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Londrina e o trem que por aqui viajava

Londrina e o trem que por aqui viajava

Tempo de leitura 5 min.

Oi Gente

Dentro do Projeto de visitar novamente a minha cidade, hoje foi a vez de passear no nosso Museu Histórico que está situado na antiga estação ferroviária.  Esse lugar me traz muitas lembranças da infância, até porque sou filha de ferroviário e viajava por esses trens em nossas férias. Quando entrei novamente para  fazer a visita por dentro do trem que está exposto lá na parte de traz do museu, foi realmente voltar no tempo e na minha história de vida. Não tinha como não se emocionar, das lembranças e, também,  bateu aquela saudades do meu pai que já não está por aqui com a gente. Aproveitei para fazer  as fotos por lá, as quais eu trago aqui para você que também já realizou viagens de trem aqui no Paraná, bem como para você que talvez nunca teve a oportunidade não só de viajar de trem,  mas também, de conhecer como eles eram.

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Aqui gente, onde hoje se encontra o Museu Histórico de nossa cidade, era a antiga Estação Ferroviária. Me lembro do grande movimento que havia por aqui. Eu ainda criança, sempre acompanhada dos meus pais, vinha as vezes só para passear, pois meu pai trabalhava aqui e muitas outras vezes para viajar mesmo. Me lembro que próximo da estação ainda tinha carroceiros, onde faziam o papel de taxi. Meus avós paternos moravam em Ourinhos e íamos de trem, dá para acreditar?  

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Aqui o sino da Estação. Imagina quanto era a vontade de uma criança em bater esse sino.  Foi muito interessante visitar tudo isso hoje, pois realmente foi uma volta ao meu passado e de muitas lembranças e saudades. É a gente vai passando do meio século de idade e já começa falar das saudades, de lembrar de histórias. Mas é uma saudades gostosa de lembrar de coisas boas de nossa infância e as vezes saudades, um pouco triste também,  de pensar em quantas pessoas que fizeram parte de sua vida e que já não se encontram aqui com a gente. Mas é isso, a gente tem que pensar que bom que tivemos a oportunidade de estar com essas pessoas que já se foram e aproveitar curtir quem está com a gente não é mesmo? Isso é a vida, isso é viver.

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Comecei a visita, na realidade, pela parte dos fundos do Museu onde fica o estacionamento e desse lado temos esse trem para visitação, o qual me trouxe muiiitas recordações e a cada passo que dava dentro dessa visita, vinha uma lembrança gostosa dos velhos tempos e das viagens que a gente fazia.

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Aqui era o vagão que eu me lembro destinado aos passageiros de segunda classe. Observem que os bancos todos de madeira e aguentar algumas horas nesses bancos sentados era um pouco desconfortável. Mas as passagens eram bem mais baratas. Eu não me lembro muito bem, mas a gente viajava na primeira classe ou na cabine do trem, na época de férias do meu pai. Havia algum benefício para os funcionários da Rede Ferroviária,  em viagem com a família.

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É incrível como o nosso Museu cuida tão bem do seu acervo. Vamos entrar dentro desse trem então para você poder visualizar como eram os trens naquela época e é hiper legal voltar na história, história da qual você, mesmo sendo criança, vivenciou.

“A velocidade do trem era baixa, média de 40 km/h, e as paradas eram muitas. Em média, havia uma estação a cada 15 km de linha entre Londrina e Ourinhos, estação onde os passageiros deveriam fazer baldeação para os trens da Cia. Sorocabana, caso desejassem prosseguir viagem além. Somente entre Londrina e Cornélio Procópio, por exemplo, existiam nada menos que sete estações: Ibiporã, Jataí, Frei Timóteo, Serra Morena, Pirianito (atual Uraí), Congonhas e Catupiri.”

