logo-Blog MAri Calegari
Mitologia Grega – A tragédia de Antígone

Mitologia Grega – A tragédia de Antígone

Tempo de leitura 5 min.

Oi Gente

O post de hoje se refere a uma personagem da Mitologia Grega, uma mulher que naquela época, enfrentou as regras de um rei acreditando na justiça natural e não naquelas comandadas por um rei. Antígone faz parte de uma tragédia grega, escrita por Sófacles entre os anos de 496 a 406 A.C.  Saiba um pouco por aqui…

Espero trazer um resumo aqui sobre essa importante mulher da mitologia grega, onde sua tragédia está presente nos cursos de direito, por se tratar sobre a justiça e prudência, bem como é uma referência em outras áreas do conhecimento, como a psicanálise.

Sobre o escritor da Tragédia de Antílope

Foi Sófacles quem escreveu essa tragédia. Ele era  um respeitado dramaturgo e um dos mais importantes escritores de tragédia na Grécia Clássica. Na verdade Antílope faz parte de uma trilogia de tragédias escrita por ele sobre. “Em suas tragédias, mostra dois tipos de sofrimento: o que decorre do excesso de paixão e o que é consequência de um acontecimento acidental (destino).” Saiba mais sobre Sóflacles por aqui.

A tragédia de Antígone

Na cidade de Tebas, após a morte do Rei Édipo, seus filhos Polinice e Teócles morrem, um lutando contra o outro, pelo poder de Tebas.

Após a morte dos possíveis sucessores, Creonte, assume o poder sobre a cidade de Tebas.

Édipo e Jocasta tiveram 4 filhos: sendo 2 filhas: Antígone e Ismenia e 2 filhos: Polinice e Teócles. Quando aconteceu essa lenda, os pais Édipo e Jocasta já estavam mortos.

Creonte então decreta uma ordem para que somente Teócles, que lutou pela defesa de Tebas, tenha um enterro descente como era comum naquela época, pois acreditava-se que era esse o desejo dos deuses, que todo mortal fosse enterrado com o respeito devido.

Quanto a Polinice, Creonte proibe o seu funeral e diz que o deixasse ali no local de sua morte para que as aves comessem o seu corpo e, ainda, decreta que todo aquele que não seguisse suas ordens deveria ser morto.

Antígone revoltada com essa ordem, chama sua irmã Ismenia para falar sobre a não concordância da atitude de Creonte e a convida para juntas promoverem um enterro descente a seu amado irmão Polinice. 

Ismenia toda amedrontada de ir contra as ordens do rei Creonte, tenta convencer a irmã para desistir dessa loucura em desobedecer a ordem do Rei.

Em um diálogo entre as duas irmãs, Antígone lhe diz: “Visto que assim me falas, eu te odiarei! e  serás odiosa, também, o morto, junto a quem serás um dia depositada”. p. 11

Naquela noite, Antígone vai até o corpo de seu irmão Polinice e sózinha o arrasta para que seja enterrado, desobedecendo a lei do rei Creonte. 

No dia seguinte, os guardas vão até Creonte e comenta sobre o fato de ter encontrado Polinice já enterrado. Todos os guardas ficam se acusando entre si e Creonte quer saber quem foi aquele que desobedeceu as suas ordens.

Antígone vendo o que estava acontecendo, enfrenta a lei e assume que fora ela quem havia enterrado o seu irmão, pois entendia que acima das leis dos homens estão as leis dos deuses. Ou seja, enquanto as leis de Creonte representa o direito positivo,  Antígona agiu em obediência ao direito natural.

A reação de Creonte

Creonte sabendo do ocorrido, prende Antígone e ordena que seja enterrada viva.  Veja abaixo, Antígone questiona o rei:

Antígone: “Visto que já me tens presa, que mais queres tu além da minha morte?”

Creonte: “Nada mais! Com isso já me darei por satisfeito”.

