Feliz dia dos pais – Um dia de reflexão

Oi Gente

Hoje é o dia dos Pais. Acredito que também um dia de reflexão.

Estou aqui escrevendo me lembrando do meu pai que perdi, quando tinha 30 anos e que momento dolorido. Pois é, parece que a gente entende o real significado da morte, quando nos deparamos com as pessoas mais próximas da gente.

Na verdade, eles partem mas estarão sempre presentes em nossas lembranças, principalmente daquelas onde guardamos com mais carinho: as conversas, as risadas, as brincadeiras, momentos em que nos sentimos protegidos e até mesmo aqueles momentos quando recebíamos as broncas ou alguns não, sem entender muito o porquê.

Quando penso na palavra pai, o que realmente me faz mais sentido é o P de proteção. As vezes, hoje adultos sabemos que nem sempre os nossos pais, são tão fortes, poderosos como achávamos em criança, mas era assim que nos sentíamos na presença dele.

Quem teve realmente um pai, com suas qualidades e defeitos, mas que sentiu que o teve ou ainda tem o privilégio de tê-lo, provavelmente sabe bem do que estou falando.

Fico aqui pensando, as vezes, sobre a quantidade de pais, com letra minúscula, que recebem esse nome apenas pelo fato de participar de mais uma relação sexual e colocar um filho ao mundo. Aqueles pais biológicos que, simplesmente, agem como se o assunto não lhe dissesse respeito.

Acredito que em um dia como esse, em que se celebra o dia dos pais, deveriam se esconder do mundo e ter muita vergonha da sua falta de responsabilidade perante o fato de saber que tem um, dois, três ou sei lá quantos filhos e agir como se isso não tivesse nada a ver com ele.

Aquele pai que deu o nome ao filho e “vazou” da sua responsabilidade ou mesmo aquele pai que, apesar de um DNA comprovando a sua paternidade, se faz de desentendido. Afinal, todo mundo precisa de um homem e uma mulher para que se venha ao mundo. Lógico que hoje existe o banco de sêmen, para aquelas mulheres que resolvem, por livre e expontânea vontade, ser mães solos, ou até mesmo atender a casais que querem ser pais e não tem essa possibilidade. Não é sobre esse tipo de escolha que estou aqui tentando refletir.

O que estou aqui falando, bem entendido, são desses pais os quais, simplesmente abandonam seu filhos como se fosse mais um objeto em suas vidas para descarte.

É incrível como isso acontece em nosso país, pais que preferem não ser registrado em seus empregos para negar uma pensão alimentícia ao seu próprio filho, o que esperar de uma pessoa como essa? Que vive a sua vida de uma forma até confortável, sabendo que se tem filho(a) por aí passando necessidade. Que criatura é essa?

Pois é, se soubessem como essa atitude prejudica a vida de um serzinho que chegou ao mundo, tão indefeso e que teve que ser criado pela mãe, quando essa é uma mãe de verdade, ou por parentes ou, ainda, até mesmo tiveram que ser encaminhados a instituições na espera de uma adoção.

Não se trata de julgamentos, mas sim de questionar o que leva um ser humano que se diz ser pai e apresenta esse tipo de comportamento. Será que também teve abandono de seu pai e repete isso, quando chegou a sua vez? Será que nunca pensou no fato do que significa colocar uma criança no mundo e deixar no desamparo total ou será ainda que é simplesmente malandragem ou apresenta problemas de ordem psíquica grave para estar nessa situação?

Prefiro pensar que são doentes, pois foge totalmente a lei natural de nossa espécie, quando se pensa em um pai, como sendo aquele que fará de tudo e mais um pouco para que sua prole seja pelo menos protegida, alimentada e acarinhada por um pai.

Não vou citar exemplos aqui hoje, nem estatísticas, pois é um assunto que todos nós brasileiros, principalmente, conhecemos bem. A quantidade de mães que tem que se virar para criar seus filhos, enquanto os pais circulam por aí, como se isso não lhe dissesse respeito.

