna o seu melhor amigo e companheiro, começa a melhorar o relacionamento com os filhos e muitos já recebem os netos em casa. Nessa fase os relacionamento sociais se tornam menos numerosos, mais possuem mais intensidade com aqueles que permanecem. São vínculos duradouros, em que observamos a troca de experiências, a transmissão de “sabedorias” (Bosi, 1998)
Você já deve ter ouvido falar sobre a envelhescência, como se fizesse uma comparação com a adolescência, ou seja, o adolescente se preparando para entrar na vida adulta, enquanto a envelhescência “que vai dos 45 aos 65 anos. Nessa fase, “a pessoa sabe que já não é mais jovem, mas ainda não se considera velha; revive um período de indefinição e, à semelhança da adolescência, é marcada pela turbulência de afetos e emoções precipitada pelo processo de mudanças expressivas que as alterações do corpo podem trazer no plano subjetivo e em suas relações com o mundo”.
Pode-se dizer assim que é uma fase onde se pode questionar sobre os desafios do envelhecimento, no mundo atual. Momento para refletir e poder ter outra chance de redirecionar a sua vida. Verifica-se hoje inclusive o início de novas carreiras, pessoas transformando hobbies em atividade, possibilidade de um olhar mais interior buscando possibilidades de realização pessoal.
Assim como diz alguns estudiosos do “envelhecimento (Benjamin, 1998; Besse, 1999, Bertaux, 1982), o indivíduo tem uma vida satisfatória na maturidade e na velhice, quando ele investe libidinalmente algo fora dele, quando o sentido da vida se expande para a vida simbólica, para as realizações e os vínculos que apontam, em última instância, para a sua transcendência”.
Penso que é o momento que você poderá escolher como irá passar os anos vindouros, com um olhar para a vida, ou um olhar somente para a finitude. Se começar a olhar somente para a finitude, a possibilidade dos seus futuros passeios poderão ser a cada dia mais médicos, hospitais, laboratórios, não que isso não faça parte de uma preparação preventiva para envelhecer melhor, mas se puder ter um olhar para vida, você verá mais caminhadas, mais visitas a lugares que gostaria de ir quando não tinha tempo, escolher no que lhe dá prazer para trabalhar, ver no exercício não mais um hobby mais uma necessidade para que se possa garantir as coisas boas que virão com a nova fase de vida que começa a se apresentar. Quem sabe você não será uma candidata a casa dos 3 dígitos, como vem aumentando as estatísticas anualmente.
É isso ai, hora de parar, refletir e decidir para que caminhos quer seguir daqui para frente.
Quando coloquei o título desse post como perdas e ganhos, na realidade foi para pensar a respeito, pois o que será que ganhamos e/ou perdemos? Penso que, na realidade chegar e passar dos 50 estamos sim sempre ganhando, cada vez mais. Ganhando anos de vida, ganhando mais amigos, ganhando experiência, ganhando direito de escolher e refletir o que se quer de verdade, ganhando inclusive na parte física, pois é sabido hoje em dia que a musculatura por exemplo pode te ajudar no processo do envelhecimento. Fala a verdade quantas pessoas nessa idade ou acima dessa idade que, hoje, mesmo na parte física, está dando de 10 x 0 em muitos jovens por ai?
Era isso por hoje gente.
Hoje quarta feira após o carnaval e agora cair na real e início efetivo do nosso ano de 2016. Faça a sua opção, afinal as suas escolhas são os resultados daquilo que se colhe na vida.
Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo (a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S0101-31062013000200013&script=sci_arttext
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1677-11682005000100004&script=sci_arttext