O objetivo do post é falar um pouco da minha experiência de ter morado, por um tempo, na Escócia.
Talvez você possa estranhar a qualidade das fotos, pois na realidade são fotos do tempo em que a gente revelava os filmes ainda.
Pois é, era o ano de 1994/1995 quando tive essa experiência por lá. Achei interessante contar um pouco sobre esse momento, até porque para quem hoje vai passar um tempo no exterior poder ir tranquilo, pois as facilidades não se comparam com os desafios que tínhamos que enfrentar naquela época.
Escócia – A experiência de morar um tempo no exterior
A dificuldade da língua
Então gente, falando mais um pouquinho da minha experiência, gostaria de comentar sobre a dificuldade da língua.
Sempre gostei e tenho preferência pela língua francesa. A língua inglesa entrou na minha vida mais pela necessidade e não por opção. Estudar uma língua requer muita disciplina e você somente entende o valor disso, quando se defronta com as possibilidades que uma segunda língua te permite.
Entre a língua inglesa Britânica e a Americana prefiro e acho mais elegante o Inglês Britânico. Acho as palavras mais articuladas, são faladas com mais clareza, ou pode ser até que para a gente entender seja mais fácil.
Sendo assim, pensava que não teria dificuldades grandes com a língua, uma vez que no primeiro momento eu iria necessitar apenas o nível básico do inglês, ou seja o inglês para sobrevivência. Mas, ” sempre tem o mas ” , entre a teoria e a prática as coisas não são bem assim…Quando me me deparei com a língua inglesa na Escócia, simplesmente não entendia nada, literalmente nada.
Aí vem aquela sensação: Que língua é essa que esse povo está falando??? Eu tinha a impressão que eles emitiam um tipo de “soquinho” na fala. Percebi, então, que quando eu falava ninguém entendia nada. Imaginem a situação.
Você aprende de um jeito, sabe o que está falando e percebe que o outro lado não está te entendendo e pior, não se esforça nem um pouquinho pra te entender, simplesmente dizem: Sorry…Só para citar um exemplo: Você aprende aqui no Brasil, How are you? Mas você escuta lá: U a you, isso muito rapidamente falado. Aí que vem o problema…U a you? O que é isso que acabo de escutar??? E mesmo dentro de um contexto, muitas vezes, é estranho e não dá para pegar o significado. Gera muitas dúvidas…
Diante desse fato, observei o quanto a gente era mal preparado nas escolas de inglês com relação a pronúncia, até porque na minha cidade na época ainda não havia muitos professores de inglês que tinham uma experiência fora do país.
Ler era tudo de bom, escrever você sempre tinha uma ajuda da gramática por perto, mas falar e fazer-se entender era o maior desafio no inicio.
Moral da história, me matriculei em um curso de inglês o mais rápido possível, 3 vezes por semana, na parte da manhã. Na foto abaixo enfrentando o frio e essa neve para ir as aulas.
Deixava as crianças com minha mãe no apartamento e lá ia eu aprimorar meu Inglês. Foram muito gratificantes essas aulas. Os colegas de sala eram pessoas vindas de diversos países, o que deixavam as aulas bem interessantes.
Além das aulas de inglês, tive a oportunidade de fazer novas amizades com essas pessoas, me proporcionando não somente a aprendizagem da língua, mas também da troca de conhecimentos sobre as diferentes culturas.
A minha professora é essa na ponta, uma graça e que professora com dom para ensinar. Como ela me ajudou a melhorar a pronúncia.
Agora vocês imaginem aprender inglês, em uma mesma sala, com colegas libanês, chinês, japonês, chileno, africano e etc., cada um com seu sotaque típico, isso era muito divertido…Mas o legal desse grupo é que todos nós estávamos lá para o mesmo objetivo: aprender o mais rápido possível a se comunicar naquela cidade.
Passando as primeiras dificuldades do início, pude organizar uma rotina na semana que funcionava muito bem.
Minha Rotina na Semana
Segunda, quarta e sexta – aula de inglês de manhã e a tarde pegava a Gabi (7 anos) na escola e passeios com as crianças, e a noite com meu marido 2 vezes íamos ao super mercado ( que delícia fazer o sacolão onde não precisava escolher as frutas, legumes e verduras, tudo da melhor qualidade).
A ESCOLA DAS CRIANÇAS
Um pouco das amiguinhas da minha filha na escola. A da direita era uma estrangeira também, o seu nome era Nagma, a melhor amiguinha da Gabi, naquele período.
