Oi Gente
O post de hoje tem como objetivo trazer aqui para você o mito de Céfalo e Prócris e refletir sobre as consequências de uma mentira e má interpretação.
Céfalo era um jovem, bonito e amante dos exercícios, e Prócris, sua esposa, que o presenteou com um cão muito veloz e um lindo dardo que dificilmente errava o alvo, foram vítimas de uma má interpretação.
Um casal que se amavam e viviam felizes, até que um dia, algumas pessoas entram na vida desse casal e a história toma outro rumo. E aí? Saiba um pouco sobre esse mito por aqui…
E aí? Eis que aparece uma terceira pessoa chamada Aurora que se apaixona por Céfalo e, quantas coisas não se faz por uma paixão não é mesmo? Simplesmente resolve raptar o belo Céfalo para o tormento de Prócris.
Céfalo apaixonado por sua esposa resistiu a todos os encantos e investidas de Aurora e assim ela, Aurora, o dispensa muito irritada: ” – Vai ingrato mortal, fica com tua esposa, a qual, se não me engano, hás de lamentar ter conhecido”.
Assim Céfalo retorna a esposa e tenta ser feliz como antes. Acontece que uma determinada divindade, a qual andava muito irritada, havia pedido para uma raposa devastar toda a região e seus lindos bosques. Os caçadores então resolvem capturá-la e nenhum deles consegue realizar essa tarefa.
Mas Céfalo tinha ganhado o presente de sua esposa, o cão mais veloz de toda a região chamado Lelaps e é a ele que vão se dirigir para que ajudasse a caçar a danada raposa. Lelaps era tão rápido como um raio e, assim, no alto de um monte, Céfalo e os demais caçadores subiram para assistir a essa caçada.
A corrida do cão até a raposa virou uma atração, mas os deuses não queria que nenhum dois dois fosse o ganhador dessa corrida e,então, tanto o cão como a raposa foram petrificados, deixando Céfalo sem seu fiel amigo Lelaps.
Céfalo, mesmo com a perda de seu cão, ainda tinha o famoso dardo e assim continuou com suas caçadas através dos bosques. Após um dia inteiro de caça, o jovem Céfalo tinha adquirido o costume de descansar, em lugar a sombra próximo a um belo riacho, e ali tirava suas vestes para sózinho curtir o frescor do lugar.
Nesses momentos de relaxamento e descanso, o qual Céfalo apreciava ele tinha, também, o costume de dizer em voz alta: “Vem, brisa suave, vem afagar-me e leva o calor que me abrasa”.
Alguém “sempre tem alguém” passando ali por perto escuta esses dizeres de Céfalo e julgou que o mesmo estaria dizendo isso a uma mulher e, logo correu contar a sua esposa Prócris.
A esposa Prócris, feliz e apaixonada pelo marido, ouvindo essa “fofoca” cai desmaiada ao chão e não acreditando depois de recompor-se disse: “Não pode ser verdade; não acreditarei nisso, a não ser que eu mesma seja testemunha”.
Aguardou até o dia seguinte, sem nada dizer a ninguém, e ela mesmo seguiu o marido em suas caçadas diárias e de longe o observou na sua jornada e foi se esconder próximo ao local, conforme o informante lhe tinha dito.
Céfalo, o pobre Céfalo, no mesmo local de sempre, fez todo o seu ritual diário para o seu momento de descanso e deitado na relva exclamou: – “Vem brisa suava, vem afagar-me. Sabes quanto te amo! Tu tornas deliciosos os bosques e minhas caminhadas solitárias!”.
Mas, nesse dia, ao acabar de falar eis que escuta um barulho na mata semelhante a um soluço. Pensando ser algum animal selvagem, não pensou duas vezes, pegou seu dardo que nunca errava o alvo, presente da sua amada esposa, atirou diretamente e eis que acerta diretamente em Prócris.
Consequências de uma má interpretação
Com o grito de Prócris, Céfalo correu nessa direção e lá encontrou sua amada toda ensanguentada tentando retirar de seu corpo o dardo. Céfalo, desesperado, pegou sua amada a erguei e pediu que ela vivesse e dizendo que não o abandonasse e cheio de culpa nesse terrível momento.
Prócris abriu os olhos e ainda murmurou as seguintes palavras: “- Imploro-te, se algum dia me amaste, se algum dia mereci de ti benevolência, meu marido, que satisfaças minha última vontade: não te cases com essa odiosa Brisa”.
Com essas palavras Céfalo entendeu todo o mistério e Prócris com seu olhar de amor e ternura, olhou para o marido como se o perdoasse e “que a fez compreender a verdade”.
Ao conhecer, ler e observar os mitos, eles nos trazem algo que ainda hoje nos transmite situações que são vivenciadas pela humanidade através dos tempos.
Penso que esse mito de Céfalo e Prócris pode nos levar a refletir muito sobre: julgamentos, má interpretações, a própria inveja da felicidade do outro, precipitação sobre algo que não lhe diz respeito, fofoca e todas as demais atitudes que se tomam sem serem bem pensadas e dignas da verdade.
Todo o cuidado é pouco quando se trata de falar da vida do outro, de julgar. As consequências, por melhor que seja a intenção, podem ser irreversíveis, principalmente em situações que envolvem amor, paixão, fidelidade, infidelidade e essas histórias que ainda em nossos tempos conhecemos diariamente.
Enfim, será que você concorda que ainda convivemos com situações e histórias tristes como o mito de Céfalo e Prócris?
Era isso por hoje gente.
Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
BULFINCH, T. – O Livro de Ouro da Mitologia – História de Deuses e Heróis. Rio de Janeiro: Agir, 2014.