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Aprender a nadar depois dos 50, 60, 70 ou mais

Aprender a nadar depois dos 50, 60, 70 ou mais

Tempo de leitura 5 min.

Oi Gente

Hoje vim aqui dividir com você uma história sobre esse assunto de aprender a nadar depois dos 50, 60, 70 ou mais.  Esses dias arrumando umas coisas aqui em casa encontrei algumas medalhas do meu tempo de atleta amadora de natação e me lembrei de uma história que, entre algumas das minhas lembranças,  ficaram marcadas…

Me casei no ano de 1986 e fui morar na cidade de Pato Branco-PR. Sinceramente, só conhecia o meu noivo, hoje meu marido, que, pelo fato de ter passado em um concurso público na época, foi morar nessa cidade.  As vezes pensava, o que vou fazer nessa cidade que não sabia nem onde ficava no mapa.

Apesar de ser apaixonada pela cidade de Londrina,  era chegada a hora de deixá-la para iniciar uma nova jornada na minha vida, agora casada. O que o amor não faz, não é verdade?  kkk. 

Na época, consegui transferência do meu emprego e trabalhava até as 17h30. Mas, em uma cidade na qual,  para se ter uma ideia, tinha apenas um prédio e, se não me engano, o nosso onde fomos morar que era de apenas 4 andares era o segundo prédio, era no mínimo de se estranhar tanta diferença. Era até engraçado ao dar meu endereço, era só dizer que morava naquele prédio.

Toda mudança nos gera muita apreensão no sentido de se adaptar as novas realidades de um determinado lugar.  Tinha nessa época apenas 25 anos e confesso que estranhei muito ir morar em uma cidade menor. Sem nenhuma família por lá, logo descobri um ateliê de pintura, onde fazia aulas toda terça a noite, uma vez por semana, onde iniciei as minhas primeiras travessuras nas artes de pintar.

Naquela época, também representava a Empresa de Telecomunicações, antiga Telepar,  em competições que haviam entre as empresas, como as Olimpíadas dos Trabalhadores, nem sei se hoje existe ainda essas modalidades de atividades entre as empresas e,  eu era uma das quatro atletas de natação que complementava a equipe nas competições de revezamento e, também, nadava em provas individuais. Uma fase legal, onde adorava as viagens para competir e toda esse clima que a área de esporte nos proporciona.

Me lembro que havia algumas funcionárias do Banco do Brasil de Pato Branco que queriam nadar e, naqueles tempos,  não havia ainda nenhuma escola nesse sentido. Após ser  convidada para dar aula de natação, algo que nunca tinha feito, decidi enfrentar o desafio e, após o trabalho,  adorava esse momento de ir até a piscina da AABB de Pato Branco e, com um grupo de algumas funcionárias, lá estava eu a dar as minhas aulas de natação.

Nadava os quatro estilos, porém sempre com uma preferência pelo nado peito.  Agora  ser nadadora era uma coisa, mas ensinar a nadar se  tornou para mim um desafio. 

 

A minha aluna mais velha tinha em torno de 65 a 70 anos

Quando me lembro dessa época, o que ficou marcado  para mim foi uma das alunas, uma senhora, mãe de uma das minhas alunas que queria realizar um sonho que era de aprender a nadar. Na realidade todas estavam ali para o mesmo objetivo, mas o medo dela era imenso, se agarrando o tempo todo nas bordas da piscina e não conseguia, de jeito nenhum, aproximar o rosto da água.

Ali só havia a vontade dos dois lados, ela de aprender e eu de ensiná-la.  Sinceramente, fui professora de natação baseada apenas na minha prática de nadar, mas sem ser na realidade uma professora como essas formadas em educação física e, então,  lá íamos nós 2 vezes por semana. Confesso que adorava esses momentos e, a partir de então, tinha um objetivo certo que era fazê-las nadar, respeitando o ritmo e tempo de cada uma.

Mas o meu desafio maior era ensinar essa senhora que me confessava que tinha medo até de entrar debaixo do chuveiro, devido a água entrar no nariz.  Nadar, depois que se aprende, é como dirigir você nem se lembra das dificuldades do início. Mas, naquele  caso específico, o que era mais difícil era ensinar aquela senhora a controlar a respiração e colocar a cabeça dentro da água.

