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Até quando vai a adolescência na pós-modernidade?

Até quando vai a adolescência na pós-modernidade?

Tempo de leitura 12 min.

Oi Gente

O objetivo do post de hoje é trazer aqui para você algumas reflexões sobre esse período da adolescência, embasada na visão de Jean Jacques Rassial, um dos ícones da psicanálise quando o assunto é adolescência. Ele é membro do Espace Analytique e “desde o início de sua prática trabalha com adolescentes”. É autor de livros e diversos artigos sobre o assunto.

O que é ser adolescente hoje na sociedade contemporânea? Quais os desafios enfrentados por eles e pelos pais que nem sempre sabem quais respostas ou condutas que devem ter na hora de lidar com as questões que permeiam a mente do adolescente…

A palavra adolescência vem do latim adulescens ou adolescens – que significa crescer

Geralmente a adolescência é associada a uma outra palavra chamada puberdade, palavra essa derivada do latim pubertas-atis, onde se refere “ao conjunto de transformações fisiológicas ligas à maturação sexual, que traduzem a passagem progressiva da infância à adolescência.” Sendo assim, podemos pensar que a puberdade prioriza mais o aspecto fisiológico, não respondendo a outras questões que estão envolvidas com a adolescência.

Segundo Rassial, “A puberdade fisiológica perturba a imagem do corpo construída na infância. O que aparece como o cumprimento último da humanização, para o adulto, pode se apresentar como uma catástrofe para o adolescente”.  (RASSIAL, J.J. p. 17).

A puberdade realmente está presente e é notória nessa fase, onde observa-se o desenvolvimento rápido e transformações do corpo da criança, alguns desenvolvendo mais no início do período compreendido como  adolescência, e depois se dá alguma estabilidade, enquanto outros passam por essa fase da mudança corporal de uma forma mais lenta.

É notório observar, inclusive, a diferença em uma faixa de idade entre os meninos e meninas. Não é raro, geralmente na quinta série você observar as meninas já mais transformadas, com o uso inclusive do primeiro soutien e as alturas se destacando, enquanto os meninos estão em defasagem não somente quanto a altura, mas até mesmo em alguns casos, na forma de encarar esse novo período em suas vidas.  Mas, nesse período, outras manifestações de mudanças ocorrem com o adolescente, como nos afirma Rassial: “Na adolescência opera-se um deslocamento do campo pulsional. O sujeito identifica, em seu próprio corpo, os objetos parciais atributos do genitor do mesmo sexo, quer sejam os seios ou o sangue das regras para a menina, a voz após a mudança ou a pilosidade facial para o menino. Excedido por seu corpo, ele reivindica esse crescimento como pode: por exemplo, pela apropriação de objetos que tomam função de fetiches, como o barbeador ou o sutiã.”. (Rassial, p. 21).

O crescer (na forma de esticar e mudar o porte físico), podem gerar algumas preocupações nos pais quando, ao compararem seus adolescentes com outros, podem gerar algumas dúvidas,  o que leva alguns a procurarem endocrinologistas, pediatras  e demais especialistas na área da medicina, visando responder as questões quanto a essas diferenças. E a medicina está aí para responder muitas dessas dúvidas e questionamentos dos pais, quando se trata da parte biológica e fisiológica.

A parte física resolvida começa um novo estranhamento quanto as mudanças de comportamento, características dessa fase, até porque não se trata somente das transformações biológicas e fisiológicas mas, também, é o momento em que aquela criança idealizada pelos pais  precisará se encarregar de atributos sociais e buscar daqui para frente a sua própria identidade. “Em busca de uma identificação com o mundo que lhe foi dito na infância, encontrará as faltas, conflitos e as Crises – termo jurídico que, em sua etimologia grega significa – o momento da sentença, pois o sujeito deixa o seu corpo infantil e passa a habitar um corpo que se prepara para a vida adulta.”(Rassial)

 Como lidar com essas novas questões dos adolescentes, nessa sociedade pós-moderna?

De acordo com Sigmunt Bauman, sociólogo Polonês, que coloca o capital como o responsável pelas “não relações humanas” na atualidade, denomina a pós-modernidade como sendo a “modernidade líquida”e diz que a pós-modernidade iniciou-se em meados dos anos 80, quando as pessoas começaram a levar a público aquilo que era extremamente de caráter íntimo, onde até então, assuntos que só poderiam ser expostos, no caso de católicos por exemplo, dentro de um confessionário. Precisaria um novo post só para falar sobre esse assunto. Mas, vamos seguir com a adolescência.