A Gabi no primeiro dia de escola
Foi muito interessante que no primeiro dia de aula, a Gabi e a Nagma, como duas estrangeiras, já ficaram amigas.
Não sei como elas se comunicaram, pois ela era da Líbia e nenhuma das duas falavam Inglês. Mas conseguiram perceber que elas eram as diferentes na sala de aula.
Me lembro que foi até engraçado, porque a Gabi chegou em casa falando que tinha uma amiga que era que nem ela, que falava a mesma língua dela.
Achamos estranho, mas depois entendi… Talvez no sufoco de serem as diferentes, se entenderam ao ponto de achar que falava a mesma língua.
A escola era estadual, a gente não pagava nada e eles ofereciam as duas que eram estrangeiras, aulas especiais de inglês em um outro instituto.
Duas vezes por semana, elas saiam das escolas e iam para esse instituto, de taxi só para aprender a língua. Já naquela época os materiais utilizados para as crianças eram muito mais elevados do que os nossos e eles faziam muitas aulas interativas. Por exemplo, quando iam aprender vocabulários sobre o mar, levavam as crianças até a praia e la falavam sobre o que podia sobre o ambiente e, principalmente, o mar. Achava fantástico.
Quando chegava no colégio, como toda mãe brasileira, abria os braços para receber minha filha e todos ficavam me olhando… Já os pais escoceses eu observava que eles chegavam, olhavam para as crianças (tipo conferindo se eram os filhos deles mesmo) e seguiam andando lado a lado. Não via quase nenhuma manifestação de afeto, como o jeito dos brasileiros.
As vezes chegava mais cedo no colégio e ficava por ali observando e também me chamou muita a atenção o fato de várias crianças usarem óculos em idade bem pequena. Ai pensei que talvez, em nosso país, não havia tanta utilização de óculos, simplesmente pelo fato que as escolas não oferecem esse tipo de assistência. O oftalmo por lá fazem exames frequentemente nas crianças, em idade escolar.
Tentei colocar o meu menino, segundo filho João Henrique, de 3 anos na época, na mesma escola.
Ele ficou apenas três dias, pois chegou em casa e disse: “Mamãe não quero mais ir na escolinha, porque a professora “nem abraça eu“. Moral da História: Deixei ele mais um tempo com a gente e escolinha só mesmo no Brasil.
Na terça e quinta-feiraeram dias de lavar as roupas, éramos 3 adultos e 3 crianças e haja roupa.
Fazíamos desse momento também um passeio. Íamos eu, minha mãe e as crianças.Colocava as sacolas de roupas no carro, a criançada e íamos a uma lavanderia da Universidade e lá passávamos um bom tempo lavando as roupas nas máquinas e nas secadoras.
As crianças curtiam bastante e enquanto as máquinas trabalhavam, havia um parque grande por ali, onde elas aproveitavam o espaço livre para brincar. Antes de voltarmos para casa, sempre parávamos em um Mc Donalds para um lanchinho.
E nos finais de semana saíamos viajando pelo país, conhecendo os castelos que são muitos por lá e apreciando as belezas naturais desse encantador país.
Finais de semana dia de passear – Aqui fomos a uma estação de esqui- e juro que acho lindo, mas sou brasileira e esquiar não é para qualquer um. Achei muito difícil só com muito tempo de treinamento…
Até os bois por lá eram diferentes, com muito mais pelos que os nossos.
EnfimContei um pouco da minha rotina por lá, com três crianças, porém foi uma experiência incrível com muitas histórias que guardo na lembrança e que faria tudo outra vez.
Enfim, esse post resolvi dividir aqui com você um pouco da minha rotina por lá, com três crianças e lógico que tem muitas histórias e lembranças gostosas dessa época e que faria tudo outra vez.
Se você é daquele(a) que também gostaria de ter uma experiência dela e tiver alguma oportunidade, tente não perdê-la por medo ou receio. Tenha certeza que somos seres adaptáveis e que morar fora você dará conta e testará suas habilidades nesse sentido. Sà0 experiências que valem a pena.
Era isso por hoje.
Obrigada por visitar meu blog. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.
Um abraço.
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Maricalegari
Sou a Mari Calegari, casada, psicóloga, socióloga, pós graduada em Recursos Humanos e Marketing. Paixão? meus 4 tesouros: Mi, Gabi, João e Malu. Acredito no ser humano e no seu poder de transformação de si mesmo e de tudo aquilo que produz. Desafios: Viver em sociedade,
respeitando as diferenças de cada um. Fazer de cada hora de seu dia, algo que possa se lembrar que valeu a pena. Aqui você sempre será bem vindo (a).
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