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Passou dos 50? Você deve ou não falar a sua idade?

Passou dos 50? Você deve ou não falar a sua idade?

Tempo de leitura 8 min.

Oi Gente

Resolvi fazer esse post por aqui, pois essa questão se você fala ou não a sua idade, as vezes é motivo que dividem muito as opiniões. Confesso que nunca tive problema em falar a minha idade. Mas, alguns dias atras, assisti a uma palestra com um americano que esteve aqui em nossa cidade falando, entre outros temas, sobre a longevidade. Ele tocou nesse assunto e fiquei pensando um pouco a respeito. Veja aqui o que ele disse, e você o que pensa?…

Me lembro bem quando meus pais fizeram os seus cinquenta anos e como isso, na época, mexeu um pouco comigo. Nossa! Meu pai já fez 50 anos e depois foi a vez de minha mãe e senti a mesma sensação, ou seja, meus pais estavam envelhecendo. 

Passado algum tempo, foi a vez do meu marido. Me lembro que brinquei muito com ele nesse sentido, quando comecei a chamá-lo de meu meio século.  O sentimento com relação a esse fato foi bem diferente da época dos meus pais, pois estava em frente de um cinquentão bem inteiro e produtivo. 

Mas eis que chegou, também, o meu momento de fazer os 50 anos e confesso que fiquei um pouco assustada. Nossa já estou com 50 anos? Mas o interessante é que, quando isso acontece com a gente, os 50 anos é como se não mudasse muita coisa.

Ontem, encontrei uma amiga de infância, 1 ano mais velha do que eu, que acabou de comprar uma Harley Davidson (moto) e está no maior momento curtindo o que a nossa idade ainda nos permite. Foi muito legal a nossa conversa, é como se os anos nunca tivessem passado e voltei para casa com muitas lembranças de nossa infância. Como brincávamos juntas diariamente. Hoje nós duas já estamos com os 3 filhos, adultos, criados e tocando as suas vidas. O que nos fez pensar sobre essa nova fase em que estamos passando.

Longevidade

Mas, voltando ao que ouvi na palestra sobre a longevidade, onde cada vez mais estão aumentando o número de pessoas centenárias, o palestrante comentou sobre a questão dos ditos culturais. Aí realmente tive que concordar com ele nessa questão sobre contar ou não sobre a sua idade.

Infelizmente, a cultura exerce uma grande influência na forma de pensar dos seres humanos. O Brasil, principalmente nas grandes capitais, já está mudando um pouco essa forma de se pensar sobre aqueles que passaram dos 50. Mas, ainda, há sim um certo preconceito com os idosos no Brasil.  Como se, a partir de uma determinada idade, nem tudo fosse mais permitido como em anos anteriores.

Se você se aposentou então e se apresenta como tal, é  como se fosse o momento de se enclausurar e esperar pela chegada dos netos para que possam arrumar uma nova atividade, ou seja a de ajudar os filhos na função de cuidar de uma nova geração.

Me lembro bem, quando ainda tinha meus filhos pequenos e sobrinhos de idades parecidas, quando ao estacionar meu carro, veio um rapaz, talvez com uns 18 anos por aí, e me disse “oi tia, posso cuidar do carro para senhora?” Foi a primeira vez que olhei assustada e pensei: Como assim tia? Se o meu sobrinho mais velho, naquela época não tinha nem sequer 10 anos?. (kkk) E, aos poucos o tempo vai passando e cada vez mais, somos chamadas de tia, senhora, etc. Confesso que tem também lá suas vantagens, principalmente, quando encontramos jovens educados em nossas presenças.

Quando viajo sozinha, sempre tem uma boa alma que me ajuda com a questão das bagagens, com certeza porque já tenho hoje a cara de tia e meus sobrinhos já estão bem crescidinhos. 

O que ouvi da palestra foi a opinião de que, depois de uma certa idade, não se deveria comentar sobre a mesma. Por que? Veja bem, é interessante que após uma determinada idade você realmente olha para a pessoa e nunca sabe ao certo em que idade realmente ela está.

