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A longevidade e sua relação com a aposentadoria

A longevidade e sua relação com a aposentadoria

Tempo de leitura 6 min.

Oi Gente

O Objetivo do post de hoje é um convite a uma reflexão sobre esse momento, em nosso país, onde a questão da aposentadoria vem sendo tão discutida. Resolvi trazer aqui para você algo para se refletir sobre essa questão da longevidade e sua relação com a aposentadoria, pois estamos observando um aumento da expectativa de vida dos brasileiros,o que é ótimo por um lado, porém como então pensar sobre essa questão em relação a aposentadoria? E o mercado de trabalho como está vivendo esse momento? Te convido a uma reflexão por aqui…

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De alguns anos para cá, através das transformações ocorridas  com a globalização,  as relações de trabalho e o modo de produção já não apresentam uma certa coerência ou, ainda não garantem ao profissional como e quais são os caminhos que a sua carreira deve seguir.

Estamos passando por momentos de muita turbulência, tanto no Brasil como em outros países de uma forma geral, quando se trata de falar em organização de trabalho e de carreira e, ainda, junto a isso estamos diante de um novo desafio surgindo para os trabalhadores que é a questão da aposentadoria, em um momento em que o Governo Brasileiro se encontra discutindo e elaborando medidas para mudanças na obtenção da mesma.

Vale lembrar aqui que, com os avanços em várias áreas das ciências, principalmente nas áreas biológicas, a idade média das populações vem aumentando. Esses avanços, sejam através de exames preventivos utilizando-se de tecnologias aprimoradas, favorecendo os diagnósticos precoces, promovendo assim seu tratamento com maior probabilidade de resultados satisfatórios, ou ainda, pelo avanço da indústria farmacológica, que apesar de ser criticada por alguns setores, não podemos deixar de pensar quanto a sua contribuição no aumento das estatísticas da longevidade. De acordo com Patricio, apud, Turner (2004), “o aumento da expectativa de vida, no século XXI, tem sido uma preocupação e um campo de muitas discussões. No entanto, vários esforços acabam sendo centralizados em pesquisas voltadas mais para tentar aumentar a longevidade humana do que para compreendê-la”.

As redes de informações através dos meios de comunicação como a Tv a cabo, internet, telefones celulares, smart phone, Ipaid e redes sociais colaboram com a divulgação de informações, favorecendo assim o acesso a um grande número de pessoas,  lembrando que determinadas informações,  em gerações passadas, era privilegio apenas de alguns poucos mais favorecidos.  O bom uso dessas informações também colaboram com o aumento da longevidade, despertando os indivíduos principalmente para a necessidade de realizar cuidados preventivos no que se refere a questão de saúde e qualidade de vida.

“O aumento da expectativa de vida é um desafio mundial que atinge tanto os países desenvolvidos quanto aqueles em desenvolvimento, embora a maior diferença entre eles resida na esfera econômica, pelo fato de que antes de tornarem velhos, os países desenvolvidos se tornaram ricos”. (Franca e Soares, 2009). O que, infelizmente, não é o nosso caso por aqui.

O Brasil está a cada ano aumentando o número de pessoas que passam dos 60 anos, e que se encontram já aposentados ou próximos a aposentadoria. A expectativa de vida dos brasileiros atualmente se encontra em 73 anos, com uma probabilidade que esse número chegue até 2050 a 81 anos. Isso equivale a dizer que o Brasil está com um grande problema para ser resolvido pela frente, uma vez que a cada ano mais pessoas estarão aposentadas com a expectativa de vida sendo aumentada, o que equivale a dizer que o atual sistema de aposentadoria hoje, criado pelo nosso governo, não conseguirá atender a grande demanda de aposentados e pensionistas que estão aumentando a cada ano em nosso país. Por mais que não concordamos com determinadas regras, não se pode fugir da realidade. 

Devido as diferenças regionais que se apresentam no Brasil, já se pode observar algumas cidades em que essa expectativa de vida já está acontecendo, sem necessariamente ter que esperar o ano de 2050. É o caso de algumas cidades, principalmente do sul e sudeste do país, que já se encontram mais preparadas para atender a população no quesito saúde e longevidade, lembrando, ainda, que a cada ano aumentam o número de cidadãos que atingem ou ultrapassam a casa dos três dígitos. Isso faz nos refletir que, provavelmente, a expectativa do brasileiro em chegar na média de 81 anos, provavelmente antecipe as previsões apresentadas atualmente.

A realidade do nosso país está caminhando bem mais rápida que as mudanças necessárias em nossa constituição para lidar com esse problema. É certo que ocorrerá a um curto espaço de tempo um aumento do número de pessoas idosas no pais, porém sem a garantia de uma aposentadoria digna que lhe garanta uma velhice saudável para os mesmos.

