Oi Gente
Esse ano, diferente de todos os outros que já passamos, chegou o dia das crianças e como pensar sobre os efeitos dessa pandemia em nossas crianças.
Infelizmente as crianças, apesar de não ter ainda talvez palavras para manifestar o que está percebendo nesses tempos de pandemia, elas também estão de certa forma passando por algum tipo de sofrimento.
Algumas sem poder estar com os avós, outras enfrentando a falta do convívio com os amigos da escola e outras ainda tendo que enfrentar e vivenciar algumas situações difíceis dentro da família, seja com a perda do emprego de algum dos pais, seja pela saída da escola ou ainda, aqueles que não entraram no campo da linguagem, que percebem e sentem esse momento triste que estamos passando.
Vale lembrar, ainda, as crianças que estão tendo que se adaptar as novas formas de aprendizagem com as aulas on-line.
Definição de criança
Embora a maioria dos dicionários defina criança como o período do nascimento até a sua puberdade, definir criança não é tão simples assim. De que criança estamos falando, quando se sabe que cada criança tem as diferentes formas de poder vivenciar essa sua infância. Talvez a melhor definição para a criança possamos pensar que é dado pelo adulto e sua relação com a mesma.
Número de Crianças no Brasil
Na última pesquisa nacional por amostra de domicílios realizada pelo IBGE No ano de 2018, considerando criança de 0 a 12 anos, chegou a estimativa de que no Brasil temos 35,5 milhões de crianças, em torno de 17% dos habitantes brasileiros estão nessa faixa de idade.
Diferente do percentual dos adultos, onde as mulheres são em maior número (51,7% da população adulta), as crianças brasileiras se dividem em 50,1% em meninos e 49,9 em meninas, sendo que estão localizadas 83,5 nas regiões urbanas e 16,5 na zona rural.
Por que se nascem mais meninos esses percentuais se invertem na fase adulta? Porque mais meninos perdem suas vidas precocemente a partir dos 15 anos.
Infelizmente, sabemos das nossas diferenças sociais no nosso país, onde nem todas as crianças podem realmente desfrutar desse período da infância como criança. Muitas crianças são obrigadas a trabalhar para contribuir com o sustento familiar em classes menos favorecidas e, outras passam por várias situações injustas como cita a Unicef brasileira, principalmente nesses tempos de pandemia:
“Embora crianças e adolescentes não sejam os mais afetados diretamente pelo coronavírus, como em todas as emergências e crises humanitárias, são eles os que mais sofrem de maneira indireta. Os isolamentos sociais e o fechamento das escolas estão afetando a sua educação e saúde mental e o acesso a serviços básicos de saúde. Durante estes tempos excepcionais, os riscos de maus-tratos, violência doméstica ou sexual, abuso, exploração e exclusão social são maiores do que nunca para meninas e meninos. A pobreza pode aumentar, deixando-os ainda mais expostos.”
A Unicef tem desenvolvido alguns trabalhos como forma de proteger as nossas crianças, veja por aqui.
O Estatuto da Criança e do Adolescente, promulgado em 1990 pela Lei Federal 8.069, apresenta os direitos das crianças e dos adolescentes, porém nem sempre esses direitos são respeitados. Não é porque esses direitos estão publicados em Lei significa que nossas crianças estão realmente protegidas.
Vale lembrar que é dever de todos nós cidadãos a observação, denúncia e conscientização sobre a situação das nossas crianças, principalmente aquelas que se encontram em contextos mais vulneráveis.
Que os adultos responsáveis possam lembrar que as crianças também estão passando por sofrimentos diante desse ano difícil de 2020.
Que nesse dia da criança os nossos olhares e dedicação seja realmente voltada para as nossas crianças, não somente com entrega de presentes como acontece àquelas crianças mais privilegiadas, mas que elas possam sentir e perceber que, pelo menos, nesse dia, elas possam receber o máximo de atenção dos adultos que estão mais próximos da mesma.
Que nesse dia 12 de outubro, cada um que tem o privilégio de conviver ou conhecer alguma criança que tenha um laço afetivo mais próximo, que possa pensar em dar o seu tempo de seu dia para dar um olhar e atenção efetivamente às crianças, oferecendo o melhor que se possa em termos de afetividade.
Que as crianças possam passar por esse período com o menor risco possível, sem desenvolver sintomas que poderão afetá-las para o resto de suas vidas.
Amar é fazer o que é preciso e as nossas crianças, sem dúvida, espera sempre de nós adultos esse amor, carinho e afeto.
Crie, invente e execute brincadeiras com elas, seja dentro de um apartamento, casa ou quintal, para que possam realmente sentir que esse dia é dedicado à elas.
Enfim, mesmo diante de tantos desafios enfrentados pelos adultos, que não se esqueça e dê um lugar, também, para o sofrimento das crianças.
Fiz um pequeno vídeo no meu canal do Youtube sobre a criança e a infância durante as diferentes épocas da nossa nossa civilização, partindo da Idade Média. Um vídeo rápido, apenas para se ter uma idéia sobre como ser criança está diretamente relacionado com o seu momento histórico e os discursos de cada época e cultura.
Enfim gente, que esse dia das crianças, tão diferente de outros que conhecemos, possa ser vivenciado da melhor forma possível, apesar da pandemia. Que as crianças possam sentir que realmente esse dia é dedicado a elas.
Era isso por hoje.
Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço e em especial a todas as crianças no seu dia.