E aqui ainda temos que ter aquele velho cuidado, pois tem aquelas perguntas que nos fazem: Quantos anos você acha que eu tenho? Nossa, já dei alguns balões nesse sentido, mesmo achando que estava diminuindo a idade e, algumas vezes, ainda temos que enfrentar  aquela situação de “saia justa”, quase parecida com aquela quando você pergunta a alguém se está grávida e a resposta é não. Nossa essa é terrível. Não sei se aconteceu com você, mas comigo já e não é legal (kkk).

Que situação mais chata. Não sei se é mais chato para quem pergunta, ou para quem recebe a questão. Já passei por essa situação e me vi pensando: por que fui abrir a minha boca? Confesso que hoje já estou mais atenta nesse sentido.

A justificativa que nos foi apresentada, quanto a esse fato de não dizer a idade, fez me pensar um pouco, pois, infelizmente, pode ocorrer da pessoa que está a sua frente simplesmente fazer um juízo de que nessa idade já isso ou aquilo não é tão interessante. É quase parecido com aquela questão de se contar sobre os seus rendimentos, onde há o costume de “alguns” ficarem fazendo as contas para ver se seus gastos estão condizentes. Isso também faz parte da cultura de cada região.

Depois dos 50, entramos na fase chamada de envelhecência, um pouco parecido com a adolescência, ou seja, para alguns a idade pode significar que é muito nova ou novo para usufruir das vantagens de idosos e/ou ainda poderá significar que já está velho(a) para alguma outra  atividade em questão. Sendo assim, segundo o palestrante, quando não se diz a idade, fica como algo no ar e, de certa forma, é como você ficasse um pouco mais protegido(a) das opiniões alheias. Embora, depois dos 50, já não estamos muito preocupados com isso não é mesmo?

Pensando bem, realmente, o que significa essa questão cronológica? Observa-se hoje alguns jovens bem mais cansados ou paralisados que pessoas acima dos 50, quando ainda você recebe as famosas críticas e/ou “brincadeiras” onde te questionam para que correr tanto? Você já pode descansar, etc…

O que penso é que a nossa geração dos 50 +, vem rompendo todas as barreiras e quebrando antigos paradigmas sobre a idade. São os cinquentões atuais que estão aí dirigindo uma grande maioria das empresas, auxiliando e até mesmo dando emprego aos filhos, noras e genros, bem como estão, também, exercendo a função de cuidarem dos pais que já estão ultrapassando a casa dos 80 anos, bem como, em alguns casos,  auxiliando nos cuidados com os netos.

Acredito que se enganam aqueles que pensam que depois dos 50 a vida não é tão legal. É uma fase deliciosa de se viver, os filhos mais independentes e você cinquentão, cinquentona, não tenha medo de liberá-los para voar, pois é um momento muito legal de se viver e de estar tendo um pouco mais tempo para voltar para si e poder realizar alguns de seus projetos que foram sendo adiados nas idades anteriores. 

Você já deve ter ouvido que somos aquilo que pensamos. Acredito nisso também, pois o nosso cérebro é quem comanda todo o nosso organismo.

Achei interessante alguns exemplos que citaram nessa palestra sobre pesquisas realizadas com idosos que passaram dos 100 anos e que a forma como esses aprenderam a envelhecer e suas escolhas refletiam em sua saúde.

É comum com o passar do tempo, você ter cuidar dos probleminhas de saúde que são naturais com a idade. Quando vamos ao médico, lógico que escolhemos aqueles que confiamos, mas temos também que tomar cuidado com a forma que eles nos falam para que isso não seja uma regra em nossas condutas.  Veja aqui alguns exemplos, com pessoas positivas diante da avançada idade: 

Conversa de um médico com o senhor de 75 anos

“Um senhor de 75 anos foi se consultar pois estava com muita dor no joelho direito. Após os exames, o médico lhe questiona: Mas, fulano, o que o senhor quer, tem que pensar que já está com 75 anos e seu joelho é natural que se desgaste. Olha a resposta fantástica do paciente: Mas doutor, eu tenho dois joelhos e o meu joelho esquerdo também tem 75 anos, então o que eu queria era que o direito estivesse igual ao esquerdo”…Temos que tomar cuidado com os ditos da cultura. Quem disse que por estar com uma determinada idade, você não pode estar bem ou simplesmente achar que agora já está na hora de ter alguma doença…

Casal de 100 anos que se apresentaram para fazer o divórcio

“O casal com 100 anos de idade, os dois, resolvem se separar e vão atras de resolver a situação na parte dos papéis. Foram questionados: Mas vocês querem mesmo se divorciar nessa idade? Tem certeza? A resposta do casal: Se viemos aqui é porque queremos. Chegamos a conclusão que já vivemos 80 anos juntos e já deu, não temos mais tempo a perder com aborrecimentos e ainda podemos viver o tempo que nos resta da forma que cada um achar melhor”.

