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Signo, Significante e Significado em Lacan

Tempo de leitura 4 min.

Oi Gente

Você que estuda Lacan sabe bem que não é lá fácil entendê-lo não é mesmo? Inclusive você já deve ter escutado essa frase: “Freud explica, Lacan complica”.

Acredito que Lacan não estava lá muito preocupado em facilitar aos seus leitores e ouvintes aquilo que ensinava em seus seminários que foram um total de 26. Mas, para mim pelo menos, é isso que me abre cada vez mais o desejo de estudar seus seminários, pois a dificuldade de entendimento desperta uma vontade louca de conhecer cada vez mais o pensamento desse psicanalista, até porque quando você começa a entender, depois de muiiiiiiito esforço e estudos, começa a fazer tanto sentido que todo o percurso de estudos vale muiito a pena.

Se você, que está lendo esse post, é assim teimosa e persistente como eu, com certeza está aprendendo sobre Lacan porque adora um desafio e não se contenta com coisas fáceis ou mastigadas.

Esses dias acabei entrando no site abaixo, na referência aqui colocada, e vi uma explicação sobre esses conceitos em Lacan de Signo, Significante e Significado que ajudou a ficar um pouco mais claro, vamos ver se consigo passar para você de uma forma mais fácil o que eu entendi. E se você se interessar entre lá nesse site, leia e depois podemos trocar ideias por aqui.

Como todos que estudam Lacan sabem que a noção de significante e desses termos utilizados por Lacan vieram de Ferdinand de Saussure, um linguista famoso em sua época, que propôs a sua visão de que a linguagem é estruturalista.

Esses termos signo, significante e significado utilizados por Lacan foram, vamos dizer assim, emprestados de Saussure, porém com uma forma diferente de explicá-los.

Saussure – diz que linguagem seria formada por elementos chamados signos.

Lacan – diz que a linguagem seria formada por elementos chamados significantes. (Lacan chega a essa afirmação, baseado em suas experiências com a formação do inconsciente – sonhos, lapsos, chistes, atos-falhos, etc).

Saussure – O significante “seria a parcela material do signo linguistico (o som da palavra, por exemplo)”. Ex. Arvore – ( tree, arvore, arbre) – são três significantes de um mesmo significado que é árvore – assim o significado é mais importante que o significante.

Lacan – O Significante estaria no lugar do Outro, é lá que estão os significantes. “Lacan define o Outro precisamente como “tesouro dos significantes”. Logo para Lacan os significantes seriam mais importantes do que o significado.

Saussure – Significante e significado estão unidos arbitrariamente “em função do acaso, a saber: o significante e o significado.

O significante seria a parcela material do signo linguístico (como já foi dito por exemplo o som das palavras) e o significado seria o conceito, o sentido, a ideia associada ao significante”. (quando se fala arvore (significante) você associa aquilo que faz sentido significado árvore (aquilo que tem um tronco, galhos e folhas).

Lacan –  Já o significado para Lacan seria o volátil, “evanescente, como um fluido que desliza ao longo da cadeia de significantes. E a “noção de signo deveria ser relativizada, já que uma relação mais ou menos fixa entre significante e significado estaria restrita a um dado contexto”.

Lacan passa a dar mais importância para o significantes do que para o significado, pois o inconsciente se interessa mais pelos significantes do que pelos significados. Os significados podem também ser um novo significante. Ou seja, uma árvore tem um significado no dicionário igual para todos como diz Saussure, mas para o inconsciente ela pode, dependendo do significantes de cada sujeito, remeter a outra coisa, um lugar onde tenha ocorrido algo que só o sujeito vai poder saber a respeito por exemplo.

Assim Lacan nos diz que o sujeito é aquilo que um significante representa para outro significante. Difícil né? O que será isso? É como se dissesse assim “Eu sou aquilo que um significante representa para outro significante”.

“O que é interessante em Lacan é que o significado é outro significante, não existindo significado fixo de nenhum significante. Se pegarmos um significante e fixarmos um significado com um significante e em seguida formos definir este último, vamos encontrar outro significante e assim por diante. Nas palavras de Antonio Quinet o inconsciente é constituído assim: “

‘‘Pelo desfilamento dos significantes, que deslizam sem cessar não se detendo em significados’’.

Assim o autor nos diz que do ponto de vista de Lacan, “nós não somos aquilo que acreditamos ser e que a capacidade de sermos diferentes do que somos não depende de nós, mas do Outro”.

“Dito de modo mais simples e direto, o que Lacan pretende expressar com sua fórmula é a tese de que nós, nossos desejos, nossos projetos, nossas concepções sobre a vida, nossos amores, enfim, tudo o que decorre de nós estaria na dependência do discurso do Outro. Não foi por acaso que nessa primeira etapa de sua obra Lacan definiu o inconsciente justamente como o “discurso do Outro”. É no campo do Outro que de modo autônomo os significantes se articulam uns aos outros produzindo-nos como um mero efeito”. (Lucas Napoli).

O autor ainda coloca que boa parte daquilo que acreditamos ser, bem como uma série de nossos comportamentos e atitudes possam estar ligados mais ou menos diretamente aos desejos de nossos pais e à nossa herança cultural.  Estamos de certa forma alienados no desejo dos outros.

Via Pinterest

Era isso por hoje gente

Obrigada pela visita.

Um abraço.

Referencia:

Por que Lacan disse que o sujeito é o que um significante representa para outro significante?

http://meuamor-meuodio.blogspot.com.br/2009/11/signo-significado-e-significante.html

8 respostas

    1. Olá Roseli

      Seja bem vinda por aqui. Sou suspeita né? É a minha opção como profissional, por entender que ele nos possibilita com seus ensinamentos e conceitos enfrentar os desafios e o real da vida. E nos leva cada vez mais a se aprofundar no conhecimento dele que nos deixou. Obrigada.
      Um beijoo

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