Ai surge então um grande problema: a aposentadoria que era, há um certo tempo atrás, um prêmio ao trabalhador, hoje, na atual realidade do país, está começando a ser uma questão que tem causado conflitos e angústias naqueles que estão próximos a se aposentar. Mas e aí, como ficam os trabalhadores diante de tantas incertezas? 

A aposentadoria, nessa sua nova forma de ser vista na contemporaneidade, é acompanhada de contradições, uma vez que estamos diante de diferentes estilos de futuros aposentados, ou seja, aqueles que estão se preparando para essa transição já com a certeza de que querem continuar no mercado de trabalho e aqueles que estão simplesmente contando o tempo e a hora de chegar a aposentadoria e deixar o mercado de trabalho para se dedicar mais a outros tipos de atividades, como hobbies por exemplo, que lhe possa obter assim o descanso merecido.

Além dessas situações citadas acima, estão um outro grupo de trabalhadores que não sabem ou não decidiram, ainda, sobre qual caminho trilhar após a aposentadoria. Essas decisões, algumas vezes, provocam conflitos e angústias a esses trabalhadores que estão próximos a se aposentar, fazendo com que continuem mais tempo em seus postos de trabalho, mesmo tendo prejuízos financeiros, pela dificuldade de tomar a decisão que seria “a mais correta”. O que se pode pensar, diante desses fatos, é que a questão aposentadoria já não é mais um benefício tão certo e simples de lidar como era antigamente.

Diante de tantas questões sem uma resposta adequada, encontram-se assim no mercado de trabalho diferentes formas de pensar, hoje, a aposentadoria.  De acordo com Franca e Soares (2009) já em 2010, esperava-se que 11% da população economicamente ativa “seja constituída por trabalhadores idosos, que não deixa de ser um número expressivo de trabalhadores que continuarão dentro do mercado de trabalho”. Estamos em 2016, provavelmente, não tenho essa informação, mas esse índice já aumentou.

Quando se parte desse princípio de que o ser humano está vivendo mais e melhor, as relações de trabalho também começam a sofrer modificações e necessitam novamente de um redirecionamento das carreiras profissionais. Assim, começa a surgir no mercado uma nova categoria de trabalhadores que, devido ao aumento da expectativa de vida e a não garantia de uma velhice confortável, decidem por continuar seus trabalhos na mesma profissão ou até mesmo redirecionando agora para profissões novas que lhe darão muito prazer. E com isso, há também um aumento da procura por parte desses profissionais para que se possa pensar um redirecionamento de suas carreiras, nesse período de suas vidas. 

No post de hoje, o foco foi sobre esse assunto da longevidade e sua relação com a aposentadoria, e as questões que permeiam a mente dos trabalhadores que estão enfrentando esses desafios, dentro da sociedade brasileira. Questões essas que envolvem inseguranças, desorganização no âmbito familiar, despreparo para a relação entre pessoas idosas e trabalhadores jovens entrando no mercado de trabalho, somente para citar algumas.

Diante desse contexto, o profissional capacitado para lidar com esses conflitos internos que permeiam o ser humano, muitas vezes levando ao sofrimento, sem dúvida alguma é o psicólogo, seja no seu trabalho clínico ou dentro das organizações, onde poderá atender essa demanda. O psicólogo capacitado para a Orientação Profissional poderá proporcionar a esse trabalhador de meia idade o seu redirecionamento de carreira, podendo ouvi-lo de forma a melhorar os seus sintomas diante de um momento com tantas incertezas. Sendo assim, a Orientação Profissional está diante de novos desafios para atender uma classe de trabalhadores, profissionais que, a cada ano, vem buscando seu espaço e o re-direcionamento de carreira no mercado de trabalho.

Em um próximo post, quero trazer aqui no Blog, mais uma reflexão sobre os desafios da Orientação Profissional nesse contexto histórico de tanta turbulência no mercado de trabalho. O problema está aí e não adianta não querer pensar a respeito. O passado é muito importante para que possamos elaborar o presente, mas sem com isso ficar vivendo somente de saudosismo. O que temos para hoje é a realidade atual e é com isso que temos que trabalhar.

Era isso por hoje gente.

Obrigada pela vista. Você é sempre bem vindo(a) por aqui.

Um abraço. 

Referências:

Patrício, K. P. et al. O segredo da longevidade segundo as percepções dos próprios longevos. Cien. Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, v. 13 n.4 p. 1180-1198; Aug. 2008

Franca, L. H. F. P. e Soares, D. H. P. – Preparação para a aposentadoria como parte da educação ao longo da vida. Psicol. cien. prof. (online) 2009. vol. 29. n 4 pp. 738-751 – ISSN 1414 893.

Fique a vontade para expor sua opinião, afinal aqui discutimos ideias e não pessoas.

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