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Respeite e proteja a singularidade da criança

Tempo de leitura 4 min.

Oi Gente

O objetivo do post é refletir um pouco sobre as crianças na contemporaneidade. O desenvolvimento das crianças nessa época de tanta correria.  Uma época, onde parece que tudo é atropelado e a criança ali tendo que, as vezes, sem condições, tentar acompanhar essa aceleração dos pais. É preciso refletir sobre o respeito e proteção da singularidade da criança. Saiba um pouco por aqui….

O texto é um convite a refletir sobre essa questão da singularidade da criança, de como proteger e respeitar o tempo de cada uma, bem como deixar de compará-las. 

São apenas nove meses para que os seres humanos sejam produzidos para chegar a esse mundo. A vida intrauterina possui um tempo reduzido e, ao nascer, o ser humano depende totalmente do Outro pelo seu despreparo para a sua sobrevivência. “Sua fragilidade em face as ameaças decorrentes do mundo externo o coloca numa total dependência da pessoa responsável pelos seus cuidados”. P. 54

Ao nascer o bebê já se depara com um mundo posto e falado e são os pais ou aqueles que exercem essas funções que terão pela frente a responsabilidade de preparar e inserir a criança no mundo da cultura.

Segundo Checchinato, “a educação do ser humano é muito complexa e de longo fôlego. Sua imaturidade neurológica, seu crescimento e amadurecimento demorados o tornam muito vulnerável. É preciso muito esforço e paciência para que alcance o domínio de si e das coisas”. p. 24

Será que os irmãos tem os mesmos pais?

Claro que biologicamente sim, os pais são os mesmos. Mas, vamos pensar juntos e refletir. ok? 

A  cada nova gestação, tanto o papai quanto a mamãe, já não são mais os mesmos, assim como as mudanças ocorridas na cultura também, em um espaço de tempo entre uma gestação e outra,  já mudaram. Lembrando que, na contemporaneidade, as mudanças ocorrem em um ritmo acelerado.

Assim, cada filho, mesmo sendo irmãos, tem sim pais diferentes.

É próprio da natureza humana a procriação e cada pai e cada mãe, no seu próprio modo de ser, saberão criar a sua prole. Todo mundo sabe bem que, quando se trata da educação de um filho(a) ou de prepará-lo(a) para os desafios do mundo, não há uma receita pronta, até porque cada ser humano é único e cada filho que se tem, mesmo com os mesmos pais biológicos, por mais que os pais digam que fizeram tudo igual e não entendem como cada um sai diferente, cada filho da mesma família serão sim diferentes. Sabe por quê? Vamos ler o exemplo abaixo para que possa ficar bem claro.

Vamos dar um exemplo,  imaginando essa situação na formação de uma nova família

O casal, ele com 30 anos e ela com 26 anos, resolvem ter um bebê, o seu primeiro bebê. Quanta alegria nessa espera, principalmente, se a gestação foi bem desejada pelos dois.

Nessa época, os dois estão se preparando para o novo filho que chegará, tudo planejado e curtido cada momento dessa gravidez.

Chega o bebê, os papais participando de todo o momento do primeiro filho que é uma novidade. Papais mais inseguros, porém mais atenciosos e, com ajuda dos parentes, amigos e “palpiteiros” (kkk)  assim o bebê vai sendo constituído.

Passado um tempo, a critério de cada casal, resolvem ter o segundo bebê e, nesse momento, o papai já com 33 e a mamãe com 29 por exemplo e, agora, com um filho já de um, dois ou mais aninhos, e esse casal, possivelmente, já estão vivendo outras experiências bem diferentes da primeira gestação.

O casal poderá  estar trabalhando em outros lugares, pode ter ocorrido nesse tempo uma mudança de casa, de bairro, de cidade, poderá estar em um emprego melhor ou ainda, estar passando por alguma dificuldade financeira, enfim, todo esse tempo, faz com que os papais do segundo filho(a) já não sejam iguais ao pais do primeiro.

Vale lembrar que nesse momento, a família já e composta por 3 pessoas, ou seja, o próximo bebê já chegará com um irmãozinho mais velho. 

Assim,  cada ser humano é constituído em momentos diferentes e, naturalmente,  por pais diferentes.

Então gente, uma das primeiras coisas que se devem pensar em relação a uma criança é evitar de compará-lo com um irmão, primo(a), filho(a) dos amigos e parentes e, quando estiver na escola, compará-lo com os coleguinhas de classe.   Se os irmãos, que são da mesma família já  são constituídos psiquicamente diferentes, dá para imaginar quanta diferença que existe entre cada criança.

Respeite a singularidade de seu filho 

O que gostaria de comentar com o exemplo acima é que as crianças são bem diferentes uma das outras, até mesmos os irmãos são bem diferentes. Então, “são os pais que concebem e recebem o ser humano. Já em seu nascedouro, a criança, completamente desamparada, começará a receber deles a Lei, isto é a palavra mediante a qual iniciará sua grande, contínua e infinda caminhada de representação de sua pulsão, transformando-a em seus desejos”. p. 22

Já falei um pouco por aqui sobre a constituição do sujeito, bem como sobre o estádio do espelho, que traz um pouco sobre a formação psíquica do ser humano. Lembrando gente, que aqui é apenas textos para que você leitor leigo possa ter uma ideia sobre esses assuntos que nos diz respeito.

Assim,  já dá para perceber que é um ato desumano comparar uma criança com a outra. Cada criança é única, cada uma tem o seu ritmo de desenvolvimento.  Vale lembrar, quem melhor conhece seu filho(a) é você papai e você mamãe e caberá a vocês “ascenderem o farolete”, como diz Checchinato para iluminar os passos de seus filhos até o momento que possam caminhar sozinhos. E nessa iluminação é fundamental que estejam os dois exercendo as suas devidas funções paterna e materna.

Vale também o alerta para que os vovôs e vovós, bem como titio e titias, não fiquem comparando as crianças da família. Simplesmente respeite e proteja a singularidade da criança.

Era isso por hoje.

Obrigada pela sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

 

 

Referência: 

CHECCHINATO, D. – Psicanálise de Pais – Criança, sintoma dos pais. – Ed. Cia de Freud, Rio de Janeiro, 2007, 181p.

 

2 respostas

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