Não tinha dúvida, durante as aulas, pulava dentro da piscina com minhas alunas e ia pouco a pouco passando a segurança necessária para irem se soltando na água. O desejo e  interesse dessa senhora em aprender era tão grande e, possivelmente a pressa também,  que eu chegava a dar lição para casa para que ela treinasse durante os outros dias a famosa respiração. Pedia que treinasse no chuveiro, ou até mesmo com uma bacia cheia d’agua e, que graça,  a cada aula era gratificante observar o seu desenvolvimento.  

Finalmente, chegou o dia em que ela conseguiu nadar por completo e, como a cidade era pequena, as vezes acontecia de se cruzar em supermercados e/ou em algum lugar e lá vinha ela me agradecer por ter tirado um trauma e ter realizado um sonho que ela tinha há muitos anos. Hiper legal. 

Depois dessa turma, outras mulheres da cidade se reuniram e me pediram para dar aula na casa de uma amiga. Foi uma experiência diferente em minha vida e, naquele momento, me ajudou a ir  aos poucos conhecendo mais gente na cidade, fazendo novas amizades e, curtia essa nova profissão que realizava após um dia todo de trabalho.

Me lembro de um dia onde recebi um telefonema de outra cidade próxima, Francisco Beltrão, perguntando se não teria como dar aulas lá também. Cheguei até a pensar em mudar de profissão na época. kkk. Mas, a minha vontade mesmo era de retornar a Londrina.

Se é uma delícia para quem está aprendendo a nadar poder chegar o dia em que consegue atravessar uma piscina deslizando sobre as águas, para quem está ensinando também é muito gratificante poder ver que, independente da idade, é possível sim aprender a nadar

Alguns benefícios da Natação

A natação como todos sabem é o exercício mais completo e, ainda, sem enfrentar demais problemas que exercícios fora d’água em determinadas idades possam acontecer.

  • Melhora da capacidade cardiorrespiratória;
  • condicionamento físico;
  • proteção das articulações;
  • disposição, auto-estima, agilidade;
  • melhora no sono, etc.

Fazer aulas em grupo, além das novas amizades, é um momento que você se diverte, e desenvolve uma   rotina agradável e um momento para não ficar paralisado(a) dentro de casa. A sua saúde agradece.

Em 1988, estava de volta para minha cidade de Londrina e já com um bebê e, esse período de professora de natação, já não fez mais parte de minha história. Nadar passaria então a ser apenas um hobby.

Se você de 50, 60, 70 ou mais, ou qualquer idade, quer aprender a nadar, até mesmo para não ficar com aquela mãozinha no nariz e agarrando sempre nas bordas da piscina, que tal pensar seriamente a respeito. Afinal, agora é a melhor hora para se permitir realizar os seus desejos e, se caso em sua cidade ainda não tenha uma escola que lhe ofereça essa oportunidade, quem sabe poderá descobrir alguém que nade e possa fazer como minhas alunas de Pato Branco, em uma época que por lá também não se tinha essa alternativa.

Enfim gente, resolvi contar essa história por aqui pois penso que não tem idade para que possamos realizar um sonho. E, nada melhor, depois dos 50, 60, 70 ou mais  ir atras dos mesmos, basta apenas respeitar o seu ritmo e o tempo necessário para que se possa aprender, seja você homem ou mulher, pois a aprendizagem pode acontecer em qualquer idade, basta para isso querer e se movimentar.

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Era isso por hoje.

Obrigada por sua visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

 

 

Referências:

As imagens são as disponíveis no pinterest.

 

4 respostas

  1. Que post gostoso de ler e que me anima a aprender a nadar, coisa que sempre quis e fui deixando pra lá. Eu estava pensando em voltar às aulas de hidroginástica, mas agora com esse estímulo… Não tem idade, é bom pra saúde – a hidro também, eu sei, mas com a vantagem de ser algo novo e que sempre quis, na verdade, como disse no início.

    1. Que legal Ana. Estou aqui te escrevendo e acabei de nadar 1000 metros. Voltei também a nadar faz apenas 1 mês e que delícia resgatar essa atividade. Vá em frente, no seu tempo. O mais importante é decidir e se movimentar. Estou torcendo por você.
      Um abraço

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