Oi Gente
O objetivo do post de hoje é dividir aqui com você esse pequeno resumo do IV capítulo do Livro Eu Primata. O quarto capítulo que fala sobre Violência da Paz à Guerra…
“Tendências à identificação com o grupo, à xenofobia e ao conflito letal – todas encontradas na natureza – combinaram-se às nossas capacidades de planejamento altamente desenvolvidas e ‘elevaram’ a violência humana a seu nível inumano”.
A territorialidade é princípio da agressão para os humanos e para os chimpanzés: ambos são xenofóbicos. Os chimpanzés geralmente aniquilam, sem piedade, um estrangeiro que venha a penetrar em seu território ou, então, aqueles seus vizinhos, pois, no segundo caso, intentam a dominar os seus recursos (fêmeas, comida, etc.).
Os chimpanzés, quando atacam seus inimigos, tendem a tratá-los como sendo organismos de outra espécie que não a sua. A agressão propriamente dita difere desse tratamento, pois, quando registrada em membros de sua comunidade, ela não é levada a tamanhos maus-tratos quanto o visto contra seus inimigos: neste último nível alcança-se a matança. Nos humanos não é diferente: se “desumaniza” o outro. Ou seja, ver o inimigo como sendo igual a si mesmo, não lhe permite “finalizá-lo”, pois a matança está organizada num nível de tratamento inferior aos de sua própria espécie.
“Entre os chimpanzés o ‘nós contra eles’ é uma distinção socialmente construída, na qual até indivíduos bem conhecidos podem tornar-se inimigos se por acaso andarem com a turma errada ou viverem na área errada”.
Os bonobos, ao contrário, não são xenofóbicos e, muito menos, violentos – nunca cometem fatalidades. Para eles há uma distinção territorial, mas não há motivos para arriscarem os seus pescoços, pois, já que na maioria das espécies as disputas marcam-se pela dominação das fêmeas doutro território, as fêmeas bonobos já estão dispostas a fazerem sexo com qualquer um. Além do mais, essa disponibilidade das fêmeas vai além: elas copulam até mesmo com os vizinhos, o que quer dizer na perda de tempo em os machos travarem uma guerra com os outros, pois lá podem haver irmãos, pais, etc. E, outra coisa, nas comunidades de bonobos quem domina não são os machos e sim as fêmeas.
As relações intergrupais humanas relacionam o desejo de harmonia com a hostilidade. Os bonobos também possuem essa ambivalência: demarcam bem o território, mas o contato amistoso é encorajado ao mesmo tempo. Nos chimpanzés o contato amistoso, principalmente as relações sexuais entre fêmeas de um grupo com outro, não são nada encorajadas, ao contrário, são reprimidas, e, dessa forma, a tensão e a violência intergrupais, com reforço da grave hostilidade, são amplificadas.
Os seres humanos mesclam as características de relações intergrupais de bonobos e de chimpanzés e as potencializam: ora são tão violentas e negativas quanto às dos chimpanzés e ora são mais pacíficas e benéficas quanto às dos bonobos.
“O conflito é inevitável, mas ao mesmo tempo os animais dependem uns dos outros.
Procuram comidas juntos, alertam-se mutuamente contra os predadores, unem-se para enfrentar inimigos”. Embora o conflito seja inevitável, a reconciliação é
necessária e cada animal tem a sua própria maneira de reconciliar-se. Com efeito, o ato de reconciliação é transcender as emoções negativas para interações positivas: é “superar o passado em benefício do futuro”. Tal é uma habilidade socialmente adquirida e não um instinto. “É parte da cultura social” a dois níveis: macacos e pessoas.
Procuram comidas juntos, alertam-se mutuamente contra os predadores, unem-se para enfrentar inimigos”. Embora o conflito seja inevitável, a reconciliação é
necessária e cada animal tem a sua própria maneira de reconciliar-se. Com efeito, o ato de reconciliação é transcender as emoções negativas para interações positivas: é “superar o passado em benefício do futuro”. Tal é uma habilidade socialmente adquirida e não um instinto. “É parte da cultura social” a dois níveis: macacos e pessoas.
Geralmente, entre as fêmeas de chimpanzé ocorrem menos lutas do que entre machos, porém as fêmeas reconciliam-se em escala muito menor do que os machos e, além, preparam bajulações astuciosas (iscas) para as outras. “Os chimpanzés machos fazem as pazes facilmente; em contraste, entre as fêmeas as tensões persistem por muito tempo”.
Nos bonobos a situação é inversa: as fêmeas se reconciliam mais facilmente e os machos não. A explicação é a seguinte: as fêmeas necessitam manter os seus laços, pois são elas que estão no topo; já os machos não cooperam entre si em caçadas, alianças políticas e defesas territoriais, portanto não necessitam uns dos outros tão intensamente quanto os chimpanzés.
O objetivo da reconciliação não é ser gentil, mas manter a cooperação.
Mulheres, geralmente, tomam uma briga como agressão; já os homens o fazem com menos freqüência. Contudo, mulheres se envolvem em brigas menos que homens. E isto repercute na reconciliação futura: mulheres se reconciliam menos. Uma importante observação do comportamento masculino é que há uma grande alteração entre estados de hostilidade e camaradagem em conversas entre homens.
As amizades femininas parecem ser mais intensas do que as masculinas. Desse modo, as reconciliações femininas tendem a ser mais difíceis: elas alcançam à profundidade do relacionamento.
A necessidade de contato físico em momentos de alegria ou tristeza é inata (considerando-se bonobos, chimpanzés e humanos). Uma “sociedade desprovida de contanto físico não seria verdadeiramente humana”.
A mediação entre chimpanzés machos, geralmente, é feita por uma fêmea mais velha e de mais alta posição hierárquica (alfa) do grupo.
Os homens têm tendência a colocar a culpa noutro ou noutras coisas (indução da culpa pela dor). As mulheres não têm essa tendência: a sua culpa é bem mais internalizada.
A superpopulação não é fator determinante da agressão em macacos, ou seja, a aglomeração não induz à agressão, mas sim ao grooming, o que, ao contrário, tranqüiliza os macacos.
“os chimpanzés têm um conceito de futuro, portanto não podemos excluir a hipótese de que eles esperam até que as condições sejam favoráveis para agir”. Eles “preferem viver com menos aglomeração”.
“a paixão não é uma fraqueza recente que contraria a natureza, mas um poder formidável, um poder que, assim como as tendências competitivas que a compaixão procura superar, é parte de quem e do que somos”.
Aproveite para ver outros capítulos resumidos desse livro que dividi já por aqui no blog.
Resumo do primeiro capítulo Livro Eu Primata
Resumo do segundo capítulo do livro: Eu Primata
Resumo do V Capítulo do livro Eu, primata
Livro Eu Primata – VI Capítulo – O Primata Bipolar em busca de equilíbrio
Esses queridos animais tem muito a nos ensinar sobre os nossos comportamentos semelhantes. E outro animal, também, que apresenta um comportamento semelhante a gente, quando o assunto é cuidar de sua família, são os elefantes, o meu preferido. Já fiz um post aqui sobre eles.
Enfim, é muito interessante esse livro quando verificamos que determinados comportamentos de algumas espécies de macacos são muito semelhantes a dos seres humanos. Um leitura que vale a pena para se pensar a respeito.
Era isso por hoje gente.
Obrigada pela visita. Você sempre é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.