Infelizmente, em nossa sociedade ainda machista, costumam acusar a mãe como sendo a única responsável pela gravidez. Fico indignada com mais esse peso sobre a mulher, vocês não acham? Afinal, para estarmos nesse mundo, precisamos de uma mulher.

Sabemos bem que toda escolha gera consequências, mais cedo ou mais tarde elas aparecerão, até porque o tempo passa e a idade avançada chegará um dia, para a maioria das pessoas.

Quando a nossa maior e mais bela produção humana que são os nossos filhos, se tornarem adultos e, talvez, mesmo com essa sequela que esse “pai biológico” deixou poderá, poderá se orgulhar de sua história e dizer: sou um homem e/ou uma mulher, apesar de seu abandono.

Que nossas jovens mulheres possam escolher não somente seus parceiros de caminhada, mas se realmente desejarem ser mãe, que possam pensar seriamente se esse escolhido ou o “amor de sua vida” poderá estar junto com ela nessa caminhada até o fim, pelo menos, da responsabilidade de sua paternidade.

Estamos vivendo tempos muito diferentes da família tradicional. Sabemos que hoje há vários e diferentes tipos de arranjos familiares. Isso não tem volta e é com essa realidade que é preciso viver, mas, por favor, na hora de pensar em gerar uma criança que reflitam e pensem bem sobre o que é ser uma mãe e um pai. As crianças agradecem.

Os tempos são outros e não adianta viver de saudosismo, a modernidade chegou trazendo vantagens e desvantagens, quando o assunto é o ser humano.

Mas, apesar de todas essas relações líquidas, como bem colocou o sociólogo Sygmunt Bauman , em suas obras, sobre Modernidade Liquida, amor liquido e outros, onde as relações sociais e laços afetivos estão se tornando líquidos e não sólidos como era antigamente.

Só não podemos nos esquecer que, quando se trata de seres humanos, a afetividade é de suma importante para a sua saúde física e mental e cabe aos pais procurar dar o seu melhor no exercício de suas funções, quando se trata de preparar um ser humano para a vida adulta.

Que possamos acreditar que os pais possam refletir sobre o que realmente é a função de um PAI na vida de um ser humano.

Não se trata de julgamentos, como eu já disse anteriormente, apenas de uma reflexão. Afinal, todos nós acabamos sendo vítimas em algum momento da vida, por situações que não estão em nosso controle. Mas, a função de um pai, no mínimo, independente da situação financeira, seria dar pelo menos o seu olhar e carinho para um filho que não escolheu vir para esse mundo, com esse ou aquele pai e mãe.

Os verdadeiros pais

Mas nem só desse tipo de pai é feita a sociedade. Vale lembrar, também, que observamos, por felicidade, um grande número de pai muito mais presente junto aos seus filhos, se dedicando, acompanhando e dando a disciplina e segurança que toda criança merece, principalmente dando o seu amor e carinho.

Hoje é o dia dos pais e que todos aqueles que o são de verdade, ou aqueles que exercem essa função que o verdadeiro pai biológico abandonou, como avós, padrastos, tios, irmãos mais velhos, primos, vizinhos, professores e educadores, mães (que exercem as duas funções ao mesmo tempo) receba o abraço e as homenagens de seus filhos do coração.

Gosto muito dessa citação do psicanalista Carl Jung:

Então, aproveito aqui para dar os sinceros parabéns para todos os pais que ao dormirem se sente realizados em saber que, dentro de suas possibilidades, está sim dando ao seus filhos aquilo que ele tem de melhor e que possam sempre servir de exemplos para outros que ainda não aprenderam a arte de ser um verdadeiro pai, além do pai biológico.

Enfim gente, ficamos aqui na torcida para que nossas crianças, adolescentes e jovens, principalmente, possam ter um pai mais participativo no dia a dia de cada um. “Não basta ser pai, tem que participar”.

Era isso por hoje.

Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço fraterno a todos os PAIS nesse Dia dos Pais.