Oi Gente
O objetivo do post é refletir sobre um documentário interessante sobre Os jovens do Milênio. Jovens que estão na faixa dos 15 aos 30 anos e que apresentam comportamentos e desafios bem diferentes da geração de seus pais.
O documentário fala sobre o perfil desses jovens e sobre o momento histórico em que estão vivendo e que vão enfrentar daqui para frente. Achei interessante para uma reflexão. Saiba um pouco por aqui…
Como sempre digo para você que aqui me visita, ou que está chegando por aqui pela primeira vez, o objetivo da criação do meu blog é compartilhar o que acredito que vale a pena, para que possamos procurar viver uma vida melhor. O conhecimento e informação instrutiva, nos possibilita ter um pouco de subsídios para lidar com os desafios da vida, para que possamos, pelo menos, pensar antes de fazer as nossas escolhas.
Somos bombardeados de notícias e informações todos os dias e em todos os lugares, mas tem informações interessantes que nem sempre temos o tempo necessário para ler ou assistir, até porque, as vezes, não tivemos oportunidade de saber.
Estamos vivendo em uma época em que pensar faz-se necessário e pensar, as vezes, não é tão fácil assim. O pensar gera um pouco de incômodo, mas também pode ser o diferencial nas suas escolhas e modo de encarar as diversidades da vida.
Quem são e quais as perspectivas para os jovens do milênio?
A faixa de idade dos jovens entre 15 e 30 anos, recebe o nome dos “jovens do milênio”, em referência a virada do próprio século.
Segundo o documentário, apesar de se referir aos jovens americanos, acredito que o que li e assisti possa ser extensivo aos nossos jovens aqui do Brasil, bem como de outros países desse mundo globalizado.
Era comum, entre uma geração e outra, a gente perceber uma melhora na qualidade de vida nas gerações mais novas. Ou seja, seus avós tiveram uma vida melhor que os bisavós, os pais uma vida melhor que os avós e a expectativa que os filhos terão uma vida melhor que a de seus pais.
Mas, infelizmente, não será bem assim para a maioria dos jovens dessa geração. Acredito que foi isso que me chamou a atenção nesse documentário, ao afirmarem que os mesmos não terão as mesmas perspectivas de futuro do que seus país, não terão o mesmo padrão de vida como da geração anterior.
Apesar dos avanços da tecnologia e da juventude estar conectada com os mais diversos tipos de informação, dando a impressão e a ilusão de melhoria para eles, os dados não são nada animadores e é bem isso que retrata o documentário. Depois de muitas décadas, é a primeira geração que não repetirá esse avanço que se vinha obtendo até então.
O que esses dados revelam para essa nova geração?
“A economia encrencou. (…) o que os jovens tem pela frente não é nada animador: salários e empregos estagnados, dívidas enormes para pagar a faculdade, saúde cada vez mais cara, desigualdade crescente. Quem se beneficia dos avanços é uma pequena elite, 1% ou menos da população”.
Os jovens tem se revelado com muita disposição para o trabalho e desejo de mudar o mundo. A forma de trabalho mudou, a grande maioria trabalham por conta própria, com múltiplas tarefas: são trabalhos avulsos, pagam mal, exige longas horas de trabalho, mas permitem flexibilidade de horários, criatividade, independência. Estar envolvido em um projeto ou trabalho que necessite passar a noite, não é problema para essa geração.
Por outro lado, os jovens do milênio são menos preconceituosos, lidam melhor com as diferenças, e se preocupam mais com a ecologia. Eles são considerados mais inteligentes do que a geração passada, porém isso não tem garantido um lugar no mercado de trabalho, quando se observa o alto índice de desemprego nessa faixa etária.
Quanto a decisão de se casar e formar a sua família, essa escolha está sendo adiada, ficando para mais tarde, principalmente pelo fato da própria situação econômica que os impossibilitam de iniciar uma nova vida. Mas, por outro lado, os jovens do milênio sabem bem o que querem e lutam para buscar o prazer naquilo que acreditam e trabalham. Não se sujeitam a seguir regras rígidas, estabelecidas dentro de determinadas empresas, fazendo uma rotatividade enorme e gerando muitas vezes problemas para algumas dessas empresas que ainda insistem em manter as formas tradicionais de lidar com seu quadro de jovens funcionários.
A visão da Juventude contemporânea através do Sociólogo Polonês, Zygmunt Bauman
Bauman, nasceu na Polônia em 1925, é sociólogo, residente atualmente na Inglaterra e um dos grandes pensadores contemporâneos que elabora obras refletindo a sociedade atualmente, na qual ele propõe um conceito de “modernidade líquida” para descrevê-la.