Senhor de 104 anos que tinha como Hobby fazer jardins

“Ao receber um elogio sobre suas flores e o jardim que estava fazendo, o senhor de 104 anos respondeu: Obrigado, mas voltem aqui daqui há quatro anos que vocês poderão ver um jardim mais lindo do que esse”.

A forma de pensar diante da vida e da idade cabe a cada um aprender. Se você estiver aborrecido, aceite isso e se respeite. Se você estiver com sono, por que não respeitar esse sono que só você sabe o que está sentindo. 

Aprender a dizer não e respeitar os seus limites é uma forma de garantir longevidade também, bem como dosar, quando não se tem como fugir, os encontros com pessoas tóxicas. Como assim? Pessoas que te roubam energia. Lembrando que, o que é do outro, não pode ser seu. Isso não é questão de egoísmo é questão de respeitar-se e garantir uma maior longevidade.

Longevidade também tem que ser aprendida

Estar nessa fase dos 50 ou mais é como imaginar a vida como sendo uma montanha. Você começa a subir uma montanha, com todas as dificuldades que tem que enfrentar nessa subida e, vencendo todos os desafios dessa subida, que cada um sabe o que isso significa.

Em torno dos 50 anos, você chega no topo dela e pode visualizar a vida de uma forma que possa ver o quanto ainda tem pela frente para usufruir. Os desafios da subida você foi guerreiro(a) e chegou até aqui e  se pensarmos que no alto da montanha onde estamos, aproximadamente, na metade de nossas vidas, é hora de pensar em como faremos agora a descida da montanha e como descer cabe a você escolher a forma para não rolar de vez montanha abaixo.

Podemos Pensar, dessa forma, o que é a idade? Temos que cuidar o que a cultura fala sobre a idade e o envelhecer para que não nos coloque em uma caixa fechada e não nos permita curtir a descida da montanha como a gente quer, podendo apreciar tudo o que tem de melhor nessa descida. Tomando os cuidados necessários, para que possamos descer de uma forma que nos dê mais prazer. Lembrando que o prazer produz endorfina que é um anestésico para nossas vidas.

Temos que cuidar com os ditos da cultura que pode influenciar o nosso sistema imunológico, nosso cérebro e nosso corpo.

Outro exemplo que me lembrei, para citar aqui para você, quanto a questão da cultura, é sobre a menopausa. De acordo com a cultura ela poderá exercer uma grande influência na sua própria saúde. 

“No Japão, a menopausa é vista como uma segunda primavera, o que faz com que passem melhor essa fase do que em outras culturas que a veem como sinal de envelhecimento”.

Enfim gente, voltando ao início do post se você deve ou não falar a sua idade, também a decisão será sua, desde que não se permita a te colocarem dentro de uma caixa, pelo simples fato de te catalogarem quanto a idade cronológica.

Já fiz alguns posts por aqui sobre assuntos semelhantes, fiquem a vontade para ler, caso queiram:

Como você escolhe envelhecer?

Os desafios atuais para quem passou dos 50+

Já não se faz 50 anos como antigamente

Mulheres de 50 podem sim

A longevidade e sua relação com a aposentadoria

10 hábitos simples para passar dos 100 anos de idade

 

Era isso por hoje.

Obrigada pela visita. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma resposta

  1. Nem mentir nem propagandear. Normal ter 50, 60, 70, e por aí vai. A pessoa tem que ser. Só isso. Se é necessário falar a idade, ok, mas se a circunstância não pede, que relevância há em falar idade?Já basta adolescente sem noção de 14 dizer que tem 18. Oque de tão fantástico tem em eu achar que devo propagandear idade? Ou, se for necessário, pra que sair pela tangente ou mentir?

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

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