Oi Gente
O objetivo desse post é trazer aqui para você algumas abordagens teóricas da criatividade. As vezes, é comum escutar algumas pessoas dizerem que não se consideram nada criativas. Se você faz parte desse grupo de pessoas, valerá a pena dar uma lida no que trago aqui para você, pois qualquer pessoa pode sim ser criativa.
Vivemos em um país onde se observa o uso da criatividade diariamente, até por uma questão de sobrevivência. A própria diversificação de regiões, o tamanho do país, a misceginação de raças, colaboram para que o brasileiro estejam mais aberto para criar no seu dia-a-dia lembrando que a necessidade é um dos ingredientes que desperta a criatividade e, por aqui, estamos cansados de observar situações onde se a pessoa não for criativa seria difícil de lidar com os desafios que se apresentam no dia a dia.
Me lembro que, no nosso estágio de psicologia educacional, desenvolvemos um trabalho na universidade, junto com alguns colegas, oferecendo aos universitários um minicurso chamado “Potencializando a criatividade do cotidiano” , com a supervisão da Drª Denise Bragotto, da Universidade Estadual de Londrina, que trabalha com o assunto criatividade já há algum tempo.
O nosso grupo estava composto, por mim e os colegas: Murilo Churk Lago, Raíssa Caramanico, Ricardo da Silva Franco e Thaís Santiago Marino.
Após vários encontros e preparação do referido curso o mesmo foi oferecido para os universitários que se inscreveram para a participação no mesmo e foi muito interessante observar os resultados, após a finalização do curso, quando se compararou um questionário que aplicamos no início do curso com os estudantes e o outro no final onde os participantes realmente obtiveram uma nova visão sobre o fato de ser ou não criativo.
Gosto muito desse assunto e acredito que deveria ser uma matéria a ser desenvolvida em todas as áreas de estudos, principalmente nas Universidades.
Algumas abordagens teóricas da Criatividade
Wechsler, 1998; 2008 nos fala sobre as teorias da criatividade e entre elas destacam-se as abordagens filosóficas, psicológicas, biológicas, psicoeducacionais, psicofisiológicas, sociológicas, psicodélicas.
Vamos ver, resumidamente, o que cada uma tem a nos ensinar a respeito desse assunto:
Abordagem filosófica – parte do princípio que a criatividade ocorre por meio do processo de inspiração divina ou é uma espécie de loucura humana. Entretanto, para Descartes, a concepção da criatividade se dá como forma de intuição.
Abordagem psicológica – nessa abordagem são vários os enfoques e temáticas desenvolvidos. Skinner, psicólogo norteamericano, discorre dizendo que existe uma cadeia de associações entre estímulo e respostas, onde os comportamentos criativos resultam das variações de comportamentos selecionados pelas suas consequências que foram reforçadoras, o que aumenta a probabilidade de que ocorra mais vezes esses comportamentos criativos.
Na Gestalt a criatividade é vista como a procura de uma solução para uma própria gestalt ou a alguma forma incompleta. O sujeito está constantemente na busca de soluções para falhas ou mesmo para o fechamento de uma forma ou gestalt incompleta.
O psicodrama, por exemplo, dá um grande destaque ao resgate de um modo criativo de ser e de se relacionar com o mundo. Segundo Lima, 2009 – “Essa abordagem propõe que a dramatização seja um recurso para as pessoas buscarem respostas novas e pouco usuais para as situações pelas quais passam ao longo da sua vida”.
Freud discorre dizendo que o processo criativo envolve uma força do inconsciente que chega a consciência. É uma forma inconsciente de solução de conflitos internos. Na pessoa criativa ocorre um “afrouxamento” entre as barreiras do ego e do id ou um menor número de defesas, que são inconscientes.
Na teoria humanista o processo criativo se dá como uma tendência das pessoas para atualização de seu potencial e a se auto-realizarem. Essa teoria entrelaçou a criatividade à saúde mental.
Nas teorias desenvolvimentistas, principalmente para Piaget, a imaginação criativa vem do processo de assimilação, no estado de espontaneidade.
Na teoria psicoeducacional a teoria cognitivista, por meio de Guilford diz que a criatividade estaria na operação do tipo produção divergente podendo ter diferentes combinações e é associado com a resolução de problemas. Já Torrance, em sua teoria (Wechsler, 1998; 2008), diz que existe a combinação de pensamento convergente com o divergente, e isso aparece nas diferentes fases de produção do pensamento criativo e seus elementos.
Abordagem Psicofisiológicas – desenvolve a questão dos hemisférios cerebrais e suas conexões com os lados direito e esquerdo.
Abordagens Sociológicas – já discorrem sobre a questão do encorajamento ao individualismo e o grau de expressão através de pressões exercidas por um determinado ambiente.
Abordagem biológica – a partir da teoria evolucionista de Darwin a criatividade passou a ser vista como uma força criadora inerente a própria vida; é como se a vida por si só já fosse criativa, porque ela se auto-regula, se organiza e está continuamente gerando novidades.
Abordagens psicodélicas – abordam a criatividade na perspectiva de estados alterado da consciência, investigando e considerando as possibilidades de expansão da consciência.
Conceito de Criatividade segundo Solange Muglia Weschler, da Pontificia Universidade Católica de Campinas
“Conceituamos, portanto, a criatividade em uma abordagem mais ampla, onde são necessários diversos tipos de interações para que seja completada de forma harmônica não só para o indivíduo como também para a sociedade. Nesse sentido, devem ser consideradas todas as possíveis combinações entre os seguintes elementos: a) habilidades cognitivas; b) características de personalidade; c) elementos ambientais. A combinação harmônica destas variáveis permitiria o alcance da auto-realização, considerando não só os aspectos pessoais, profissionais e mesmo transcendentais do desenvolvimento humano”.
Já fiz outros posts por aqui sobre esse assunto, caso você se interesse pelo assunto:
10 frases sobre a desculpa lógica para sabotar a sua criatividade
10 frases sobre a desculpa experiência para sabotar sua criatividade
10 frases sobre a desculpa dinheiro para sabotar sua criatividade
10 frases sobre a desculpa tempo para sabotar sua criatividade
10 frases sobre a desculpa os outros para sabotar sua criatividade
Enfim gente, como gosto do assunto, aos poucos vou trazendo por aqui mais algumas informações que possam contribuir para o desenvolvimento de sua criatividade. Afinal, somos todos criativos, mas muitas vezes só não sabemos que o somos.
Era isso por hoje.
Obrigada por sua visita. Você é sempre bem vindo (a) por aqui.
Um abraço.
Referências:
Lima, P. A. (2009). Criatividade na Gestalt-terapia. Estud. Pesqui. Psicol. v. 9, n. 1 – 85-95.
Wechsler, S. M. (1998). Avaliação multimensional da criatividade: uma realidade necessária. Psicol. Esc. Educ. (Impr.), v. 2, n 2, 89-99.
Respostas de 3
Sou de uma geração que usava muito a palavra ” psicodélico “. Acredito que de certa forma tenho criatividade.E tenho gosto por formas de arte, que são formas de exercer criatividade. Mas aí sou expectadora.
Só por sermos brasileiros já desenvolvemos a criatividade Ana kkk
É verdade, kkk.