Segundo Bauman, a sociedade contemporânea é caracterizada como uma “sociedade líquida”, uma sociedade onde vive um momento de transformação, onde o que era sólido e havia uma certa organização, já não é assim que se apresenta. O sujeito está em busca de uma afirmação no espaço social, levando o mesmo a vestir várias máscaras para enfrentar os vários papeis que exerce dentro da sociedade.
Em um momento o jovem veste a máscara de filho e se comporta como o pai quer, em outro veste a máscara de despojado para ser aceito em um determinado grupo, e em outro momento a máscara de profissional. O imediatismo e falta de perspectiva do planejamento a longo prazo, pode gerar instabilidade emocional e grande ansiedade diante das incertezas daquilo que se tem pela frente, passando das estruturas de solidariedade coletiva para as disputa e competição.
“o tempo é projetado para o presente, pela fluidez e para a diversidade. Muito se diz que hoje os jovens vivem de forma individual, à base do consumo, criando relações superficiais e fluídas com os outros. Não se prendem a um determinado espaço e não se preocupam com o tempo futuro. Quanto mais rápidos esses jovens se movem, mais poder eles adquirem. O conhecimento pode ser um exemplo de poder, e sabemos que o conhecimento não é regalia exclusiva da escola. Esse indivíduo contemporâneo, sozinho, em frente ao seu computador ou ao celular, pode rapidamente se mover e se apropriar de conhecimentos que as gerações jovens anteriores não tiveram. Por meio desse pensamento, o jovem de hoje busca “ser jovem” e viver como tal, menos no grupo, no comunitário e mais no consumo e na responsabilidade individual”.
Como viver essa passagem da juventude para a vida adulta?
A verdade gente é que a sociedade está aí e a juventude tem que se adaptar a esses novos tempos, não tão organizados como eram o de seus pais. Quando criticados pelo fato de serem imediatista ou de viver o presente, questiono qual outra alternativa eles teriam?
São sobreviventes de um mundo em transformação diária, sem uma certeza onde tudo isso vai dar, sem uma proteção e segurança de um Estado.
A geração dos pais, quando iam para uma faculdade visualizam no futuro uma esperança, expectativa e a certeza de que algo melhor poderia vir. E hoje, eu pergunto: O que o jovem pode visualizar, com segurança, após o término de uma faculdade?
Frequentar uma faculdade ou uma escola, embora necessária, nem sempre é possível para toda a camada da população, devido ao custo alto dos estudos em nosso país. E, além dos custos, ainda enfrenta-se hoje a questão, de determinados cursos, não preparar adequadamente o jovem para o mercado do trabalho.
Existe uma defasagem entre a realidade do mercado de trabalho e o que se aprende nas escolas/faculdades, devido a necessidade urgente de adaptação das grades curriculares que, em alguns casos, não vem atendendo ou acompanhando a rápida transformação na busca do conhecimento.
Sou da opinião, que temos sim que entender os jovens de hoje, cheio de vida, energia e que são guerreiros em sobreviver e fazer a sua parte, por pequena que seja, em um momento histórico tão cheio de turbulências e incertezas. Se conseguir, cada um a sua maneira, encontrar um sentido de se posicionar tanto para o trabalho, quanto para manter relações de amizade e de relacionamento amoroso, já estão de parabéns.
E acredito que são inteligentes o suficientes para saberem que, se encontrarem aquilo que realmente gostam de fazer, terão a maior probabilidade de viver melhor, nesse período de grandes transformações de nossa sociedade.
Caberá a nossa geração, de pais, dentro da possibilidade de cada um, contribuir, entender, dar apoio, auxiliar os nossos jovens para essa passagem para a vida adulta. Ter um olhar e paciência para, juntos, poder refletir sobre o contexto social atual e buscar alternativas e compreensão para que o jovem encontre a sua verdadeira vocação, para que o mesmo possa persistir naquilo que acredita e se propõe a fazer e assim encontrar o caminho de sua realização.
Enfim, os desafios dos jovens do milênio são grandes, talvez maiores que seus pais, e para enfrentá-los é interessante sim recorrer a história passada como forma de reflexão e entendimento do presente. Mas, só não vale acreditar que isso signifique viver na ilusão que os tempos passados retornarão.
Era isso por hoje gente.
Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/bauman/article/view/2758/3029
http://f5.folha.uol.com.br/colunistas/renatokramer/2016/02/10000638-como-sera-o-mundo-quando-os-jovens-do-milenio-estiverem-no-comando.shtml
evistacult.uol.com.br/home/2010/03/entrevis-zygmunt-bauman/
http://g1.globo.com/globo-news/globo-news-documento/videos/t/outros-programas/v/sem-fronteiras-os-jovens-do-milenio/4842078/