Antígone:  “Por que demoras, pois? Em tuas palavras, tudo me causa horror, e assim seja sempre! Também                     todos os meus atos te serão odiosos! Que maior gloria posso eu pretender, do que a de repousar                    no túmulo de meu irmão? Estes homens confessariam que aprovam o que eu fiz, se o terror não                      lhes tolhesse a lingua! Mas, um dos privilégios da tirania consiste em dizer, e fazer, o que quiser”.

Creonte não abre mão do seu poder e quer a morte de Antígona. Mas, acontece que mais dois personagens vão contestar o rei. O primeiro é seu seu filho Hémon e noivo de Antígona. “Ele confronta o seu pai dizendo que todos na cidade estão admirando a atitude de Antígona e revoltados com a postura de Creonte, mas não têm coragem de enfrentá-lo, pois ele detém o poder. Ele até podia ser o detentor do poder, mas talvez não estivesse sendo um governante sábio”. https://drive.google.com/file/d/1S6TJoVotXDOaju2DjTEzARBR5Cg4Hg8T/view

Ao final dessa conversa entre pai e filho, Hémon dá a entender ao seu pai Creonte que também se mataria junto com a sua noiva Antígona.

Surge um outro personagem que confronta Creonte, o adivinho Tirésias que nunca errava em suas professias. Tirésios diz a Creonte que a sua atitude não estava correta e que o final dessa sua atitude não cabaria bem.

Nesses diálogos, a justiça, os deuses, o povo, o adivinho, o filho e todos que ali estavam percebiam a imprudência do rei Creonte.

Diante de tantos desagrados pela sua decisão, Creonte resolve voltar atrás e autoriza o enterro de Polinice. Mas já era tarde, pois Antígona já havia se matado e seu noivo Hémon, ainda lutou com seu pai, mas acabou tirando sua própria vida para acompanhar a sua amada.

A tragédia ainda não havia acabado, pois quando a esposa de Creonte,  de nome Eurídece , sabendo dos fatos ocorridos por causa da decisão do marido, também, acaba tirando a sua vida.

O que podemos refletir sobre essa tragédia?

Até que ponto o poder de Creonte, sua imprudência, afetou toda uma cidade, levando a quantas mortes desnecessárias?

Ainda hoje, em nossa sociedade, quantas mortes ocorrem por imprudência e excesso de poder dos governantes? 

Será que tantas mortes ocorridas no passado e ainda hoje,  com mortes de inocentes e pela falta de justiça, não poderiam ser evitadas, como nas decisões sobre as guerras, holocausto e tudo o mais que ainda, infelizmente, acontecem no dia a dia de todo país?

Sobre a decisão tanto de Creonte, quanto a de Antigone, pode nos fazer pensar sobre as escolhas e decisão de cada um. Aqui no caso dessa tragédia, as consequências foram as trágicas mortes. Mas, até que ponto a decisão de Antígone, dentro da sua ética e seus desejos que a levaram a morte pode ser tida como uma mal escolha. Será que se continuasse viva, contrariando aquilo que para ela era o seu desejo, também não seria uma vivente semi morta? 

Essa tragédia pode nos levar a várias reflexões e cabe a cada um de nós realizar as suas próprias. Que nossas escolhas e decisões possam serem pensadas e refletidas para que as consequências delas não nos levem a consequências tão trágicas. É preciso responsabilizar-se pelas escolhas e decisões que tomamos, para que os reflexos em nossas próprias vidas e de outros não venham causar tantos desencontros e tragédias indesejadas. 

Enfim, gosto muito de ler mitologias, pois elas nos faz pensar sobre as atitudes dos homens que se repetem até os nossos dias atuais. Até que ponto o poder de alguns homens podem decidir por retirar a vida de outros seres humanos?

Era isso por hoje.

Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

compartilhar faz bem!

Pinterest
Facebook
Twitter
LinkedIn
Telegram
WhatsApp
Email