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Quem foi Nietzsche, o filósofo alemão?

Tempo de leitura 6 min.

Oi Gente

O objetivo do post de hoje é trazer aqui para você um pouco da biografia do filósofo, escritor, poeta Nietzsche, Friedrich Wilhelm Nietzsche, esse pensador  alemão, que revolucionou e influenciou o mundo em sua época com suas ideias e que até hoje a sua obra é referenciada por grandes intelectuais.  Saiba um pouco sobre ele por aqui…

 

Em 15 de outubro de 1844 nascia Friedrich Nietzsche, em Rocken na Alemanha. Nietzsche juntamente com Freud e Marx são considerados os gênios da modernidade.

Imaginem uma época, século XIX,  em que grandes transformações se davam em todas as áreas de conhecimento, momento de turbulência nas sociedades e na humanidade de um modo geral. As autoridades religiosas eram questionadas, possibilitando assim a exposição das ideias desses gênios. Em anos passados, possivelmente, seriam grandes candidatos a serem queimados na fogueira.

Em 1882 ele mencionou a maior crise na terra, alegando que Deus  estava morto e morto pelas próprias mãos dos homens. Assim, para Nietzsche o homem estava com a liberdade de declarar os seus próprios valores. Ele foi chamado de Anticristo.

Sem uma crença em Deus ele previu que não haveria uma autoridade sobre os valores morais. É sobre essa liberdade e suas consequências que inquietou Nietzsche até o final de sua vida.

 INFÂNCIA

Era filho de um pastor luterano, Carl Ludwig. Cresceu em Rocken na Prussia, hoje o norte da  Alemanha. Os primeiros anos de Nietzsche foram tranquilos vivendo em uma família totalmente cristã.

Era o filho mais velho, tendo dois irmãos abaixo dele: Elizabeth, 2 anos mais nova e Joseph chegaria a família como o caçula 1 ano após o nascimento da irmã.

Em 1848, aos 4 anos, sua infância tranquila mudaria de rumo. Seu pai recebeu um diagnóstico de uma doença mental terminal. O Pastor Carl Ludwig  ficou cego e teve que ficar na cama por um longo período e  1/4 do seu cérebro havia morrido, levando-o  a morte no ano seguinte.

Esse triste fato marcou a vida de  Nietzsche o qual, na sua adolescência e juventude, buscava por uma resposta a sua pergunta: Por que o pai que amava tanto Deus e dedicou toda a sua vida a Ele  foi castigado com essa doença, levando a morte tão precocemente? 

Na adolescencia ele escreveu sobre o velório de  pai, falando sobre o fato do barulho do sino ainda estar em sua mente naquele triste momento. A perda do pai fez um marco em sua vida, transformando toda a trajetória que poderia ter traçado diferente daquela que fez.

Primeiramente, quiz seguir os passos do pai e resolveu ser pastor luterano e aos 20 anos, foi estudar teologia na Universidade de  Bonn e lá,  em contato com os livros bíblicos, encontrou um diferente daqueles em que fora educado e que fazia críticas à biblia e, a partir daí, ele toma um outro caminho:  rejeita o cristianismo e seus ensinamentos e passa a criticá-lo.

Juventude

Aos 21 anos foi estudar filologia e após filosofia, nas Universidades de Bonn e Leipzig. Foi um leitor assíduo da obra de Schopenhauer, outro filósofo alemão do século XIX,  o que dizia que devíamos aceitar o fato de que a felicidade não existe. Mas ele estava a fim de estudar a existência apesar da dor de existir. 

Na Universidade de Basiléia,  aos 24 anos ele se tornou professor de filologia (estudo da lingua através de textos escritos e da cultura de povos antigos) e estava nesse momento tentando responder a pergunta de como lidar com o sofrimento em um mundo sem Deus? Já que nesse momento de sua vida, não acredita em uma vida após a morte. E foi atras dessa resposta.

Em 22 de maio de 1872  viu no trabalho de Wagner, que havia conhecido há seis anos atras,  que a música e arte já eram formas de fazer com que a vida valesse a pena. Considerava Wagner um gênio. Acreditava que esse tipo de arte poderia colaborar para o sentido da vida, sem o Deus que ele não acreditava mais. Acreditava que através da música o homem poderia encontrar um significado para a vida e livrar o homem do sofrimento. A arte poderia transformar a sociedade. Via na música a arte suprema.

Foi nas tragédias gregas que ele foi buscar o entendimento sobre o sofrimento da humanidade.  

E foi entre a oposição entre os deuses Apolo e Dionísio que se inspirou, dando destaque a Dionísio, figura que extrapola os limites, que descobriu atividades grupais eufóricas.  Ele queria encontrar a verdade, o sentido da vida dos homens de sua época, e seu poder de transformador.A idéia de sumir numa transformação eufórica. A sociedade poderia ser transformada através do coletivo. Acreditava que a lógica é o caminho da verdade.

Nietzsche quando foi ver uma ópera “Anel” de Wagner e observou o teatro cheio da elite européia ele sai com raiva do teatro e começa a sua desilusão e rompimento com o então amado Wagner. Foi o início do fim da amizade deles.

Muda totalmente a sua forma de trabalhar e vai em busca de mais respostas. As responsabilidades da vida academica sufocava o poder da criatividade. Nietzsche queria se libertar.

Em 02 de maio de 1879 ele se demitiu como professor, pois buscava a liberdade. Sofria desde pequeno de dores no estomago e enxaquecas, deixou Basiléia com sua saúde não muito boa.  Tinha medo de que se repetisse nele a mesma doença do pai. Começa a viajar pela Europa e com a saúde abalada, ficando em hotéis e pousadas buscando lugares e climas que diminuíssem suas dores e continuou seu caminho solitário. Ele só conseguia escrever 20 minutos e tinha que parar.