Partindo do princípio que somos seres singulares, cada adolescente desenvolverá nesse período diferentes formas de lidar com esse momento turbulento em suas vidas. Sim é uma verdadeira turbulência. “Enquanto a maturidade genital pode ser considerada, no plano puramente fisiológico, como o cumprimento de um caminho linear enfim completado, a imagem do corpo, a organização egóica, a função do sujeito estão confusas, pois no plano psicológico, há primeiramente uma descontinuidade, uma ruptura do desenvolvimento”. (Rassial, p. 23).

Segundo Rassial, a organização simbólica  na adolescência, a qual era bem organizada na criança, perde o seu sentido.  Abaixo, a reprodução de um trecho de sua entrevista sobre essa questão que achei bem interessante colocar aqui, pois o adolescente tem de lidar com as diferentes tipos de relações nessa fase de idade, seja com a família, com a escola, com amigos e, em alguns casos, essas relações acabam sendo problemáticas, Rassial nos fala que o que  afeta o simbólico, nessa etapa, é a qualidade do Outro. Veja aqui o que ele nos fala para ficar mais claro, colocando inclusive a presença de um Outro, que hoje em dia está muito presente na vida dos adolescentes, que são os avós.

“Para a criança a posição do Outro é ocupada pelos pais (ou Adulto). Com os adolescentes há uma experiência na clínica cotidiana que é relativa a seus avós (…). Em geral este é o momento no qual os avós se vingam de seus próprios filhos. Os pais encheram muito os avós e um dia o neto ou neta vai se queixar de um ou de outro. Nessa hora, o que dizem os avós? “se você soubesse como teu pai era chato ou com tua mãe era chata na tua idade”. O que os avós estão dizendo? Colocam-se na posição de Outro do Outro. Ora nos diz Lacan, se existe um Outro do Outro isto quer dizer que o Outro na existe. A adolescência é a constatação de que o Outro não existe, que é uma pura função linguageira. Como ainda não existe essa outra encarnação do Outro que é o outro sexo e que sustenta a nós adultos, de tempos em tempos, periodicamente, no amor por exemplo, acontece uma pane do Outro, uma pane simbólica absolutamente essencial. Por causa disso a adolescência é um momento inaugural uma vez que é um momento de reativação real da pulsão e da constatação dos impossíveis: o impossível das relações sexuais e o impossível da mulher como significante. Ao mesmo tempo é o encontro com a fragilidade da organização simbólica, o que equivale dizer que o simbólico não se sustenta enquanto tal e que será preciso refundá-lo – o que os psicopatas tentam desesperadamente. Lacan diz que os psicopatas tentam fazer um ato simbólico, um ato que refunde o simbólico e é então, penso eu, que eles se estrepam”.  (Rassial).

Talvez possa estar um pouco confuso para você esse parágrafo anterior, mas vamos clareá-lo. É preciso que o adolescente encontre aquilo que fará sentido para ele, é como se ele (a) nesse período entrasse em um mundo, onde as suas referências, até então organizadas, ficassem assim “desorganizadas”.  Começam a perceber as inúmeras diferenças que existem no modo de pensar e ver a vida, quando iniciam-se a sua pequena aventura longe dos pais. A quem seguir? quem está certo? quem está errado? 

É  um período em suas vidas onde é preciso que ele(a)  faça um “luto” dos pais, ou seja, que ele(a)  possa separar-se para que possam ser eles mesmos, para que possam adentrar o mundo dos adultos sem estar alienados nos significantes dos pais. Essa tarefa não é fácil para o adolescente. É ai que muitos vivem esse clima de amor x ódio, (eu amo tanto os meus pais, como se desligar para ser eu mesmo(a)? Não é raro as crises de “raiva”contra um e contra outro, como uma forma de tentar fazer esse corte para que nessas tentativas possam se construírem como sujeitos singulares. Pode-se dizer  que nesse momento, começam as difíceis relações e desentendimentos, principalmente dentro do ambiente familiar. É como se fosse assim: “eu preciso andar com as pernas próprias e eles (os pais) não me deixam, mas eu os amo tanto, como conseguir colocar aquilo que eu quero e penso nesse momento? Essa dificuldade, algumas vezes, levam os adolescentes a querer se impor inclusive na base do grito, o que não é de fácil entendimento por parte dos pais e familiares. 