Quando íamos para casa da outra avó, no Norte Pioneiro, fazíamos essa baldeação. Me avô Augusto Menezes da Costa, era o chamado chefe de trem, para quem vivenciou essa época sabe do que estou falando e que delícia, quando dava certo de viajar em um trem que ele estava trabalhando. Esse avô tinha um costume interessante, como me lembro disso, sempre tinha algum doce no bolso do casaco dele e isso para criança fica marcado em nossas lembranças. E um carinho de avós né gente, qual criança que não guarda na lembrança. 

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Nossa gente, olhar para essa janela me remeteu a tantas histórias da minha infância, como se fosse realmente uma viagem no tempo e no espaço. Guaraná Antártica e Maçã Argentina me remetem a essas viagens de trem. Pois passava um funcionário. no meio dos corredores do trem, vendendo doces, frutas, refrigerantes e essas coisas que criança adora, esse momento era uma delícia dentro do trem.

É incrível como me lembro disso e agora veja essa história que eu acho muito engraçada. Antigamente,  as maçãs argentinas vinham embrulhadas em um papel na cor azul escura e era costume, em geral, das pessoas pegarem aquele papel azul escuro e passar em volta da maça, tipo limpando ou lustrando a maçã. Olha que santa ignorância gente… Depois de adulta, fui saber que aqueles papeis azuis eram um papel com um tipo de produto para proteger a maçã. Pelo que entendi era como se a gente ficasse limpando a maçã como um tipo de inseticida. Dá para acreditar?  As fotos abaixo são então de dentro desses vagões. 

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Aqui o vagão da primeira classe, onde os bancos dos passageiros eram mais confortáveis. Sinceramente não sei dizer se o valor era ou não o dobro do preço. 

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Tinha um vagão destinado ao restaurante

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Aqui gente era a cabine do trem. Nessa foto está uma cama de casal, mas me lembro que quando viajávamos a família inteira, eram uns beliches que haviam no vagão e eu adorava dormir na parte de cima. Talvez o trem que eu tenho mais lembrança já era um pouco mais novo do que esse, mas bem semelhante.

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“Aos poucos, os carros de madeira foram sendo substituídos por carros de aço, mais seguros, e as novas locomotivas  passaram a tracionar trens mais longos e com maior velocidade, podendo manter uma média de 60km/h entre as estações.”

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Fazer esse post me deu muitas saudades de 3 pessoas maravilhosas que fizeram parte da minha história de vida e é a eles que eu dedico essa história por aqui: Meu Avô Augusto Menezes da Costa, meu tio Egidio Costa e ao meu querido  pai Geraldo Menezes da Costa, com muitas saudades. pela contribuição de toda uma vida de trabalho dedicada a ferrovia desse país.

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Acho o maior charme esse lugar onde se comprava os bilhetes, como me lembro desse espaço.

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O Endereço aqui em Londrina é:  Rua Benjamin Constant, 900 – centro da cidade, ao lado do terminal Urbano.

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É gente nada melhor que esses relógios lindos aqui para nos lembrar que o tempo passa, a história está aí para contar os acontecimentos que a gente faz com o tempo que temos por aqui. Por isso o que temos hoje, é o tempo presente para usufruirmos da melhor forma que se puder e dentro das escolhas do que é melhor para cada um e essa escolha é individual, até porque quem faz a sua história de vida, depois da fase que não depende mais dos cuidados iniciais de sua vida, pertence somente a você. 

O Museu Histórico de Londrina tem muitos itens em seu acervo a ser mostrado e são histórias de nosso povo, que fez e faz a nossa cidade. Se você é daqueles que não gosta de visitar museu, pense um pouco a respeito, pois visitar um museu é saber da sua raiz, da história de seus antepassados, de onde vieram os produtos que hoje você faz uso e de ver, principalmente, o valor de um trabalho de gerações, anteriores a nossa, que com seu esforço nos proporcionou aquilo que usufruímos hoje.

Farei outros posts sobre o que vi por lá e trago aqui para dividir com você.

Era isso por hoje gente.

Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

Referências:

http://londrinahistorica.blogspot.com.br/2011/05/viajando-de-trem-pelo-norte-do-parana.html

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