Em uma de suas viagens foi lhe indicado que visitasse Sils Maria, na Suíça, e em 04 de julho de  1881 já em Sils Maria  começou a escrever o seu pensamento “eterno retorno”era uma virada no lado positivo da vida. Para uma vida completa era necessário arriscar a sofrer.

Ele encararia uma das maiores decepções da vida. Em Lucerna, Suíça, na primavera de 1882, veio trocar sua vida de isolamento por um amor de 21 anos, Lou Salomé, levou a ao centro de Lucerna para pedi-la em casamento. Mas ela respondeu não, pois não se via casada e dedicada a um único homem. Lou disse não uma segunda vez a proposta de casamento. Foi um dos piores momentos da vida dele. Ficou decepcionado e deprimido. Saiu de Lucerna,  seus livros não vendiam, a saúde precária, e uma melancolia terrível.

Em sua tristeza foi quando escreveu um outro livro: Assim Falou Zaratustra. O livro teve um impacto incrível. Fala sobre a importância da superação pessoal.

A responsabilidade de criar uma vida livre e alegre pertence ao homem. Felicidade é lutar por algo. É sofrer pela meta estabelecida por você. Superar os obstáculos no caminho da sua realização. A dor é um caminho para a felicidade.

Continou suas viagens pela Europa e escreveu o livro Para além do bem e do mal.  Em 1886, foi descrito como perigoso pelos críticos.

TURIN – NA ITÁLIA

Em 1888 foi para Turin na Itália onde seria o seu último percurso pela Europa. Como em um estado de euforia, escreveu 4 livros durante um ano. Foi nessa cidade que sua mente começou a de deteriorar. Escrevia cartas com assuntos bizarros e assinando as suas cartas como: O Anticristo, outras vezes como Dionísio, o deus grego e também o sacrificado. Os donos da casa onde residia, que via Nietzsche tocando piano desesperadamente, as vezes nú e pulando em seu quarto. Tinha um comportamento megalomaníaco.

Mas foi em um episódio ocorrido na praça de Turin, ele viu um cavalo sendo agredido com um chicote saiu e foi  abraçar o pescoço do animal e aos prantos caiu ao chão. Após 7 dias desse episódio foi levado de volta a Basiléia.

O FIM DA VIDA DE NIETZSCHE

Aos 44 anos foi levado para um sanatório e sua mente havia desintegrado. Ninguém sabe exatamente o que levou a isso, mas após esse momento sua obra começa a ter vida própria.

Em 1897 ele foi levado a Alemanha para viver seus ultimos dias na cidade de Weimar   e Elizabeth, sua irmã foi sua cuidadora até o final de sua vida. O vestia de branco e recebia suas visitas, como se fosse assim uma forma de espetáculo. Ela viveu na sombra do irmão.

Após a morte de Nietzsche , Elizabeth ficou responsável por toda a sua obra e aqueles que não atendessem aos seus critérios eram demitidos. Nietzsche deixou alguns escritos que não foram publicados, inclusive sobre o magnum opus, onde escreveria sobre a moralidade dos homens,  onde ele fala que o maior objetivo do homem é a busca do poder. Ele acreditava que o ser humano desde criança o que quer é o poder.

Nietzsche desprezava Darwin. Ele acreditava que os seres humanos deveriam fazer mais que simplesmente se preservarem. Ele era contra todas as filosofias que queriam reunir o mundo em apenas uma doutrina.

Alguns dizem que Hitler se utilizou da obra de Nietzsche para a criação do Nazismo. Mas, segundo o documentário da BBC, na realidade se Nietzsche visse sua obra ser utilizada como fundamento do Nazismo, ele ficaria horrorizado. Mas, como ele mesmo previu, que seus escritos poderiam ser mal interpretados tanto sendo usado para o bem como para o mal.

Em 1900, no dia 25 de agosto ele morre de derrame na cidade de Weimar.

Em 1934 Adolph Hitler visitou sua irma Elisabeth que era adepta ao nazismo, onde o presenteou com sua bengala. Hitler tirou uma foto ao lado de seu Busto.  Muitos Nazistas acreditavam que Nietzsche era brilhante. Ele foi considerado com uma das mentes mais perigosas do século XIX.

Enfim gente Nietzsche foi um pensador extremamente crítico em seu tempo, lembrando que a ciência estava em alta tentando dar ao indivíduo a solução para suas dores. Ele foi nos gregos pré-socráticos, na arte, buscar entender aquilo que o inquietava e é interessante que até hoje suas idéias e aforismos são estudados por inúmeros intelectuais em grandes teses de mestrado e doutorado, pois muito do que ele produziu faz muito sentido até os dias de hoje.

 

Referências:

Documentário em vídeo da BBC.

2 respostas

  1. Li certa ocasião que depois de su morte, sua irmã teve que fazer ceveas mudanças em seus escritos, pois só assim conseguiu editar.
    Não sei se esta informação é correta ou não.

    1. Janice, também já li sobre isso. Que a irmã ajudou na divulgação de sua obra, mas que tinha que passar pelo crivo dela e, ainda, que a mesma foi muito influenciada pela ideologia de Hitler e que muitas de suas ideias foram utilizadas pelo mesmo.
      Gosto dessa citação de Nietzsche que pode ser colocada junto a essa questão:
      “Os leitores extraem dos livros, consoante a seu carácter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno”.
      Obrigada pela visita.
      Um abraço

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