Vou tentar fazer uma histórinha aqui para facilitar:  O Pedro é filho exemplar de João e Maria, até aí tudo está certo e vai bem, enfim  o Pedro é um bom menino, aceita e responde positivamente aquilo que os pais esperam deles. É chegado o momento da adolescência, onde o Pedro para ser ele próprio é preciso que possa observar o mundo, os grupos em seu redor, já não pode ir a qualquer lugar com o Pai João e a Mãe Maria. Nesse momento ele tem que começar a redescobrir o mundo, onde observa que nem tudo é bem assim como os pais lhe ensinaram e, entre tentativas e erros, escolher aquilo que vai constituí-lo como um sujeito, separado desse Pai João e dessa Mãe Maria, se torna um grande desafio para eles.  

Até então, Pedro estava em uma “zona de conforto”, onde o que o pai João e a Mãe Maria e tudo o que diziam era a verdade para Pedro. Mas quando ele começa a sair desse ninho e é preciso começar a voar, ainda que devagar, sem os pais, começa a observar algumas diferenças entre o que foi dito em casa e como isso é dito em outros lugares, talvez de forma diferente. Lembrando que nessa fase é comum os grupos de adolescentes estarem sempre juntos, trocando ideias a respeito de todos os assuntos e querendo ser pertencente a um grupo social, que nem sempre é somente o familiar.

Vale lembrar, ainda, quando se diz separar não significa abandonar. Mas, essa nova realidade fora de casa nas construções de laços sociais,  onde o Pedro está percebendo diferentes modos de atuar de outros pais, de outros grupos e de outras posições diferentes daquelas onde foi criado, faz desse momento uma turbulência psíquica dentro do Pedro.

Alguns adolescentes podem até lidar de forma menos dolorosa com esse período, mas nem sempre é assim. Por isso é natural nesse período, surgirem as mentiras, as omissões e o desconforto em casa nas relações da passagem para a vida adulta e, mesmo cometendo alguns pequenos deslizes nessa fase, vão administrando seus erros e acertos e, aos poucos, vão encontrando o seu verdadeiro espaço e aquilo que realmente faz sentido para ele(a). Mas, como nem tudo é tão simples, há aqueles(as) sem algumas habilidades para suportar essa fase, podem buscar um mundo a parte, se enclausurando em seu próprio mundo, seja em seu quarto, em sua casa, como se negando a enfrentar aquilo que o momento os convoca, ou até mesmo seguindo outros caminhos, que não aqueles sonhados pelos pais.

Nem sempre o adolescente que não causa determinados “problemas” aos seus familiares, pode-se pensar que está na melhor situação, pois nessa fase onde fazer relações é de grande importância para o adolescente, estar alienado, como que ausente do mundo, pode estar gerando sim sofrimento a esse adolescente. Alguns pais, até comentam sobre isso com uma certa vantagem, dizendo que o seu filho é tranquilo, não lhes causa preocupação, não gosta muito de sair de casa. A tranquilidade para os pais nem sempre representa a mesma “tranquilidade” para o adolescente.

Na adolescência, é essencial fazer laços sociais, fora de casa, “fazer parte de um grupo”, ser aceito e ter a sensação de pertencimento. Quando isso não ocorre, pode-se instalar alguns sintomas nos adolescentes que as vezes são confundidos com preguiça, falta de interesse, muitas vezes causando inclusive um excesso de sono, comum nessa fase como uma forma de não querer crescer e,  o que equivale a dizer,  fugindo disso que lhe possa estar causando algum sofrimento.

É comum observar alguns erros, por falta de entendimento com quem convive com os adolescentes, onde muitas vezes são desrespeitados, sendo taxados inclusive ,como preguiçosos, que não querem nada com a vida, que só gosta de estar na boa, o que os levam a se afastar mais ainda do convívio com os familiares, criando situações onde se instala a falta de dialogo e que  pode, na verdade,  estar escondendo aí um sofrimento que poderá desencadear sintomas nunca vividos por eles.

 A adolescência na Pós-Modernidade

Temos que pensar também gente que a adolescência de hoje em dia, já não se pode comparar com de outras gerações. Lembrar e falar sobre “no meu tempo era assim”, “na sua idade eu já trabalhava,ou já estava mais adulto e enfrentando responsabilidades”, citações que são comuns serem ditas pelos pais, não resolverão as questões.

O passado é bom sim, para poder elaborar muitas coisas do presente, mas o passado é o passado, as gerações mudaram, o que era organizado em uma outra época, já não responde aos desafios da atualidade. 

Aí você tem duas opções: Negar a verdade dos fatos e ficar vivendo de uma fantasia que não soluciona as questões e/ou encarar a verdade e lidar com que está aí hoje em nossa sociedade contemporânea.

Segundo Rassial, A adolescência atualmente é muito diferente da adolescência antiga, ou seja, esse período em outros tempos era curto e até mesmo inexistente em algumas sociedades. Simplesmente, se passava da forma infantil para a adulta, cheia de compromissos e responsabilidades que eram cobrados desse jovem. Mas, hoje em dia, está acontecendo o contrário, as pessoas entram na adolescência e não querem mais sair dessa fase. É só observar, inclusive, quantos casos em que o casal impossibilitado de sustentar o laço conjugal, se separam e vão para onde? Voltam para à casa dos pais.

Rassial utiliza-se da palavra tragicômico para se referir ao que vem acontecendo nessa fase atualmente: “A figura da adolescência mudou. (…) Hoje vivemos uma extensão desse momento, as pessoas entram nele e não saem.” Rassial, chama-nos a atenção sobre o fato que essa fase “chega a representar um ideal familiar. A adolescência perturba os pais. É a época em que as mães encurtam suas saias, buscam se refiminizar – a idade do lifting para as mulheres. Para os homens, é quando eles começam a se interessar por meninas da idade de suas filhas e trocam uma mulher de 40 por duas de 20, como se diz popularmente. Portanto, a adolescência tornou-se um ideal, o que é um paradoxo do ponto de vista social porque significa que estamos em uma sociedade que tende a transformar a idade numa degenerescência, ser velho é a desonra absoluta.”

Podemos pensar que na adolescência dos filhos, os pais tentam reviver a sua própria, como então permitir que seus filhos cresçam e se tornem adultos?  Como deixar também os filhos serem adultos, quando isso poderá significar que o pai ou mãe estão envelhecendo? E, quando a sociedade a todo tempo, seja através das mídias sociais, dos incentivos a qualquer custo para se manter jovem,  chamando a manter o corpo perfeito, pele, cabelo e vitalidade e todas essas propagandas que chegam até os nossos lares diariamente, com o objetivo de vender seus produtos para a eterna juventude? 

Será que os pais não estão, de certa forma, querendo manter os adolescentes ainda crianças, para que possam resolver uma questão da sua própria perda da juventude?  Como, então, exigir dos próprios filhos que se tornem adultos? Não é raro escutar dos adolescentes frases do tipo: “Para certas coisas eu tenho que ser adulto, mas para aquelas que eu quero eu sou criança?

A longevidade dos pais pode interferir na subjetividade dos adolescentes?

Outra realidade que o autor aborda,  que achei interessante trazer aqui para gente pensar, é sobre a longevidade dos pais. Como assim? Cada vez mais nos deparamos com realidades onde convivem, o adolescente, os pais, os avós, bisavós e, em alguns casos, até mesmos tataravós.  E aí gente? Como lidar com isso?

Os pais dos adolescentes atuais ainda são os filhos atrelados aos seus pais, como se ainda exercessem a dificuldade de se tornarem adultos, quando em muitos casos, seja pelo lado emocional ou até mesmo financeiro, ainda continuam nessa dependência dos mais velhos. Se os próprios pais ainda não se tornaram independentes e adultos, quanto a se responsabilizar por suas vidas, como exigir que os adolescentes da atualidade possam crescer e se tornar adultos? A sociedade os convoca para isso, embasada na idade cronológica. É chegada a hora da escolha da profissão, ou até mesmo do termino de uma faculdade, tendo que assumir responsabilidades civis como adultos, mas e aí, será que a  idade cronológica está realmente condizente com a idade psíquica?

Penso que são esses alguns dos desafios dessa adolescência na pós-modernidade, ter que crescer para assumir as responsabilidades dos adultos, como a profissão e a formação de uma família, quando na realidade existem várias questões a serem administradas não somente pelos adolescentes, mas também, em muitos casos com  os pais que, ainda,  continuam eternos adolescentes.

Podemos pensar que sabemos onde se inicia a adolescência, mas será que podemos afirmar até onde ela está indo na pós-modernidade? Será que a problemática está somente do lado dos adolescentes? E os pais dos atuais adolescentes, sobrecarregados com tantas demandas, tais como: sendo  convocados a todo tempo para serem filhos, netos que atendem a seus pais, enfrentando as demandas do mercado de trabalho, em uma sociedade desorganizada, e, ainda, sendo convocados para encaminhar os seus filhos adolescentes nesse difícil percurso para a vida adulta.

Quem disse que seria fácil, lidar com tantas questões ao mesmo tempo? Acredito que com amor, paciência e entendimento e respeito uns com os outros, utilizando-se de muita empatia, poderemos superar esses desafios da vida moderna. Somos todos vítimas de significantes externos, quando na realidade o que está permeando o mundo de cada um são a busca de respostas prontas, fórmulas a serem seguidas. Mas, posso lhe garantir que isso não existe. As respostas são de caso a caso, até porque somos seres singulares e, cada qual, deverá buscar o melhor caminho para resolver suas questões, confiando que está se fazendo o melhor que se pode, dentro daquilo que é possível, sem culpas, sem cobranças, tentando ser simplesmente seres humanos que somos. 

 Até quando vai a adolescência na pós-modernidade? 

Quanto a essa resposta, Rassial no diz: “Não podemos mais dizer que a adolescência começa em uma idade e termina em outra; hoje em dia ela começa antes da puberdade – este é o problema que temos com a delinquência infantil, a problemática começa antes da puberdade e termina quando? A psicologia social de Lapassade dizia que terminava quando a pessoa encontrava um trabalho e uma família. O problema é que a psicologia da criança nunca conseguiu definir o adulto e eu desafio qualquer pessoa a me dizer o que é um adulto. A gente pode definir mais ou menos, uma criança, um adolescente e um velho, mas temos muita dificuldade em definir um adulto. (…) Um adulto é alguém que tem gerações anteriores e posteriores. Levando-se em conta o envelhecimento, estamos cada vez mais nessa posição e isso não define mais uma posição positiva”. 

Essa resposta caberá a cada um de vocês decidir até que momento ser adolescente está realmente te trazendo alguma vantagem.  Lembrando que as responsabilidades de um adulto, pode lhe trazer algo junto que se chama “liberdade”, liberdade de pelo menos fazer as suas escolhas e assumir as consequências.

Somos sujeitos sociais e dentro de um mundo tão turbulento, desorganizado, como não deixar a mente e os pensamentos, também em uma total turbulência, gerando os mais diferentes sintomas? Mas, penso que  o mais importante é se dar conta que, nem sempre, se consegue lidar com isso sozinho, superar algumas fases difíceis de contornar e o que posso dizer a respeito? Digo que se não está conseguindo superar suas questões ou de seus adolescentes de uma forma que não afete tanto sua organização psíquica, a psicanálise está aí com ótimos profissionais preparados para isso, para ajudá-lo com isso.

Não para dizer a você o que é certo ou errado. Mas sim, para poder, colaborar no sentido de se organizar para conduzir sua vida, dentro de seus desejos, de uma forma que seja menos prejudicial a você mesmo, bem como até de uma forma mais leve para poder tocar os desafios de nós humanos, que é viver.

Finalizo aqui essas reflexões com duas frases de Freud que gosto muito:

Era isso por hoje gente.

Obrigada pela vista. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço.

 

 

 

Referências:

http://revistapercurso.uol.com.br/pdfs/p31-32_entrevista.pdf

RASSIAL, J.J. – O Adolescente e o psicanalista – Ed. Companhia de Freud, Rio de Janeiro, 1999,

VESTUGATO, V. de L. – O Adolescente na ótica da Psicanálise – http://www.apoioclinica.com.br/noticias/item/291-o-adolescente-na-%C3%B3tica-da-psican%C3%A1lise.html

http://www.faperj.br/?id=1654.2.5

ttps://www.youtube.com/watch?v=aCdUuQycl6Q

2 respostas

  1. Me encantou sua análise e referências. Verdade. O adulto de hoje em dia não quer deixar de ser adolescente, mas cobra de seu filho adolescente. Cada época tem sua cultura e costumes, mas se isso continuar será catastrófico. Primeiro os pais têm de tomar seus lugares. Modernos, porém devem amadurecer. E passar valores para os filhos. Só acho uma tarefa inglória, pois cada vez mais as pessoas estão tendo filhos cedo demais, oque os leva a uma dependência de seus pais, que viram os avós e bisavós de adolescentes que também dependem deles, mas os conflitos de geração os separa.

    1. Pois é Ana, o fato dos pais terem uma relação amigável com os filhos, não significa esquecer a sua principal função que e de serem pais. Amigos são amigos e pais são pais.

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

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